Agora que faltam três corridas para o final do campeonato, a luta passou agora a ser cada vez mais a dois, entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Os McLaren estão de fora da corrida e Kimi Raikkonen é um distante terceiro e as suas chances a serem mais matemáticas do que reais.. Mas eles são apenas os pilotos de enormes equipa, Red Bull e Ferrari, que cada um deles são completamente diferentes entre si. A marca de Maranello representa a tradição e é a unica que tem estado na Formula 1 em todas as temporadas, desde a sua criação, no já distante ano de 1950. A segunda representa a novidade, pois em menos de oito anos - apesar de estar na Formula 1 como patrocinador desde 1995 - conseguiu vencer dois títulos mundiais de pilotos e outros dois de construtores e parece ser a força ascendente nesta categoria, graças a Adrian Newey.
Como em tudo na vida, a vitória de um representa a derrota de outro. E isso também representa que a equipa derrotada vai fazer um "blame game" (jogo da culpa), porque quererão saber onde é que falharam neste campeonato. No caso da Ferrari, sempre disse que com o mau chassis que tinham à partida, o trabalho de recuperação foi fantástico, e Alonso fez se calhar das performances mais surpreendentes da temporada. Faz lembrar, em muitos aspectos, a temporada de 1993 de Ayrton Senna, que com o McLaren-Cosworth motor de cliente - pior do que, por exemplo, o Benetton - conseguiu cinco vitórias no campeonato e acabar a época como vice-campeão.
Mas, com os maus resultados, a má personalidade de Alonso veio ao de cima. Sempre achei que as declarações de Alonso foram mais de uma frustração e inveja pelo facto de a Red Bull ter usado um ativo que lhes permite usar uma "vantagem injusta", mas depois, quando se leu que Alonso esteve prestes a causar mais polémica dentro da boxe da Ferrari, fiquei ainda mais com essa sensação. E a razão é explicável: enquanto que no inicio do ano, o chassis da marca de Maranello era pior do que se esperava, pior ainda do que, por exemplo, o chassis da Sauber, o piloto espanhol arrastava-se pelos últimos lugares pontuáveis e conseguia arrancar bons resultados graças aos seus dotes de pilotagem. Com o meio do ano e a melhoria do chassis, Alonso conseguia ser regular e ganhar corridas em condições dificeis, contra chassis melhores, mas pouco fiáveis, como o da McLaren e o da Red Bull.
Mas, com os maus resultados, a má personalidade de Alonso veio ao de cima. Sempre achei que as declarações de Alonso foram mais de uma frustração e inveja pelo facto de a Red Bull ter usado um ativo que lhes permite usar uma "vantagem injusta", mas depois, quando se leu que Alonso esteve prestes a causar mais polémica dentro da boxe da Ferrari, fiquei ainda mais com essa sensação. E a razão é explicável: enquanto que no inicio do ano, o chassis da marca de Maranello era pior do que se esperava, pior ainda do que, por exemplo, o chassis da Sauber, o piloto espanhol arrastava-se pelos últimos lugares pontuáveis e conseguia arrancar bons resultados graças aos seus dotes de pilotagem. Com o meio do ano e a melhoria do chassis, Alonso conseguia ser regular e ganhar corridas em condições dificeis, contra chassis melhores, mas pouco fiáveis, como o da McLaren e o da Red Bull.
É o grande medo - e frustração - de Alonso é este: ele tem plena consciência de o que é que significaria este título mundial. Se o vencesse frente a melhores chassis, como os da McLaren e da Red Bull, todos o iriam aplaudir e todos o iriam dizer que era um dos melhores pilotos de todos os tempos. Mais do que consagrar um tricampeonato ao serviço da equipa de Maranello, seria uma vitória de ele mesmo, que tirando leite de pedra, bateria Adrian Newey, Sebasatian Vettel, Jenson Button, Lewis Hamilton... toda a gente. Seria o pináculo da sua carreira e a elevação ao nível de Juan Manuel Fangio e de Michael Schumacher.
Só que... aí vêm, do fundo da grelha, Sebastian Vettel e Adrian Newey para estragar o seu sonho. E as intrigas, claro, aparecem à tona.
Só que... aí vêm, do fundo da grelha, Sebastian Vettel e Adrian Newey para estragar o seu sonho. E as intrigas, claro, aparecem à tona.
Diga-se de passagem que nenhum dos dois pilotos sabe perder. Aliás, duvido que alguém não saiba perder. E os que entendem um pouco disso, tem de engolir um sapo para ter o "fair-play" suficiente para dizer "parabéns, você ganhou". Só que a diferença de Alonso para Vettel é que, quando as coisas lhe correm mal. Alonso é mais "politico" e faz um jogo de culpa para os outros, alegando que cumpriu a sua parte. E no caso desta temporada, é verdadeiro. Mas quando fala, "coloca a boca no trombone" e diz em público o que vai na alma. Vettel, pelo contrário, não procura o conflito e confia em toda a equipa para que o trabalho seja feito. E quando alguém é atacado, como aconteceu com Adrian Newey, Vettel sai em defesa da pessoa, pois acredita que, para as coisas funcionarem, a equipa tem de funcionar como um bloco. E as divergências, quaisquer que sejam, são resolvidas entre eles, sem mandar recados pelo Twitter.
Em jeito de conclusão, parece que vai ser Sebastian Vettel que poderá ficar com o tricampeonato. Mas enquanto a matemática o permitir, Fernando Alonso lutará para conseguir esse tri para a Ferrari. Mas para isso, agora estará dependente de terceiros. Terá de rezar por um problema técnico no carro de Vettel, para não falar num milagre, para ser ele a conseguir alcançar esse objectivo. Caso contrário, o alemão comemorará em Austin o seu tricampeonato e uma nova entrada no Livro dos Recordes da Formula 1.
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