Os últimos dias no WRC foram preenchidos com a novela da Mini, com a história dos problemas de finanças que passa a Prodrive devido à falha na procura de um grande patrocinador, aliado à decisão da BMW em não apoiar plenamente devido à sua concentração de recursos no seu programa do DTM, que começará em 2012. Isso tudo fez com que a equipa de David Richards falhasse os prazos de inscrição para a próxima temporada e colocasse em perigo todo o projeto da marca que regressou o ano passado, após dois anos de ausência.
À hora em que escrevo este artigo, parece que as coisas andam a ficar definidas, com Dani Sordo a confirmar que estará, em principio, em dez das treze provas que vão ocorrer na próxima temporada, enquanto que procuram por um patrocinador de relevo, um dos motivos pelo qual eles passam dificuldades financeiras e os passam a construir chassis para os vários pilotos que correm um pouco por toda a Europa.
Esta história faz-me lembrar a piada da rapariga que aparece grávida do namorado e a mãe pergunta:
"- Mas ó filha, onde é que tinhas a cabeça?
- Ora mãe, entre o volante e o tabelier."
Como em tudo, temos de entender que é um jogo do qual o risco existe. David Richards, quando decidiu voltar aos ralis, apostou na Mini e no seu modelo Countryman, provavelmente por obrigação da BMW, porque eles queriam promover o modelo. Mostrou as suas potencialidades, especialmente no asfalto, onde Dani Sordo quase venceu no Rali de França, e parecia que era uma máquina capaz de desafiuar o biónimo Citroen/Ford. Mas ao chegar ao final do ano, surgiram os problemas, mais por culpa dos outros do que de David Richards por si só. A ele, a unica coisa que se pode apontar foi o de não ter conseguido atempadamente o tal "grande patrocinador" de que agora tanto precisa.
Para piorar as coisas, os grandes problemas deste carro foram detetadps e precisam de ser arranjados logo, sob pena da perda de competitividade. O modelo tem algumas falhas de montagem, especialmente no filtro de ar, que tantas complicações deu, especialmente nos troços de terra. Armindo Araujo falou, em Setembro, desses problemas e esperava que a marca pudesse resolver isso ao longo deste inverno, para que na nova versão do carro, que a marca queria lançar na primavera, esses problemas estivessem resolvidos. Mas com este obstáculo, qualquer entrada de dinheiro dependerá de quantos Minis a marca venda para os privados um pouco por toda a Europa. E claro, do tal "grande" patrocinador.
Mas apesar destes problemas, Richards tem um grande aliado: a FIA. Jean Todt, ele mesmo um antigo navegador de ralis, está apostado no revivalismo desta modalidade em todos os campos. Com outra lenda dos ralis, Michelle Mouton, no leme da comissão de Ralis da FIA, muito provavelmente discutiu com Richards uma espécie de acordo com ele, no sentido de dar uma excepção. Numa altura em que há problemas para resolver em termos dos direitos de imagem, após o "caso Antonov", ter o Mundial reduzido a duas marcas, com a VW apenas a aparecer em 2013, não é boa publicidade para esta modalidade. Logo, o mais provável é que Todt conceda uma tolerância ou excepção à Prodrive. As próximas horas e dias serão decisivas nesse sentido.
E pronto, esta foi a última coluna de 2011. Foi um belo ano, com muito assunto para discutir, desabafar e avisar. Creio que em 2012 as coisas serão como sempre, interessantes e suculentas para debater, discutir e polemizar. Bom Natal e ótimas entradas para todos vocês.
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