A justiça alemã condenou esta tarde o antigo banqueiro alemão Gerhard Gribowsky a oito anos e meio de prisão por provado que era culpado dos crimes de abuso de confiança e evasão fiscal do caso do banco Bayern LB e de ter recebido um parte dos quase 50 milhões de dólares de um suborno feito por Bernie Ecclestone há cerca de dez anos em relação ao processo dos direitos de transmissão da Formula 1.
A sentença, dita num tribunal de Munique, é o culminar de um processo que durou mais de ano e meio, que tinha sido iniciado quando a Bayern LB entrou em processo de falência, em fins de 2008. Quando as autoridades fiscais alemãs descobriram no inicio de 2011 cerca de 35 milhões de euros numa conta austríaca pertencente a Gribowsky e este não conseguiu justificar, o processo foi aberto e este foi detido.
Gribowsky admitiu depois ter recebido esses 35 milhões de euros, mais uma oferta de trabalho no âmbito de um acordo secreto com Bernie Ecclestone em 2005. O detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, admitiu esse pagamento, classificando primeiro o pagamento a Gribkowsky como “um bocado estúpido”, mas depois disse em tribunal que lhe pagou para “o manter calado”.
Com Gribowsky julgado e condenado, resta saber como ficará Ecclestone no meio disto tudo. Apesar de ter comparecido em tribunal como testemunha, numa espécie de acordo do qual ele não seria processado depois, o Joe Saward falava na semana passada, quando o julgamento estava a chegar aos seus argumentos finais, que quando Gribowsky admitiu que recebeu um pagamento, este vinha de Ecclestone. E segundo a lei alemã, se uma pessoa admitiu receber determinado suborno, os que o subornaram também são objeto de investigação.
Ou seja, Ecclestone poderá estar de futuro sob investigação, e um sinal disso são as declarações dos procuradores de Munique, que não hesitaram em afirmar esta tarde que o "anãozinho tenebroso" era cúmplice neste caso, apesar de não ter sido acusado de nada. Agora, será que ele será incomodado pelo longo braço da lei alemã? Acho que isso é outra história, e nesse campo, fico por agora no lado dos céticos.
Mas quem sabe, não é?
História bem cinzenta. E assustam os valores envolvidos
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