sábado, 24 de dezembro de 2011

A véspera de Natal


Escrevo isto na madrugada do dia 24. Em casa, aquecido, com a minha família a dormir e uma das minhas cadelas atrás de mim, a tentar adormecer. O Natal é tempo de paz, em comunhão com a família e com os amigos, onde se compram e trocam presentes, em sinal de admiração, amizade e amor, uns pelos outros. A Ceia de Natal nesta casa, tal como em toda a típica casa portuguesa, tem de levar bacalhau, o nosso “alimento nacional” – ironicamente, não se encontra nas nossas costas, temos de o pescar à Islândia, Noruega ou Canadá… - e como todo e qualquer português, já estou de água na boca para o poder comer.

Podia estar a escrever isto no dia 31 de Dezembro, outro bom dia para refletir sobre o ano que se vai embora, mas acho que deixo esta data para falar do ano em si. Falo mais sobre o tempo que passou desde a última vez que fiz este tipo de reflexão, por alturas do meu aniversário, há quase seis meses.

E nesse curto espaço de tempo, posso dizer que a minha vida deu uma volta de 180 graus. Se não é isso, é quase. Vamos colocar isto nos 120 graus, para ser mais justo. A minha situação atual é quase um paradoxo, num país deprimente, onde milhares procuram por um emprego, um trabalho decente, do qual possam ter a sua vida, pagar as contas e procurar a felicidade nas vidas que escolheram. No meu campo pessoal, direi que o meu “caminho das pedras” encontrou a sua luz no fundo do túnel. Esse caminho que escolhi teve por fim a sua recompensa, um trabalho que adoro e do qual suo a minha camisola. Pode não ser muito, mas tenho que encarar isto como um copo meio cheio: é só o início da história.

Hoje em dia, posso dizer que tenho dinheiro para pagar as minhas contas, e ainda tenho o “desplante” de poupar algum a cada mês que passa, para poder acumular para outras coisas. Mais ambiciosas, mais altas. Que desejo fazer em 2012 e nos anos seguintes. Mas isso será revelado a seu tempo. Nesse aspecto, a minha vida é um corrupio, mas de modo positivo.

Mas tenho consciência que este “final feliz” de modo pessoal é mais uma excepção do que uma regra. E isso mostra que na vida em que vivemos, nesta nossa passagem pelo planeta Terra, no nosso tempo finito, todo e qualquer momento tem de ser vivido. Podemos detestar o fundo do poço por ser escuro, frio e sufocante, mas é a partir dali que começamos a subir a parede em direção da luz e do calor. E também esse momento tem de ser vivido, pois serve de lição para o futuro. E como segredava o escravo na carroça junto do seu amo, o imperador César Augusto, no seu desflie triunfal, toda a glória é efémera.

Mas eu, como ser humano que sou, quero que dure para sempre. Feliz Natal para todos.   

2 comentários:

  1. um grandioso natal pra ti, Paulo... como "primos d'álem mar, tb gostamos de uma bacalhauzinho na ceia tb... ótimo texto sobre esta data... muita sorte nas realizações e paz nos caminhos. abs!

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...