Todos conhecem a história em que Ayrton Senna experimentou um Penske da Indy em finais de 1992, em Phoenix, numa altura em que o piloto brasileiro estava a considerar as suas hipóteses: se iria continuar mais um ano na Formula 1 a bordo de uma McLaren que não teria muitas hipóteses de bater com a todo-poderosa Williams, que iria ter naquela temporada o regressado Alain Prost, se iria fazer um ano sabático, como fizera o piloto francês, ou então que iria tentar outras categorias, como estava a fazer Nigel Mansell a bordo da Newman-Haas.
O teste aconteceu numa fria manhã de dezembro de 1992, e tinha sido combinado pelo seu compatriota Emerson Fittipaldi, que era piloto da marca. Mas o que não se sabia muito bem eram os detalhes desse mesmo teste. Hoje dei de caras com isso no site canadiano auto123.com, graças a uma dica do meu amigo Daniel Médici, do Cadernos do Automobilismo.
Quem conta a história é um antigo engenheiro da Penske, Nigel Beresford. Britânico de nacionalidade, tinha acabado de chegar à equipa depois de uma temporada na Tyrrell. Beresford conta que o teste tinha sido um arranjo de última hora com Roger Penske e Emerson Fittipaldi, e este iria acontecer numa pista nos arredores de Phoenix.
"Iamos testar o chassis Penske PC22 [o chassis da equipa para 1993] na pista de Firebird West por três dias, antes de fazermos mais dois dias na oval, e tinhamos levado o chassis de 1992 para uma análise comparativa", começou por contar. O acordo tinha sido combinado entre Senna, Fittipaldi e Penske uns dias antes e no teste iria estar o então presidente da Marlboro América, John Hogan. Ele iria dar umas voltas ao volante do carro de 1992, depois de Fittipaldi fazer as suas voltas, para terem um comparativo.
"O tempo estava frio e a pista estava muito escorregadia. Fittipaldi foi o primeiro a testar e ele fez um pequeno pião porque os seus pneus ainda estavam frios. Fizemos uns pequenos ajustes nos travões, voltou à pista, fez dois conjuntos de voltas, com com treze, outro com doze voltas e marcou como melhor tempo 49,70 segundos por duas vezes."
"Depois disso veio Senna. Sentou-se, ajustou o seu cockpit e foi para a pista, fazendo algumas voltas muito lentamente, o que me foi uma surpresa, porque normalmente, os pilotos de Formula 1 chegam rapidamernte a um nivel elevado. O carro tinha uma caixa sequencial de velocidades, e ele tinha de se adaptar, pois na Formula 1 já andavam com as caixas semiautomáticas. Chegava a parar, escolher a primeira velocidade e a acelerar outra vez."
Senna deu 14 voltas antes de ir para as boxes, e lá afirmou que o carro tinha um bom motor e um chassis muito pesado, diferente dos chassis mais leves que estava habituado a guiar e andava cautelosamente porque não sabia qual era o limite de rotação do motor que estava dentro do chassis. Depois, pediu para que se colocassem amortecedores mais moles, pois queria sentir o carro, e Beresford disse que foi isso que fizeram, para além de desligar o roll-bar traseiro.
Ao fim de dez voltas, tinha marcado um tempo de 49.09 segundos, quase um segundo mais veloz do que Emerson Fittipaldi. Depois dessa série, voltou às boxes, saiu do carro e disse ao engenheiro: "Obrigado, aprendi tudo o que queria saber deste chassis". "O que ele queria dizer é que tinha entendido a diferença entre um carro de Formula 1 e um da Indy", afirmou Beresford.
O engenheiro depois afirmou: "Emerson depois entrou no carro novo e baixou a melhor volta para 48.5, 0.6 segundos mais veloz do que Senna. O tempo dele tinha sido conseguido com um carro antigo e pneus usados, isso era muito bom, dadas as circunsdtâncias. Só demonstra a sua rapida adaptação a um ambiente novo, comparado com alguém como Fittipaldi, que na altura era também um piloto bom, muito competitivo".
