segunda-feira, 4 de julho de 2011

GP Memória - França 1976

Três semanas depois da Tyrrell ter conseguido uma dobradinha com os seus carros de seis rodas, a Formula 1 chegava a Paul Ricard para disputar o GP de França, e parecia que duelo entre Niki Lauda e James Hunt pelo titulo poderia ter mais um rival, ou pelo menos havia quem tivesse essa ilusão.

De Anderstorp a Paul Ricard, havia alguns regressos ao pelotão. Henri Pescarolo e Jacky Ickx, ausentes na Suécia para participarem nas 24 horas de Le Mans, voltavam para as suas equipas. Na Copersucar, a equipa voltava a dar um segundo carro a Ingo Hoffman, enquanto que na Ensign, Chris Amon não recuperara a tempo das suas lesões na Suécia e o carro foi entregue ao belga Patrick Néve. Na RAM, um dos pilotos, o dinamarquês Jac Nellman, foi substituido pelo norte-irlandês Damien Magee.

Na qualificação, foi a batalha do costume. Niki Lauda superou James Hunt na batalha pela pole-position, enquanto que na segunda linha estavam o Tyrrell de Patrick Depailler e o segundo Ferrari de Clay Regazzoni. José Carlos Pace era o quinto a partir, no seu Brabham-Alfa Romeo, seguido pelo March de Ronnie Peterson. Mario Andretti era o sétimo, seguido pelo Penske de John Watson, e a fechar o "top ten" ficaram o segundo Tyrrell de Jody Scheckter e o segundo Brabham de Carlos Reutemann.

Três carros ficaram de fora: os RAM-Brabham de Magee e do suiço Loris Kessel e o Copersucar de Hoffman. Harld Ertl, o austriaco da Hesketh, também não se qualificou, mas acabou por participar na mesma. Contudo, a sua corrida apenas durou quarto voltas, devido à quebra da sua coluna de direção.

O dia da corrida estava a ser exactamente igual a aquele Verão europeu: sol e muito calor. Na partida, o Ferrari de Lauda conseguiu ser mais velozes do que Hunt e passou para a frente, seguido de Hunt, Regazzoni, Depailler, Peterson e Watson. No final da primeira volta, Peterson passava o francês da Tyrrell, enquanto que Scheckter conseguia passar o norte-irlandês da Penske.

As coisas continuaram assim até à oitava volta, quando de repente... o motor de Lauda explode e o austriaco é obrigado a encostar de vez. Era algo surpreendente naquela temporada, uma desistência do campeão do mundo em plena corrida, mas tinha acontecido. Hunt herdava o primeiro lugar, com Regazzoni na perseguição, mas isso durou apenas mais dez voltas quando o suiço desistiu... devido a problemas de motor. Assim, o segundo lugar foi herdado por Depailler, que nas voltas anteriores tinha se livrado do March de Peterson, que agora era terceiro, mas por pouco tempo, pois seria passado pelo outro Tyrrell, o de Scheckter.

Com tudo estabilizado na frente, o motivo de interesse na corrida foi o duelo pelo terceiro lugar, entre Scheckter e Peterson. Ambos os pilotos trocaram de lugares de forma constante, até que a partir da volta 40, o motor Cosworth do piloto sul-africano começou a falhar, dando o lugar para o sueco. Mas a duas voltas do fim, o sistema de alimentação de combustivel do March falha e o sueco encosta à berma, permitindo a Watson herdar o terceiro posto.

Com a bandeira de xadrez mostrada a Hunt, como vencedor, e a Depailler como o segundo classificado, a Penske comemorava o seu primeiro pódio da sua carreira. Mas pouco depois, os comissários franceses desclassificaram o carro de Watson, afirmando que a asa traseira estava fora dos regulamentos. Assim, o terceiro lugar foi atribuido a José Carlos Pace, da Brabham, Andretti tinha sido o quarto, no seu Lotus, Scheckter quinto no seu Tyrrell e Hans Stuck seria o sexto com o March.

Para a McLaren, este resultado fora magnifico, pois tinha recuperado nove pontos da sua desvantagem sobre Lauda. E melhorar as coisas, no dia a seguir á corrida, em Paris, a FIA decidia finalmente sobre o apelo da McLaren após a desclassificação do GP de Espanha. E era favorável a Hunt, o que colocou de novo como o vencedor da corrida de Jarama, quase três meses antes. A FIA também iria recolocar pelo mesmo motivo o Penske de John Watson no terceiro posto da corrida francesa.

Contudo, mesmo que Hunt e Teddy Mayer comemorassem esta vitória dupla e os 18 pontos consequentes - nove na pista e nove na secretaria - Lauda estava demasiado longe para os alcançar, e tinham de rezar para que o mau dia que ele tinha tido em Paul Ricard se repetisse mais vezes...

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