segunda-feira, 29 de agosto de 2011

GP Memória - Holanda 1976


Quinze dias depois da vitória-surpresa de John Watson, no seu Penske, que resultou num legendário corte de barba, a Formula 1 estava de volta à ação no circuito holandês de Zandvoort. Por esta altura, todos estavam a assistir, espantados, à recuperação de Niki Lauda, que tinha passado de um estado critico para a ter tido alta do hospital de Mannheim, onde recuperava em casa no sentido de reaparecer na prova seguinte em Monza. Impressionado com a sua recuperação, Enzo Ferrari mandou correr o carro de Clay Regazzoni, esperançado que pudesse perturbar a recuperação que James Hunt tentava fazer, nesta ausência forçada do piloto austriaco.

Entretanto, no pelotão, havia modificações. Brett Lunger tinha saído da Surtees e no seu lugar tinha aparecido um novato sueco, de seu nome Conny Andersson, que tinha experiência de Formula 3. Outro dos salvadores de Nurburgring um mês antes, Guy Edwards, estava lesionado no seu pulso e no seu lugar na Hesketh tinha sido chamado o veterano Rolf Stommelen. Na Ensign, depois de Hans Binder ter guiado o carro na Austria, Mo Nunn, o seu proprietário, contratara o belga Jacky Ickx para o guiar no resto da temporada. E na Penske, um segundo chassis era guiado pelo local Boy Hayje, que fazia a sua estreia na Formula 1.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi um surpreeendente Ronnie Peterson, que no seu March conseguia a primeira pole-position do ano para a marca. Ao seu lado na primeira fila estava James Hunt, no seu McLaren, enquanto que na segunda fila estavam o Shadow de Tom Pryce e o Penske do vencedor da corrida anterior, John Watson. Clay Regazzoni era o quinto, no Ferrari, seguido do Lotus de Mario Andretti. Vittorio Brambilla, no segundo March, era o sétimo, na frente do Tyrrell de Jody Scheckter. E a fechar o "top ten", na quinta fila, estavam o Brabham de José Carlos Pace e o Ligier-Matra de Jacques Laffite.

Ainda houve um piloto que não conseguiu a qualificação para a corrida. Tinha sido o Tyrrell-Ford do italiano Alessandro Pesenti-Rossi.

Na largada, Peterson manteve a liderança, seguido por Watson, Hunt, Andretti, Pryce e Regazzoni. Nas voltas seguintes, Watson seguia Peterson, que começava a debater-se com problemas na direção do seu carro. Com isso, o irlandês aproximou-se o suficiente para fazer manobras de ultrapassagem, mas na segunda tentativa, à volta 14, Watson alargou a trajetória e Hunt aproveitou para passar para o segundo lugar. Na volta seguinte, Hunt passa Peterson para a liderança, enquanto que o sueco perdia um lugar para Watson. Pouco depois, perdia mais um lugar para Regazzoni, que já tinha passado Andretti e Pryce.

A partir daqui, as ocisas ficam calmas até à 48ª volta, quando a caixa de velocidades do seu Penske cede e tem de abandonar a prova. Assim, o suiço da Ferrari passa para o segundo lugar e começa a aproximar-se de Hunt, com Peterson na terceira posição. Enquanto que se desenhava um duelo pela liderança, na volta 53, a pressão de óleo do seu March deixava Peterson apeado.

As voltas finais desenhavam-se um duelo entre Ferrari e McLaren. Ambos degladiaram-se pela vitória, mas Hunt não cedeu um milimetro e conseguiu aguentar a pressão para ganhar a corrida e mais nove pontos no seu duelo pessoal com Niki Lauda. Apesar da boa corrida de Regazzoni, o segundo lugar final soava a derrota. Mário Andretti completava o pódio para a Lotus, e era o seu primeiro desde 1972. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Shadow de Tom Pryce, o Tyrrell de seis rodas de Jody Scheckter e o March de Vittorio Brambilla.

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