segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Victory Race de 1971 - a derradeira corrida de Jo Siffert

(...) "Inicialmente, esta data estava preenchida com a realização do GP do México, última prova da temporada. Contudo, os eventos do ano anterior, que colocaram a nu as deficiências na pista, bem como o acidente mortal de Pedro Rodriguez, companheiro de Siffert na BRM e da Porsche nas corridas de Endurance, em Julho, fizeram com que os organizadores decidissem cancelar a corrida. No seu lugar, foi organizada uma World Championship Victory Race, em honra de Jackie Stewart, o novo campeão do mundo."

(...)

"O tempo estava agradável naquele 24 de Outubro de 1971 em Brands Hatch, quando máquinas e pilotos se preparam para as 40 voltas que iria ter aquela corrida. Na largada, Gethin sai melhor que Siffert e salta para a liderança, seguido de Fittipaldi e do piloto suíço, ameaçado pelo March de Peterson. Quando desciam para a Graham Hill Bend, Peterson toca em Siffert e ambos vão para a relva, mas regressam à corrida. Mal se sabia que esse toque tinha feito com que o braço da suspensão traseira esquerda de Siffert ficasse danificado, mas não o suficiente para abrandar o seu ritmo. Isso viria a ser o fator fatal." (...)

Há precisamente quartenta anos, o suiço Jo Siffert, um dos melhores e mais experientes pilotos de Formula 1 de então, perdia a sua vida ao volante do seu BRM. Tinha acabado de fazer provavelmente a sua melhor temporada de sempre numa longa carreira na Formula 1, com uma vitória na Austria e mais um pódio em Watkins Glen, três semanas antes. Para além disso, "Seppi" era um excepcional piloto na Endurance, especialmente quando guiava o Porsche 917 da John Wyer Racing, e ficou também famoso com a sua rivalidade com o mexicano Pedro Rodriguez, que também era seu companheiro na BRM, e que três meses antes conhecera um final trágico no circuito alemão de Norisging.

Poucos dias depois, o seu funeral atraiu 50 mil pessoas na sua Friburgo natal, com o seu caixão a ser transportado num dos seus porsche 917. E algum tempo depois, o inquérito ordenado pela FIA e pelas autoridades britânicas chegou à conclusão de que Siffert não morreu dos ferimentos em si, mas do incêndio subsequente, devido à inalação de fumos tóxicos. As medidas que foram tomadas depois serviram para que os combates aos incêndios, bem como os mecanismos de proteção aos pilotos e comissários de pista melhorassem, de forma a evitar mais acidentes desnecessários.

Para ler o resto desta história, podem ir ao Portal F1.

Contudo, também recomendo outra leitura sobre Siffert: o texto que Daniel Médici escreveu hoje no seu Cadernos do Automobilismo, onde coloca o testemunho de um dos jornalistas presentes nesse dia, então um jovem, Nigel Roebruck. E o seu testemunho desse dia também é impressionante.

1 comentário:

  1. Que prazer ler um bom texto e ainda ver um link para o meu blog. Realmente não sabia que esse toque com o Peterson havia sido decisivo para o acidente. Na verdade, esse tipo de toque era algo tão corriqueiro que a fatalidade poderia ter acontecido com qualquer um. Durante algum tempo eu li bastante sobre Siffert e sua carreira; o suficiente para entender o quanto sua morte foi triste para o automobilismo.

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...