(...) No inicio da volta 22, com os
primeiros classificados a passarem, dois jovens comissários de pista, que
estavam do outro lado, viram o carro de Zorzi, com o piloto à espera que
aparecesse alguém para extinguir o fogo que entretanto ameaçava aumentar. Os
comissários decidiram atravessar a pista no sítio onde esta fica num ângulo
morto, tapando a vista dos pilotos que os poderiam ver. E esses dois
comissários, um deles um jovem de 18 anos chamado Jensen Van Vuueren, bagageiro
no aeroporto de Joanesburgo, atravessaram a pista no preciso momento em que o
grupo de pilotos acelerava a toda a velocidade na reta da meta.
Stuck era o primeiro do grupo e
os viu, desviando-se à justa. Mas Pryce estava na aspiração do March e
praticamente não teve tempo de reagir e varreu o pobre comissário, que
transportava consigo um pesado extintor. Este atingiu em cheio o piloto galês,
matando-o. Mas o frama não acabava ali, pois o Shadow descontrolado ainda
atingiu em cheio o carro de Jacques Laffite, e ambos acabaram nas redes de
proteção da curva Crawthorne. O francês nada sofreu, mas nada se podia fazer
por Pryce, morto aos 27 anos.
Sem saber do drama, na frente,
Niki Lauda controlava os acontecimentos, enquanto que Hunt era acossado por
Scheckter e Depailler, que tentavam livrar-se do piloto britânico. Um a um,
ambos passaram-no e o piloto da Wolf levou a melhor sobre o seu ex-companheiro
da Tyrrell. Na bandeira de xadrez, Lauda corta a meta na primeira posição,
conseguindo provar aos críticos que estava de volta às vitórias e que o
acidente que sofrera, sete meses antes, em Nurburgring, não o tinha afetado em
nada a sua capacidade de guiar.
Mas essa sua vitória tinha sido assombrada pelos
eventos na pista e ninguém estava com vontade de festejar, não quando se sabia
que não muito longe dali estavam restos humanos na pista e na curva Crawthorne,
a carcaça retorcida do Shadow de Pryce. (...)
O GP da Africa do Sul ficou marcado por dois eventos: a primeira vitória de Niki Lauda na Formula 1 após o acidente em Nurburgring, sete meses antes, e pelo horrível acidente que envolveu um comissário de pista e o Shadow do galês Tom Pryce, ambos a terem morte imediata, e ainda o carro inerte a levar consigo o Ligier de Jacques Laffite, que nada sofreu com o embate na curva Crawthorne.
E sobre esses eventos de há 35 anos que falo hoje no portalf1.com.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...