domingo, 24 de julho de 2011

GP Memória - Holanda 1966

Uma semana depois de Brands Hatch, máquinas e pilotos atravessam de novo o Canal da Mancha para irem correr no autódromo holandês de Zandvoort, para o GP da Holanda. Desta vez, a Ferrari aparece na corrida holandesa, com Lorenzo Bandini e Mike Parkes, resolvidos os problemas relacionados com as greves em Itália, que tinham impedido de participar na corrida anterior.

Tirando este fato, o pelotão da Formula 1 mantinha-se inalterado em relação aos principais atores. E mesmo com a presença da Ferrari, nada podia impedir que os Brabham tivessem os melhores tempos. Jack Brabham, no alto dos seus 40 anos, era o "poleman" em Zandvoort, seguido pelo seu companheiro de equipa Dennis Hulme. Jim Clark completava a primeira fila, no seu Lotus-Climax. Dan Gurney, no seu Eagle, era o quarto, seguido pelo Ferrari de Mike Parkes. Na terceira fila estavam o Cooper de Jochen Rindt e os BRM de Graham Hill e Jackie Stewart. E para fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Lorenzo Bandini e o Cooper de John Surtees.

No último lugar da grelha estava Bruce McLaren, debatendo-se durante todo esse final de semana com o mau motor Serenissima. E quando este rebentou durante os treinos, decidiu que o melhor era não alinhar para a corrida do dia seguinte.

E nesse dia, antes da partida, os espectadores, jornalistas, mecânicos e seus colegas viam Jack Brabham de barba postiça e fingindo coxear, apoiado por uma bengala. Esta manifestação bem humorada do australiano tinha um motivo simples: a imprensa especializada começara a duvidar no inicio do ano da capacidade de condução de "Black Jack", agora quarentão, mesmo depois das vitórias em Rouen e Brands Hatch. E aquele disfarçe era a sua maneira de dizer aos criticos que estavam redondamente enganados.

Quando a corrida começou, Brabham foi para a frente, com Clark e Hulme logo atrás. O escocês bem tentou acompanhar Brabham, mas cedo foi superado pelo neozelandês. Parecia que iria ser uma nova dobradinha da Brabham, mas pouco depois, Hulme tem problemas no sistema de ingição do seu carro e começa por ficar para trás. Clark volta a passá-lo e vai em perseguição de Brabham. Quando a Hulme, acabaria por desistir na volta 37.

Por essa altura, Clark tinha conseguido passar Brabham para a liderança. E isso acontecera na volta 27, quando o australiano se atrapalhou com alguns pilotos no qual iria dar uma volta de avanço e o piloto da Lotus se aproveitou. Clark afastou-se progressivamente de Brabham, mas depois começou a ter problemas com o seu carro, que começou a vibrar de modo mais violento. Isso fez com que brabham se aproximasse ainda mais dele e na volta 76, conseguiu voltar à liderança.

Pouco depois, Clark decide parar para meter mais água no seu carro para ver se aguentava até ao fim. Quando voltou à pista, tinha caído para o terceiro posto, atrás do BRM de Graham Hill, e partiu no sentido de o apanhar, mas no final teve de se contentar com o lugar mais baixo do pódio.

E na frente, Jack Brabham calava os criticos ao ganhar pela terceira vez consecutiva, com particularidade de... ter dado uma volta de avanço a todos os seus concorrentes! Graham Hill e Jim Clark a acompanharam-no no pódio e nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo BRM de Jackie Stewart, o Lotus-BRM de Mike Spence e o Ferrari de Lorenzo Bandini.

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