"Quatro meses após o final da
temporada, em paragens australianas, a Formula 1 fazia um regresso esperado a
uma velha paisagem, mas num novo ambiente: a África do Sul. Após sete anos de
ausência, devido às sanções desportivas ao regime do “apartheid”, o pelotão
regressa a um pais em transformação, com um regime a desmoronar e uma agitada
transição para uma democracia multipartidária, que iria resultar nas eleições
livres que iriam acontecer dali a dois anos, em Abril de 1994.
Mas quando a Formula 1 chega a
Kyalami, é um circuito diferente que os espera. Parte dela, que continham as
boxes, a reta da meta e curvas como a Crawthorne, tinham desaparecido para
darem lugar a um complexo habitacional, e os organizadores aproveitaram parte
do circuito para construir uma nova secção, de média velocidade. E isso tiraria
alguma vantagem aos oito dos 32 pilotos presentes que iriam repetir a passagem
por aquelas paragens. (...)
(...) Chegados a Kyalami e feita a
adaptação ao novo circuito, a qualificação mostrou até que ponto a máquina
melhorada da Williams era superior à concorrência, com Mansell a ser mais veloz
que Ayrton Senna, no seu McLaren. Gerhard Berger era o terceiro da grelha,
seguido por Riccardo Patrese, enquanto que o quinto era o Ferrari de Jean
Alesi, seguido pelo Benetton de Michael Schumacher. Karl Wendlinger era um
surpreendente sétimo num March-Ilmor, seguido pelo segundo Benetton de Martin
Brundle. Ivan Capelli era o nono e a fechar o “top ten” estava o Tyrrell do
veterano Andrea de Cesaris.
A qualificação foi um desastre para os Andrea Moda, com Andrea Sassetti
a recusar pagar a multa de cem mil dólares imposta pela FIA, e em consequência,
os carros foram excluídos. (...)
(...) Na partida, Patrese foi
suficientemente rápido para conseguir passar os McLaren e ficar com o segundo
lugar, atrás de Mansell. Atrás, Senna era o terceiro, mas Berger teve uma má
partida e fora superado por Alesi e Schumacher. Martin Brundle, no segundo
Benetton, seria a primeira desistência do ano, encostando-se na segunda volta com
a embraiagem quebrada. (...)
E assim começava a temporada de 1992 da Formula 1: um regresso a um velho local, totalmente modificado, com um pelotão onde se esperava algum equilibrio na luta pelo título, mas no final, acabou por ser o dominio de uma equipa, com Nigel Mansell a liderar de "fio a pavio". Sabia-se que o Williams FW14B era um bom carro, mas o que as pessoas estavam a ver era apenas o principio de uma temporada dominadora por parte de uma marca, que iria establecer toda uma época. É isso muito mais que conto hoje no site portalf1.com.
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