Depois da Formula 1 abandonar a Europa para fazer a sua longa trajetória final pela Ásia - já falou mais para que se transfira a sede da FIA da Abu Dhabi... - a corrida noturna do GP de Singapura iria ser a primeira de sete finais de um campeonato que está a ser muito equilibrado e que - pasme-se - um dos candidatos ao título, Kimi Raikkonen, ainda não venceu qualquer corrida. No mesmo fim de semana em que os organizadores do GP de Singapura anunciaram, felizes, a renovação do contrato até 2017, as equipas e os pilotos iriam enfrentar uma corrida de atrição, pois iria durar quase duas horas, e as três paragens nas boxes indicariam que o desgaste que a pista - perdão, as ruas de Singapura - irá fazer com os pneus que os pilotos irão usar.
No primeiro "round", ontem, Lewis Hamilton levou a melhor, com o Williams de Pastor Maldonado a seu lado, e com uma segunda fila constituida por Fernando Alonso e Sebastian Vettel. E de ontem para hoje, havia muitos olhos para os dois primeiros, especialmente por causa da propensão do piloto venezuelano para a confusão e porque os pensamentos sobre a carambola de La Source, na Belgica, e a respectiva penalização a Romain Grosjean ainda não se dissiparam. E provavelmente, muitos, secretamente, desejariam que Maldonado sofresse a mesma penalidade...
Contudo, antes da corrida, houve um momento para recordar o passado, quando todos fizeram uma sentida homenagem ao Prof. Sid Watkins, o mítico doutor da Formula 1 por mais de vinte anos, morto na semana passada aos 84 anos. Bom saber que não se esqueceram das suas contribuições para a segurança da categoria máxima do automobilismo.
A partida não foi calma, mas não houve a carambola que todos temiam. Maldonado perdeu dois lugares na partida, para Vettel e Button, enquanto que Hamilton não foi incomodado. Atrás, Heikki Kovalainen foi tocado e partiu a asa dianteira, e Felipe Massa sofreu um furo que o levou às boxes, colocando-o na cauda do pelotão. Mas isso foi o ponto de partida para a recuperação que fez ate ao final.
A partir dali, começaram as táticas, onde o grande motivo de movimentação eram as paragens nas boxes, devido às tais estratégias de duas ou três paragens nas boxes. E a corrida estava a chegar ao puro aborrecimento quando na volta 23, a caixa de velocidades de Lewis Hamilton acabou. Vettel herda a liderança, com Button no segundo lugar. Pouco depois, as comunicações na boxe sugerem que eles sabiam do problema na caixa de velocidades desde ontem. Mas pouco depois, sugeriu-se que o problema tinha sido detectado... algumas voltas antes, e estariam a tentar corrigir electronicamente das boxes. Com isto, parece que as hipóteses de Hamilton em alcançar o título ficam ainda mais negras.
Passado isso, o aborrecimento volta a tomar conta da corrida, à excepção das paragens nas boxes e depois da luta entre Fernando Alonso e Pastor Maldonado pelo sexto lugar. Mas na volta 33, o HRT e Narain Karthikeyan bate no muro numa zona mais apertada e o Safety Car foi obrigado a entrar.
O Safety Car andou por mais algumas voltas, até que na volta 36, a Williams indica que o carro de Pastor Maldonado tem uma problema hidráulico e que iria abandonar. Desta vez, o venezuelano não merecia acabar desta forma.
Duas voltas depois, o Mercedes do SC recolheu às boxes e a corrida recomeçou. Mas por pouco tempo. Na curva 14, Michael Schumacher exagera na travagem e entra na traseira do Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, quando este tentava passar o Sauber de Sergio Perez. Ambos acabaram na escapatória, mas não evitaram a reentrada do Mercedes do SC por mais algumas voltas. Mais alguns carros aproveitaram para trocar de pneus, e os carros passavam por mais um período onde os seus carros eram sujeitos às variações de ritmo desta corrida de atrito.
A corrida recomeçou na volta 43, e já com quase toda a gente a pensar que esta corrida iria acabar no tempo e não nas voltas. E por muito pouco, esses pensamentos não se tornaram realidade, quando Felipe Massa tentou passar Bruno Senna na Andersson Bridge e escorregou o seu carro quase ao ponto de perder o controlo, mas conseguiu controlá-lo.
A partir dali, voltou o aborrecimento, e depois, a luta pelo cronómetro, para saber se a corrida iria acabar nas 61 voltas previstas. Até lá, houve os toques entre Kamui Kobayashi e Nico Hulkenberg, que destruíram as corridas de ambos, e o problema de KERS que Bruno Senna teve, e que o fizeram abandonar a corrida a duas voltas do fim, depois de ter chegado à zona dos pontos, e saído com a ultrapassagem de Sergio Perez, quando o brasileiro já era apoquentado pelos problemas que o fariam regressar às boxes a pé.
No final, por causa das entradas do Safety Car, a corrida acabou na 59ª volta, com Sebastian Vettel a ser melhor do que Jenson Button, e ambos na frente de Fernando Alonso. E tal como em Monza, houve uma ironia, pois os dois primeiros classificados tinham desistido na pista italiana. Paul di Resta conseguia a sua melhor pontuação do ano - e da carreira - ao terminar na quarta posição, na frente de Nico Rosberg e os Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean.
Agora, da aborrecida Singapura, iremos para um clássico do automobilismo, Suzuka. O chato é que teremos de esperar duas semanas para que este ocorra.
(P.S: Cada vez mais parece que a FIA quer decidir as corridas na secretaria. Michael Schumacher levou dez lugares de penalização devido ao seu acidente com Jean-Eric Vergne, e Mark Webber foi penalizado em 20 segundos devido ao seu toque com Kamui kobayashi. Mas ainda houve um "susto" quando chamaram Sebastian Vettel devido a aquela manobra sobre Button antes da saída do prmeiro Safety Car. Felizmente, não deu em nada, mas acho que é altura de uniformizarem as regras, sob pena de haver pessoas que insinuarão que isto está a ser feito para beneficiar este ou aquele piloto...)
Já tá ficando chato e perigoso esta insistência do Schumacher em continuar correndo
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