Quando li esta quarta-feira que existia uma hipótese real de chuva para o final de semana húngaro, pensei em duas coisas: pensei em 2006 e a louca corrida que ela foi, e pensei nas duas últimas corridas, que tiveram treinos e qualificação à chuva com corridas a seco. E como elas acabaram. Assim sendo, no meio das "macaquices" do meu cérebro, pensei em muitas coisas. Pensei numa vitória de Fernando Alonso que "mataria" o campeonato a favor da Ferrari, pensei na continuação do bom fim de semana de Lewis Hamilton e da McLaren, e também pensei que, com Romain Grosjean na primeira fila, poderia acontecer algo surpreendente. Em suma, pensei em tudo, mas depois achei que "deixar o marfim correr" seria a melhor solução.
E assim, a realidade mostrou-nos que não choveu na corrida húngara. Pelo contrário: foi com sol e calor que os pilotos partiram para as 69 voltas do GP hungaro, que começou com uma... falsa partida, quando Michael Schumacher ficou parado na grelha. O alemão começava ali o seu inferno pessoal, pois poucas voltas depois, ele parou nas boxes e excedeu a velocidade, obrigando-o a um "drive through".
Mas a corrida própriamente dia começou com Hamilton a disparar na frente, com Grosjean no segundo posto, e os carros de Mark Webber e Bruno Senna a passarem algumas posições. Mas depois das emoções da partida, não houve grande coisa. Em muitos aspectos foi mais "jogo de espera" do que passagens frequentes pelas posições. E, claro, foi aborrecido.
Mas apesar do aborrecimento, houve algumas tensões ao longo da corrida. Lewis Hamilton foi perseguido ao longo da corrida pelos Lotus de Lewis Hamilton e Romain Grosjean. Primeiro, o francês deixou escapar Hamilton, mas depois Kimi Raikkonen reagiu e tentou apanhar o inglês. Primeiro, com uma ultrapassagem musculada a Grosjean, e depois com uma aproximação do McLaren. Mas, tal como aconteceu na Alemanha, Kimi aproximou mas não passou, simplesmente porque os carros não conseguiram se aproximar e passar.
É por isso que a corrida não foi tão excitante como as anteriores, porque se este exemplo se multiplicou em mais alguns. As excepões - ou os incidentes de corrida, se perferirem - foram a ultrapassagem "musculada" de Pastor Maldonado a Paul di Resta, que mereceu um "drive through" que em circunstâncias normais, não daria nada. Mas como ele já tem cadastro de trás, os comissários encontraram um belo pretexto para aplicar mão pesada. Como alguém dizia no Twitter, "ele foi penalizado pelo conjunto da obra".
No final, a vitória de Hamilton apenas confirmou o fim de semana de sonho da McLaren. Só não ficaram com a volta mais rápida porque Sebastian Vettel achou que colocando pneus moles a poucas voltas do fim seria mais do que suficiente para apanhar Gorsjean e ficar com o lugar mais baixo do pódio. Não chegou, mas ficou na frente do aniversariante Fernando Alonso e sacou mais uns pontos ao espanhol, algo que Mark Webber não conseguiu. E quanto às Lotus, cada vez se fica mais com a ideia de que já não é "se ganham", mas sim "quando ganham", pois é a segunda vez nesta temporada que os seus dois pilotos sobem ao pódio.
Ainda na classificação final, se o sexto lugar de Jenson Button tem sabor de desilusão - mas não tão grande como a de Webber - o sétimo lugar de Bruno Senna recompensa uma corrida consistente e sem erros, da mesma forma que foi o nono lugar de Felipe Massa. E digo isso que, da maneira como anda, não pode aspirar a muito mais. Nico Rosberg fecou os pontos, compensando o péssimo fim de semana de Michael Schumacher.
Agora, Alonso segue na frente, mas as coisas apertaram-se mais um pouco. Daqui a um mês, depois das férias, em Spa-Francochamps, a luta pelo título continua, mais baralhada do que antes.
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