Depois de todos termos visto a primeira corrida do ano, em paragens australianas, das surpreendentes performances de Mercedes, Lotus e Williams, a performance da Ferrari em Melbourne foi no mínimo, decepcionante, com Fernando Alonso a conseguir minimizar os estragos, muito graças a ele mesmo do que o carro propriamente dito. Mas como o piloto espanhol conseguiu "tirar leite de pedra", os italianos decidiram carregar em Felipe Massa, achando que ele é o culpado do assunto, pedindo a sua cabeça e esquecendo o essencial: o carro de 2012 foi mal nascido.
A Ferrari reconheceu isso e é por essa causa que lhe vai dar em Sepang um carro "totalmente novo", para ver se ele consegue melhorar as suas performances,pois em Melbourne teve um final de semana para esquecer, sendo superado por Alonso - o que já se torna normal - e raramente andou pelos pontos, depois de não ter passado para a Q3 na qualificação, o que foi anormal. E claro, no dia seguinte, começou a discussão e os pedidos de que Massa seja despedido, julgando que ele é o eixo de todo o mal que grassa na Ferrari.
Já falei sobre isso na terça-feira neste blog, e continuo a afirmar: não é mais do que um bode expiatório. Esquecem-se do mau carro que a Ferrari conseguiu fazer em 2012, do excelente piloto que é Fernando Alonso e acham que um "auto-da-fé" na segunda corrida do ano será a panaceia de todos os males para os lados de Maranello e que a Ferrari estará de volta ao seu devido lugar.
Primeiro que tudo: isto não é futebol, onde despedir o treinador significa uma "chicotada psicológica" do qual os jogadores reagem. Na Formula 1, as chicotadas psicológicas tem um efeito contrário: só fazem piorar as coisas. Em muitos aspectos, fazem com que a equipa volta à estaca zero e os resultados, em vez de aparecerem, desaparecem. A Ferrari deve resistir à tentação de mostrar que é um pau mandado da (má) imprensa automobilística italiana, e a atitude mais correta que deve ter é não ligar nenhuma e fazer o seu trabalho.
Entretanto, esta imprensa decidiu fazer os seus inquéritos e perguntou quem seria o piloto ideal para guiar aquele carro - ou cadeira elétrica - no lugar de Massa. Quase metade dos internautas na Autosprint (39 por cento) quer Rubens Barichello de volta à equipa, pela sua experiência. Francamente, é sinal de que as pessoas por lá sentem a falta de Rubinho, mas este, por muito que sinta que nunca foi esquecido na Formula 1, está agora feliz na sua segunda vida, na IndyCar Racing. Que vai começar a sua temporada neste final de semana, nas ruas de St. Petersburg. E se ele se der bem, a Formula 1 cedo se tornará numa boa recordação.
Mas em jeito de conclusão, dar um chassis novo a Massa é sinal de que por lá se esforça para dar uma chance ao piloto brasileiro, e espera-se que ele corresponda a isso. Mas pelo que se conta, este não é um chassis que se dá bem em longas retas. E parece que Sepang poderá ser a "parte II" do Inferno que a Scuderia vai passar este ano. E que muito provavelmente será o último de Massa na Ferrari, dê por onde der.
Se esse for o final inevitável, ao menos que Felipe Massa faça um esforço para sair de cabeça erguida e não como um absoluto derrotado.
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