Quinze dias depois de Jim Clark ter vencido na Holanda, com o novo Lotus 49 e o motor Cosworth, máquinas e pilotos rumavam à vizinha Belgica para disputar o Grande prémio na pista de Spa-Francochamps. Com muitos deles a disputarem as 24 Horas de Le Mans na semana anterior, uma prova vencida pela dupla americana constituida por Dan Gurney e A.J. Foyt.
As unicas novidades em relação à corrida de Zandvoort era a ausência de Bruce McLaren e do seu carro, bem como o facto de Chris Irwin ter agora um chassis BRM arranjado pela Reg Parnell Racing. Em contraste, o francês Guy Ligier voltava à competição com o chassis Cooper-Maserati que tinha competido no ano anterior.
Após as duas sessões de treinos, o melhor foi o Lotus de Jim Clark, como que a demonstrar que o conjunto tinha-se tornado no candidato favorito aos títulos. Ao seu lado estavam o Eagle de Dan Gurney e o segundo Lotus de Graham Hill. Na segunda fila estavam o Cooper-Maserati de Jochen Rindt e o Ferrari de Chris Amon, enquanto que na terceira estavam o BRM de Jackie Stewart e o Brabham-Repco de Jack Brabham. Mike Parkes era o oitavo, e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Ludovico Scarfiotti e o Honda de John Surtees.
Debaixo de um tempo agradável, a partida foi dada com alguns precalços, quando Graham Hill teve problemas com a bateria do seu carro, que o obrigou a partir das boxes. Quando a bandeira de largada foi dada, Clark partiu sem problemas para a frente, enquanto que Gurney largou mais devagar, fazendo com que Rindt ficasse com o segundo posto, tendo Stewart e Parkes logo atrás. Contudo, pouco depois, quando os carros estavam a passar por La Carriére, o BRM do escocês larga uma mancha de óleo que faz despistar o Ferrari de Parkes, batendo com violência no muro e ficando gravemente ferido, partindo ambas as suas pernas, um pulso e ficado com um traumatismo craniano.
Nas voltas seguintes, Clark continuou a liderar, com Stewart no segundo posto e Rindt em terceiro. Pouco depois, o Cooper do austriaco começou a ficar para trás, e o Ferrari de Amon chegou á terceira posição, com Gurney no quarto posto, e em fase de recuperação. O americano passou o neozelandês e na volta 12, com Clark a parar nas boxes devido a problemas de velas, Gurney fica no segundo posto, apesar de se queixar sobre a pressão do combustível.
Na frente, Stewart estava confortável, com 15 segundos de vantagem sobre Gurney, mas pouco depois o escocês da BRM começa a ter problemas com a caixa de velocidades, que o obriga a correr permanentemente com a mão na manete de mudanças, guiando com apenas uma mão. Isto o fez abrandar o ritmo, perovidenciando a recuperação de Gurney, que na volta 21 o ultrapassou, ficando com a liderança.
A partir dali, o Eagle começou a afastar-se gradualmente de Stewart, acabando por cortar a meta com mais de um minuto de avanço sobre o segundo classificado, Jackie Stewart, e sobre o terceiro classificado, o Ferrari de Chris Amon. Era a primeira - e depois unica vitória - da Eagle e Gurney era o segundo piloto, depois de Jack Brabham, no ano anterior, a vencer com o seu próprio carro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Cooper de Jochen Rindt, o BRM de Mike Spence e o Lotus de Jim Clark.
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