"Senna era espantosamente carismático e ao mesmo tempo enigmático, capaz de elevar a sua performance muito para além dos outros pilotos de Formula 1, especialmente nas qualificações", começa por afirmar. "As pessoas costumam dizer que não deveriamos conhecer os nossos heróis, mas pessoas como Rick Mears, Roger Penske e Ayrton Senna nunca me desapontaram. Senna era espantosamente veloz", concluiu o engenheiro.
"Iamos testar o chassis Penske PC22 [o chassis da equipa para 1993] na pista de Firebird West por três dias, antes de fazermos mais dois dias na oval, e tinhamos levado o chassis de 1992 para uma análise comparativa", começou por contar. O acordo tinha sido combinado entre Senna, Fittipaldi e Penske uns dias antes e no teste iria estar o então presidente da Marlboro América, John Hogan. Ele iria dar umas voltas ao volante do carro de 1992, depois de Fittipaldi fazer as suas voltas, para terem um comparativo.
"O tempo estava frio e a pista estava muito escorregadia. Fittipaldi foi o primeiro a testar e ele fez um pequeno pião porque os seus pneus ainda estavam frios. Fizemos uns pequenos ajustes nos travões, voltou à pista, fez dois conjuntos de voltas, com com treze, outro com doze voltas e marcou como melhor tempo 49,70 segundos por duas vezes."
"Depois disso veio Senna. Sentou-se, ajustou o seu cockpit e foi para a pista, fazendo algumas voltas muito lentamente, o que me foi uma surpresa, porque normalmente, os pilotos de Formula 1 chegam rapidamernte a um nivel elevado. O carro tinha uma caixa sequencial de velocidades, e ele tinha de se adaptar, pois na Formula 1 já andavam com as caixas semiautomáticas. Chegava a parar, escolher a primeira velocidade e a acelerar outra vez."
Senna deu 14 voltas antes de ir para as boxes, e lá afirmou que o carro tinha um bom motor e um chassis muito pesado, diferente dos chassis mais leves que estava habituado a guiar e andava cautelosamente porque não sabia qual era o limite de rotação do motor que estava dentro do chassis. Depois, pediu para que se colocassem amortecedores mais moles, pois queria sentir o carro, e Beresford disse que foi isso que fizeram, para além de desligar o roll-bar traseiro.
Ao fim de dez voltas, tinha marcado um tempo de 49.09 segundos, quase um segundo mais veloz do que Emerson Fittipaldi. Depois dessa série, voltou às boxes, saiu do carro e disse ao engenheiro: "Obrigado, aprendi tudo o que queria saber deste chassis". "O que ele queria dizer é que tinha entendido a diferença entre um carro de Formula 1 e um da Indy", afirmou Beresford.
O engenheiro depois afirmou: "Emerson depois entrou no carro novo e baixou a melhor volta para 48.5, 0.6 segundos mais veloz do que Senna. O tempo dele tinha sido conseguido com um carro antigo e pneus usados, isso era muito bom, dadas as circunsdtâncias. Só demonstra a sua rapida adaptação a um ambiente novo, comparado com alguém como Fittipaldi, que na altura era também um piloto bom, muito competitivo".
"Senna era espantosamente carismático e ao mesmo tempo enigmático, capaz de elevar a sua performance muito para além dos outros pilotos de Formula 1, especialmente nas qualificações", começa por afirmar. "As pessoas costumam dizer que não deveriamos conhecer os nossos heróis, mas pessoas como Rick Mears, Roger Penske e Ayrton Senna nunca me desapontaram. Senna era espantosamente veloz", concluiu o engenheiro.
Desconhecia a história, muito bom.
ResponderEliminarAbraço.
Senna será sempre meu orgulho de ser brasileiro e meu heroi o/
ResponderEliminarPor mais que se diga o contrário, sempre tenho a impressão que Senna achou tudo muito ruim...
ResponderEliminarMas acho que sou só eu.
Segue um link para o Youtube, com imagens deste teste.
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=w5pwFSjO5bs
Bruno Magalhães
Desconhecia a história, muito bom.
ResponderEliminarparabens