quinta-feira, 22 de setembro de 2011

GP Memória - Portugal 1991

Quando máquinas e pilotos chegam ao Autódromo do Estoril, palco do GP de Portugal, sabem que a diferença entre Ayrton Senna e Nigel Mansell é de dezoito pontos, fazendo com que o piloto britânico comece a sonhar em alcançar o piloto brasileiro, dado que os Williams-Renault estavam na mó de cima, especialmente após a vitória de Mansell em Monza. Contudo, Senna perdia o mínimo de pontos para Mansell, o que fazia com que a recuperação para o britânico fosse uma tarefa cada vez mais dificil.

A sessão começava sempre na manhã de sexta-feira com a pré-qualificação. Aí, os Brabham de Mark Blundell e Martin Brundle conseguiam levar a melhor, seguido pelo AGS de Gabriele Tarquini e o Footwork-Arrows de Michele Alboreto. Dos que não se qualificaram, Olivier Grouillard e Pedro Matos Chaves, foram as últimas corridas nas suas equipas. O português, cansado da tremenda pouca competitividade do seu Coloni, abandonou a equipa, enquanto que a fondmetal despediu Olivier Grouillard na segunda-feira após a corrida...No paddock, a unica grande novidade era Johnny Herbert, que estava de volta à Lotus depois de uma corrida de ausência, devido aos seus compromissos na Formula 3000 japonesa.

Após as duas sessões de qualificação, o melhor foi - algo surpreendente - o Williams de Riccardo Patrese. Gerhard Berger era o segundo, no seu McLaren-Honda, numa qualificação onde os segundos pilotos estiveram no seu dia bom. Ayrton Senna e Nigel Mansell estavam na segunda linha, enquanto que Alain Prost e Jean Alesi monopolizavam a terceira linha. Mauricio Gugelmin era o sétimo no Leyton-House-Ilmor, seguido do Minardi-Ferrari de Pierluigi Martini. Na quinta fila e a fechar o "top ten" estavam o segundo Leyton-House-Ilmor de Ivan Capelli e o Benetton-Ford de Michael Schumacher.

Fora da qualificação ficavam o Lola-Ford de Eric Bernard, o AGS de Gabriele Tarquini e os Lambo-Lamborghini de Nicola Larini e Eric van de Poele.

A corrida começa com Patrese no comando, mas Mansell superou Senna na largada, com o brasileiro a defender-se o mais que pôde, e depois na segunda curva, conseguiu passar Berger e ficar com o segundo posto. No final da primeira volta, os Williams estavam na frente, com os McLaren a seguir, com Berger na frente de Senna, enquanto que Alesi era terceiro. A ordem manteve-se até à volta 18, altura em que Mansell atacou a liderança de Patrese e o conseguiu passar.

No comando da corrida, Mansell começou paulatinamente a afastar-se do resto do pelotão, até que na volta 29, decidiu parar para uma troca programada de pneus. Só que as coisas correram demasiado mal quando os mecânicos que tratavam dso seu pneu traseiro direito desentenderam-se e um deles deu o sinal de "all clear" quando não estavam prontos. Mansell arrancou mas poucos metros depois, o pneu traseiro direito soltou-se e o britânico ficou parado no pitlane. Um dos mecânicos completou as troca, mas tal era ilegal e os comissários decidiram desclassificá-lo quando a operação foi concluida.

Com isso, Patrese ficou com a liderança enquanto que Mansell, que caira para a 17ª posição, empreendia uma recuperação furiosa dos lugares perdidos. Quando a bandeira preta por fim foi mostrada, na volta 51, Mansell já era sexto.

Entretanto, Senna subira para o segundo lugar, herdado quando o motor de Berger explodiu na volta 37. Alesi era o terceiro, à frente de Prost, que na volta 39, ficara também a pé, vítima do seu motor. Pouco depois, Alesi era pressionado por Martini e Capelli na luta pelo terceiro posto, e parecia que naquela tarde, o seu ferrari era inferior aos outros dois pilotos, especialmente o piloto da Minardi, pois tinha dentro de si... um motor Ferrari. No final, Alesi conseguiu aguentar a pressão, enquanto que Capelli teve uma quebra na sua asa da frente e despistou-se.

Ao fim de 71 voltas, Patrese vencia pela segunda vez na temporada, com Senna em segundo e Alesi na terceira posição, conseguindo aguentar as investidas de Pierluigi Martini, que acabava na quarta posição. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam os Benetton de Nelson Piquet e de Michael Schumacher.

Com o segundo lugar de Senna a ser mais do que suficiente para alargar a sua distância até 24 pontos (83 do brasileiro contra 59 do britânico), parecia que o piloto brasileiro tinha o terceiro título mundial ao seu alcance, quando faltavam três corridas para acabar o campeonato. Contudo, ainda não era altura de festejos, pois sabia-se o potencial do Williams-Renault, e Mansell não era daqueles que desistiam facilmente...

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