Confesso que acordei madrugada com a musica "Road to Nowhere" dos Talking Heads a zumbir nos ouvidos. E pensaria que seria a musica ideial para colocar no iPod do meu carro de aluguer, se estivesse na Coreia do Sul a caminho de Yeongnam. Seria como que alguém decidisse construir um circuito algures no Tocatins (no caso brasileiro) ou ao lado da barragem do Alqueva (no caso português) e ali se realizasse um Grande Prémio de Formula 1, graças à idiotice do promotor local do qual Bernie Ecclestone alegremente suga o seu dinheiro, qual Conde Drácula dos tempos modernos...
É essa a minha descrição de Yeongam, onde o público dorme nos moteis mais desenhados para outras atividades, e onde a grande atração desse ano é um cantor que já foi visto 400 milhões de vezes no Youtube. E digo isso porque a organização - que não é nada boba - convidou-o para dar animação à corrida. Não sei se convenceu o anãozinho a dançar Gangnam Style... mas se tivesse feito, teria feito o meu dia.
A qualificação tinha mostrado a tendência atual da Formula 1: a Red Bull, depois do dominio em Suzuka, tinha colocado ambos os carros na primeira fila da grelha de partida. Mas se Mark Webber tinha sido o melhor, os olhos estavam todos em Sebastian Vettel, que em caso de vitória, passaria Fernando Alonso no comando do campeonato e estaria melhor lançado rumo a um eventual tricampeonato consecutivo. Alonso era o quarto na grelha, depois de Lewis Hamilton, e o melhor que poderia fazer era minimizar os estragos, ou seja, ser melhor que o piloto da McLaren e ficar com o lugar mais baixo do pódio, e esperar que mais adiante, a Ferrari arranje uma solução para superar os Red Bull.
A partida começou com uma confusão cada vez mais habitual, mas... na Curva 3. E desta vez, Romain Grosjean não sai culpado. Os eventos nessa curva aconteceram ao mesmo tempo em que Sebastian Vettel conseguiu passar Mark Webber, depois de terem ficado lado a lado na reta interna, mais atrás, a confusão acontecia com Kamui Kobayashi a travar mal (já tinha danificado a sua asa na primeira curva) e a levar consigo Nico Rosberg e a Jenson Button. Os dois pilotos acabaram ali a sua corrida, enquanto que o japonês da Sauber, com uma asa quebrada e um pneu furado, arrastou-se para as boxes. Mais tarde, os comissários de pista penalizaram Kobayashi com um "drive through".
Curiosamente, o acidente aconteceu na zona de DRS, com destroços na pista e um carro parado na berma, o de Rosberg, e isso fez com que as bandeiras amarelas ficaram a ser agitadas, impedindo o uso do DRS até à décima volta.
A partir dali, não houve grande coisa, mas a partir da na volta 13 houve a primeira ronda de paragens na boxe. Não houve grandes passagens por lá, excepto com Hamilton a aproximar-se de Alonso para o terceiro posto, mas nada de especial. A partir dali, o grande interesse da corrida foi a lenta agonia de Lewis Hamilton, que perdeu lugares para Felipe Massa e Kimi Raikkonen, mas ambos reagiram bem, com o inglês a retomar o quinto posto. Mas depois Hamilton foi para as boxes, decidindo mudar uma estratégia de três paragens.
Após isso, as coisas voltaram ao aborrecimento. A não ser que Felipe Massa começava a ser mais veloz do que Fernando Alonso, algo invulgar nesta época e na história. Da boxe, eles pediam a Massa para fazer de guarda costas, para ver se o "Principe das Asturias" não perdesse mais pontos.
E a partir dali, o grande motivo de atenção passou a ser... o relvado artificial. Explica-se: na antepenultima curva antes da meta, um conjunto de relva artificial tinha sido arrancado graças à ação dos carros de Formula 1 que passavam constantemente por ali, e crescentemente começaram a ser um perigo para os pilotos e seus carros. E claro, algum carro tinha de levar com um pedaço grande. Foi o McLaren de Lewis Hamilton que tendo uma tarde má, onde perdeu até para os Toro Rosso - antes do "tapete mágico" - não podia ficar ainda pior.
E a partir dali, o grande motivo de atenção passou a ser... o relvado artificial. Explica-se: na antepenultima curva antes da meta, um conjunto de relva artificial tinha sido arrancado graças à ação dos carros de Formula 1 que passavam constantemente por ali, e crescentemente começaram a ser um perigo para os pilotos e seus carros. E claro, algum carro tinha de levar com um pedaço grande. Foi o McLaren de Lewis Hamilton que tendo uma tarde má, onde perdeu até para os Toro Rosso - antes do "tapete mágico" - não podia ficar ainda pior.
No final, com Psy a dar a bandeirada - pena que não tivesse sido feito em Gangnam Style... - Sebastian Vettel foi o melhor, numa corrida dominadora por parte do alemão, a frente de Mark Webber e Fernando Alonso. O alemão igualou Jim Clark e Niki Lauda em numero de vitórias, numa dobradinha da Red Bull, na frente de Mark Webber e do Ferrari de Fernando Alonso. Lewis Hamilton, mesmo com um pedaço de relva artificial no seu carro, e pressionado por Sergio Perez, acabou em décimo e marcou um ponto.
No final, todos respiraram aliviados: o aborrecido GP da Coreia chegava ao fim, e todos podiam sair daquele pequeno inferno no meio de nenhures o mais rapidamente possível No pódio. Adrian Newey aparecia com o seu mais novo projeto, uns óculos de proteção contra jorros de champanhe, sinal de que pelos lados de Salzburgo, tudo estava a correr maravilhosamente bem. Dali a algumas horas, no deserto americano, iria saltar Felix Baumgartner, e esperava-se que as coisas corressem bem para que o dia fosse perfeito para o lado dos energéticos.
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