Este piloto do qual falo hoje é de uma espécie rara: um americano apaixonado pelo automobilismo, que usava óculos e nascera num dia em que só poderia comemorar de quatro em quatro anos. Chamavam-lhe de “Kansas City Flash” e teve uma carreira bem versátil no automobilismo, correndo até bem tarde na carreira. No dia em que faria 80 anos, falo da vida e carreira de Masten Gregory.
Nascido em Kansas City a 29 de
Fevereiro de 1932, era o filho mais novo de um dono de uma companhia de seguros
local, que era também um dos homens mais ricos da cidade. O seu pai morreu com
três anos e quando chegou à maioridade, deixou os estudos para trás, casou-se
com Louella Hewitt, onde conhecera no liceu, e comprou um Allard, onde começou
a correr em 1952, tinha ele 20 anos. Venceu a sua terceira corrida onde
participou, e depois trocou o seu Allard por um Jaguar.
A mudança deu-lhe frutos, pois
começou a vencer corridas nos Estados Unidos em 1954 e 55, o suficiente para
ser convidado para correr em eventos fora da América. Começou com os 1000 km de Buenos Aires,
onde foi 14º, e depois várias provas na Europa, incluindo a sua primeira
participação nas 24 horas de Le Mans, onde acabou por desistir.
Regressa aos Estados Unidos em
1956, mas volta a correr fora no ano seguinte, acabando por vencer os 1000 km de Buenos Aires.
Isso foi mais do que suficente para atrair a atenção de Minno Dei, o homem por
trás da Scuderia Centro Sud, que o convida a correr no GP do Mónaco, ao volante
de um Maserati 250F .
Nas ruas de Monte Carlo, surpeende tudo e todos ao conseguir o terceiro posto,
tornando-se no primeiro americano a conseguir um pódio, antes de Phil Hill ou
Dan Gurney, ou mesmo Harry Schell.
Só voltaria à Formula 1 no final
do ano, o suficiente para conseguir dois quartos lugares em Pescara e Monza,
acabando o ano na sexta posição. No ano seguinte, continua na equipa, mas só
consegue um quarto lugar em Monza, partilhado com Carrol Shelby. Em 1959, passa
para a equipa oficial da Cooper, ao lado de Jack Brabham e Bruce McLaren, no
T51 de motor traseiro. Consegue dois pódios, um deles um segundo lugar no
circuito de Monsanto, a sua melhor posição de sempre.
Volta á Scuderia Centro Sud em
1960, mas não consegue quaisquer pontos, a mesma coisa sucede no ano seguinte,
correndo pela Camoradi International. Mas em termos de Sportscars, teve um bom
ano, ao vencer os 1000 km
de Nurburgring, ao lado do seu compatriota Lloyd Casner. Em 1962, corre pela
UDT-Lystall Team, a bordo de um Lotus 24, conseguindo um ponto em Watkins Glen
depois de ter feito uma boa corrida em Rouen, onde era quarto classificado
antes de se retirar. Nos Sports Cars, o melhor que consegue é vencer o GP do
Canadá, em Mosport, num Lotus 19.
Em 1963, vai para a Reg Parnell
Racing, sem resultados, e a partir daí, dedica-se mais à Endurance. Participa
na equipa Ford em 1964, nas 24 Horas de Le Mans, mas retira-se na quinta hora,
devido a problemas de motor no seu Ford GT40. No ano seguinte, tem na Endurance sua maior coroa
de glória, ao vencer as 24 horas de Le Mans num Ferrari 250 GT na NART (North
American Racing Team), ao lado de um jovem austríaco chamado Jochen Rindt.
Gregory ainda participa nas 500 Milhas de
Indianápolis desse ano, andando bem até se retirar com problemas de motor. E em mais uma temporada na Formula 1, na Scuderia Centro Sud, a bordo de um BRM P57. No final do ano, larga a categoria de vez, concentrando-se na Endurance.
A sua carreira na Formula 1: 46 Grandes Prémios, em oito temporadas (1957-63, 1965), três pódios, 21 pontos.
A sua carreira na Formula 1: 46 Grandes Prémios, em oito temporadas (1957-63, 1965), três pódios, 21 pontos.
A partir daqui, as suas
participações são cada vez mais esporádicas. Termina a carreira em 1972, após a
morte do seu bom amigo Jo Bonnier, nas 24 horas de Le Mans. Gregory decide
ficar-se pela Europa, arranjando uma casa em Porto Ercole, na Toscânia,
enquanto vivia em Amesterdão, onde negociava diamantes. A 8 de Novembro de
1985, estava em Porto Ercole quando sofreu um ataque cardíaco fatal. Tinha 53
anos.
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