A cada dia que passa, os receios das pessoas sobre os problemas no pequeno emirado do Bahrein já não passam despercebidas nos jornais de todo o mundo. A noticia de que uma bomba artesanal feriu ontem à noite sete policias, três deles gravemente, demonstra que as coisas naquelas bandas estão crescentemente explosivas, e que o maior temor de todos, que as pessoas usarão o GP do Bahrain para meios politicos, é bem real. E ainda mais, quando esta manhã circularam rumores de que Abdulhadi al-Khawaja, um proeminente ativista dos Direitos Humanos e em greve de fome há 60 dias, poderia estar morto, agitou as pessoas, temendo o pior.
Contudo, o seu advogado, Abdul Rahman al-Sayed, disse a dois médicos estrangeiros que al-Khawaja está bem de saúde, apesar de estar debilitado devido ao degradar do seu estado fisico. "Apesar dos relatórios médicos que indicam ter uma baixa contagem de glóbulos brancos, e uma baixa nos níveis de açucar e potássio, que o colocam em risco de vida, a sua condição atual é satisfatória. Está cooperativo, consciente, e está a receber toda a ajuda médica possivel. E está a receber fluidos quer por via oral, quer por via intravenosa", afirmou um comunicado do Hospital da Forças Armadas do Bahrein, citado pela BBC.
Entretanto, Bernie Ecclestone disse à mesma cadeia de televisão britânica que nenhuma das equipas lhe chegou ao pé dele, afirmando preocupação ou receio pelos eventos no Bahrein e a realização do Grande Prémio. "Muito pelo contrário". E quanto à organização, disse que dão todas as garantias de segurança: "Não cabe a mim decidir se a corrida deve seguir adiante ou não. Cabe ao povo do Bahrein decidir, e como eles até agora não decidiram cancelar o evento, presumo que todos estejam felizes."
Quanto às equipas, deixou uma declaração aparentemente contraditória: "Não podemos forçar as equipas a fazerem parte [desde Grande Prémio]. Mas estariam a quebrar o contrato conosco se decidissem não ir, mas isso é um assunto que pode ser resolvido em separado", declarou.
Outra declaração que deixou é que o contrato com a entidade organizadora poderá ser revisto ou até cancelado no futuro. "Provavelmente não o renovaremos. Vamos esperar para ver". Contudo, o enigmático Ecclestone provavelmente deseja esticar a corda para ver no que vai dar, enquanto lucra com o fato do nome da Formula 1 está nas manchetes, mesmo que seja pelas piores razões.
Contudo, a sua declaração de que as equipas estão a favor do Grande Prémio vai exatamente ao contrário das declarações feitas por um responsável, sob anonimato, que afirma que todas as equipas estão receosas por irem ao pequeno emirado do Golfo Pérsico, temendo pela segurança dos pilotos, mecâniucos e demais pessoal, e toda a gente tem um "plano B", com dois bilhetes na mão, um direito para o Bahrein, caso as coisas não se altera, e outro direito a Europa, em caso de cancelamento. Mas sabe-se que a FOTA se reunirá este final de semana em Xangai para discutir esta situação.
E a organização do GP do Bahrain quer fazer a corrida a qualquer custo, e esta tarde decidiu partir para o contra-ataque. O seu presidente, Zayed Al-Zayani, disse à Autosport britânica que tudo isto não passa de uma manobra concertada por parte de grupos extremistas: “O que vem acontecendo é que os observadores de sofá, que não estão suficientemente interessados ou empenhados em investigar a situação em si, têm vindo a impulsionar este debate em detrimento das partes neutras que tomaram o cuidado de investigar a situação em primeira mão”, explicou o dirigente barenita.
“Isso, combinado com as táticas alarmistas de certos pequenos grupos extremistas nas redes sociais, criou enormes equívocos sobre a situação atual”, acrescentou.
Al-Zayani afirmou também que recebeu no passado dia 5 de abril a visita de membros de uma equipa, a Lotus, afirmando que não tinham nada a apontar em relação às condições de segurança: “Recebemos ao longo das últimas semanas um número de pessoas no Bahrein, que têm sido capazes de descobrir por si próprios que o reino está pronto para sediar a Formula 1 no próximo mês. Por conseguinte, exorto todas as partes interessadas que ouçam aqueles com visão informada e educada da situação e que forme suas opiniões sobre os fatos da situação, tal como foi apresentada pelos observadores neutros em primeira mão”, clamou. A Lotus confimou depois, em comunicado, que de facto estiveram no pais no inicio deste mês.
E para finalizar, o site brasileiro Grande Prémio decidiu a partir de hoje colocar uma página especial que acompanha ao minuto os eventos naquela ilha do Golfo Pérsico. O link está aqui:
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