(...) A 3 de Novembro, o dia da corrida, o tempo estava nublado e na hora anterior à partida, começou a chover copiosamente na pista. Apesar das crescentes preocupações dos pilotos, a organização decidiu que a corrida iria começar na hora marcada, independentemente da pista começar a estar alagada em alguns pontos, e da chuva ameaçar aumentar ainda mais. Quando este começou, Senna foi para a frente, com Berger e Mansell logo atrás, e Patrese a perder duas posições por ter escorregado no piso molhado.
Na terceira volta, Berger perdeu o controlo e saiu largo numa curva, deixando que Mansell subisse ao segundo lugar e fosse atrás de Senna. O britânico começou a aproximar-se, mas a partir da volta quatro, os incidentes começavam a acontecer, com o primeiro desistente a ser o japonês Satoru Nakajima, na sua última corrida na Formula1. Apartir da volta seguinte, começou-se a ver os efeitos da chuva, pois em plena reta Brabham, o Ferrari de Alesi perde o controle e bate no muro, metros depois do Lambo de Larini, que também tinha tido o mesmo problema. Havia então uma única trajetória mans pequena, e por causa disso, impedia Mansell de atacar Senna pela liderança da corrida, devido aos destroços que começavam a aparecer por ali. Instantes depois, o Ligier de Thierry Boutsen e o Benetton de Michael Schumacher também acabam ali a corrida, vitimas da chuva.
Três voltas depois, o Minardi de Pierluigi Martini também era outra vitima da chuva, ao perder a aderência do seu carro em plena reta Brabham. Por causa disso, pedaços do seu carro ficaram espalhados pela pista, e um desses pedaços ficou por baixo do carro de Patrese, prejudicando a sua corrida. E então, a chuva começou a se intensificar, tornando o "spray" que os carros largavam ainda maior e a visibilidade cada vez mais diminuta. (...)
Há precisamente vinte anos, máquinas e pilotos enfrentavam o inferno chuvoso no sul da Austrália, num tempo onde o Safety Car não existia nos regulamentos e onde os pilotos não se conseguiam mexer muito para influenciar os comissários técnicos. Apenas quando Senna assinalou que o dilúvio veio para ficar naquela tarde australiana é que Roland Brunsryaede, o "starter" da FIA, decidiu parar a corrida, já com Nigel Mansell magoado, vitima de um despiste na volta 14.
Pouco tempo depois, após algumas ameaças de regresso, contestadas pelos pilotos, é que a corrida foi definitivamente interrompida. A mais curta de sempre e com os pilotos a receber metade dos pontos. Mas também foi a última corrida das carreiras de Satoru Nakajima e Nelson Piquet, que depois de catorze temporadas, 203 Grandes Prémios, 23 vitórias e três títulos mundiais, ficar sem um lugar nas equipas de ponta e decidiu tentar a sua sorte em paragens americanas. E é isso e muito mais que se pode ler hoje no Portal F1.
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