Para quem ainda não sabe quando, onde, quem são e quem tirou a foto, eu digo agora: Circuito de Mosport, Canadá, 3 de outubro de 1976, e os carros são: o March 761 de Ronnie Peterson, perseguido pelo McLaren M26 de James Hunt, que por sua vez é acossado pelo Tyrrell P34 de seis rodas de Patrick Depailler, e no quarto lugar está o Lotus 77 do italo-americano Mário Andretti. O autor da fotografia chama-se Allan de la Plante.
Nas últimas semanas, fartei de ver esta foto no Facebook. De facto, ela é linda e deveria ser emoldurada e pendurada nas paredes de salas, escritórios e quartos de qualquer "petrolhead". Imanesa gente deve ter neste momento no "wallpaper" dos seus "laptops", como lembrança de uma temporada memorável, em que nunca uma tal variedade de carros tinha acontecido. Porque são quatro carros diferentes, todos com a mesma velocidade, e mesma capacidade de vencer, pilotados por excelentes pilotos. E tem a coincidência pessoal de tudo isto ter acontecido no ano do meu nascimento. Mas o que não sabia era que esta semana, o jornalista britânico Maurice Hamilton ter publicado no site grandprix.com a sua história sobre essa foto, essa corrida e esses homens.
No artigo, conta coisas que vão desde o apelo da Ferrari, que queria a desclassificação do McLaren de James Hunt do GP da Grã-Bretanha, alegando que não tinha completado uma volta da primeira partida, onde se envolveu com uma carambola na Paddock Hill Bend - ironicamente, provocado pelos Ferrari de Lauda e Clay Regazzoni. A Ferrari levou o caso até ao extremo, levando um ensanguentado Lauda ao Tribunal de Apelo de Paris, convencendo os juízes da sua razão, enquanto que Hunt, tranquilo, estava em Toronto a jogar uma partida de ténis.
De repente, a Ferrari ganha razão no caso e desclassificam Hunt, e a diferença passa para 17 pontos. Só que foi sol de pouca dura, pois na corrida canadiana, Lauda tem problemas de dirigibilidade, arrastando-se para um ignorado oitavo posto, sem pontos para recolher e vê o seu maior rival "vingar-se" com uma vitória de raiva, mas acossado pelo Tyrrell do francês Patrick Depailler, que nunca o largou até à meta.
No artigo, conta coisas que vão desde o apelo da Ferrari, que queria a desclassificação do McLaren de James Hunt do GP da Grã-Bretanha, alegando que não tinha completado uma volta da primeira partida, onde se envolveu com uma carambola na Paddock Hill Bend - ironicamente, provocado pelos Ferrari de Lauda e Clay Regazzoni. A Ferrari levou o caso até ao extremo, levando um ensanguentado Lauda ao Tribunal de Apelo de Paris, convencendo os juízes da sua razão, enquanto que Hunt, tranquilo, estava em Toronto a jogar uma partida de ténis.
De repente, a Ferrari ganha razão no caso e desclassificam Hunt, e a diferença passa para 17 pontos. Só que foi sol de pouca dura, pois na corrida canadiana, Lauda tem problemas de dirigibilidade, arrastando-se para um ignorado oitavo posto, sem pontos para recolher e vê o seu maior rival "vingar-se" com uma vitória de raiva, mas acossado pelo Tyrrell do francês Patrick Depailler, que nunca o largou até à meta.
E depois, Hamilton conta que viu, à sua frente, uma coisa espantosa: mal Depailler cortou a meta, este saltou fora com a maior rapidez possível e praticamente desmaiou ao lado do carro. Mais tarde, soube-se que tinha havido uma fuga e os vapores de combustível tinham enchido o cockpit do francês nas últimas 18 voltas, entorpecendo-o. "Estava zen", contou minutos depois, imperturbável, enquanto acendia um Gauloises. Fizera boa parte da corrida em piloto automático, preocupado em chegar ao fim, mas não largando Hunt. "E fiz com apenas o olho direito aberto. Não conseguia ver nada do outro". E de facto, Maurice Hamilton afirma que o seu olho esquerdo estava fechado, como se tivesse levado um murro. Mas Depailler não se importava com isso, pois no final tinha conseguido o seu objetivo: chegar ao fim e levar pontos.
De facto, aqueles anos 70 foram uma era dourada. Uma temporada unica. Não admira que Hollywood esteja a fazer um filme sobre ela...
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