Quando o circo da Formula 1 chega a Monza, o paddock estava agitado. De uma forma largamente duvidosa, o manager da Benetton, Flávio Briatore, decide contratar Michael Schumacher, o jovem alemão que tinha dado nas vistas na corrida anterior ao serviço da Jordan. Despediu sumáriamente Roberto Moreno, o piloto que na prova anterior tinha conseguido a volta mais rápida da corrida, e convenceu Willi Webber a elaborar um contrato com Schumacher até ao final do ano, passando por cima de acordos que tinha com Eddie Jordan. Jordan e Moreno ficaram fulos e processaram a Benetton, mas no final, entenderam-se e fizeram uma troca: Schumacher correria na equipa até ao final do ano, enquanto que o brasileiro andava pela Jordan nas duas corridas seguintes.
Se os bastidores andavam agitados, o final de semana italiano começava com as pré-qualificações, onde os Brabham de Martin Brundle e Mark Blundell passaram facilmente, acompanhados pelo Fondmetel de Olivier Grouillard e o Arrows de Michele Alboreto, deixando de fora o seu companheiro Alex Caffi.
Depois, vieram as duas sessões de qualificação, onde no final, Ayrton Senna fez mais uma pole-position, com Nigel Mansell, o seu maior rival no campeonato, ao seu lado no segundo lugar. A mesma coisa acontecia na segunda fila, onde os segundos pilotos, Gerhard Berger e Riccardo Patrese, repetiam a mesma disposição da fila anterior. A terceira fila era monopólio da Ferrari, com Alain Prost na frente de Jean Alesi, com os Benetton a repetirem esse monopólio na quarta fila, mas Michael Schumacher continuava a espantar, sendo o sétimo, na frente de Nelson Piquet, que iria correr aqui o seu 200º Grande Prémio. Roberto Moreno era nono no seu Jordan, e Pierluigi Martini era décimo no seu Minardi-Ferrari.
Dos quatro não-qualificados, Michele Alboreto não conseguira lugar na grelha com o seu Arrows, seguido pelo Lotus de Michael Bartels (de regresso à equipara para substituir Johnny Herbert) e pelos Lamborghini de Eric van de Poele e o Lola de Aguri Suzuki.
Na largada, Senna aguenta os dois Williams, enquanto que Alesi fazia uma partida canhão, passando Prost. Mas quando tentou fazer o mesmo ao Williams de Patrese, despista-se e tem de ir às boxes, ficando para o final do pelotão. Mais adiante, na segunda volta, Roberto Moreno perde o controlo do seu Jordan na Variante Ascari quando os travões do seu Jordan acabam por falhar. Por essa altura, Senna liderava, com Mansell e Berger logo atrás, Patrese era quarto, seguido por Prost e Schumacher.
Na volta sete, Patrese conseguiu passar Berger e foi atrás de Mansell. Pouco depois, apanha o inglês e começaram a trocar de poisções um com o outro com o objetivo de apanhar Senna. Tal aconteceu na volta 26, quando Patrese aproximou-se na Variante Ascari e travou mais tarde do que o piloto do McLaren, ficando com a liderança. Ele estava na frente, mas foi sol de pouca dura: na volta seguinte, a sua caixa de velocidades estoirou, fez um pião e acabou por abandonar.
Mas se tinha livrado de um Williams, faltava o outro. E Mansell estava numa tarde boa, pois cedo o seu carro começou a pressionar Senna e na volta 34, a ultrapassagem ao brasileiro foi consumada. Este reage indo às boxes, regressando à corrida no quinto lugar. Com pneus novos, começa a fazer a sua recuperação, passando Schumacher, Prost e Berger, para chegar ao segundo posto.
Mas não tem tempo para pelo menos apanhar Mansell, que sem parar, consegue levar o carro até ao fim no lugar mais alto do pódio. O britânico lá chega pela quarta vez na temporada, com Senna no segundo posto e Prost no terceiro, a bordo do seu Ferrari que todos espravam um pouco mais. Gerhard Berger acabou no quarto posto, enquanto que Michael Schumacher acabou no quinto posto, amealhando os seus primeiros pontos da sua carreira. Nelson Piquet comemorou o seu 200º Grande Prémio - era o segundo a alcançá-lo - com o sexto lugar.
E a quatro provas do final do campeonato, a diferença entre Senna e Mansell era agora de 18 pontos, e parecia que os Williams estavam na mó de cima...
Fontes:
Com muita saudade que le lembro desta corrida, naquela época estava trabalhando na Suíça e fui de trem ver a corrida em Monza.
ResponderEliminarMuito emoção!
Grande abraço
Laureano