sábado, 24 de novembro de 2012

O último fim de semana da HRT

Domingo, acaba tudo em 2012: comemoraremos um título mundial, um campeão do mundo. Os seus adeptos comemorarão a vitória, o perdedor amargará a derrota. Depois disso, vencedores e derrotados, bem como os seus membros, sairão de São Paulo para umas merecidas férias, depois de mais de nove meses de viagem, em vinte lugares diferentes. Alguns voltarão para a fria Europa, preparando os carros para 2013, que irão circular nas pistas europeias a partir de fevereiro.

Muito provavelmente, quando máquinas e pilotos - novas caras, novos chassis, novas esperanças - aparecerão perante nós, jornalistas e fãs, alguns dos quais estarão a ressacar da depressão pós-temporada, sentiremos a falta de uma equipa: a HRT. Muito provavelmente, aqui em Interlagos, estaremos a ver o seu último fim de semana da sua curta carreira, de três temporadas.

As causas são mais do que óbvias: o dinheiro, o vil metal, bem como as muitas dívidas que eles provavelmente deverão ter e que ainda não pagaram. Como sabem, a Thesan Capital anunciou há mais de duas semanas que colocou a sua equipa à venda, esperando que apareça alguém suficientemente louco para a comprar. Fala-se de um valor bem baixo para uma equipa de Formula 1: 40 e 50 milhões de euros. E parece que existem interessados, mas... creio que só alguém completamente louco ou com planos a muito longo prazo é que pode pensar em comprar a HRT.

É simples: eles nada têm como propriedade. Estão em Madrid, longe de tudo, numas instalações do qual eles alugaram, e o dinheiro que circula, proveniente dos patrocinios, serve apenas para pagar as despesas e nada mais. E ainda por cima, segundo dizia ontem o jornalista Joe Saward, qualquer pessoa que fique com a HRT, mesmo que a compre pelo preço simbólico de um dólar ou euro, poderá ter de lidar com uma questão legal. Em 2010, HRT - então Hispania - tinha feito um acordo com a Toyota para desenvolver o seu carro para as temporadas seguintes, ao preço de 25 milhões de euros por temporada. A Toyota desenvolveria o seu carro, a partir to TF110, o carro da marca que nunca correu, e recrutaria algumas pessoas para desenvolver o carro. Contudo, quando no inicio de 2011, José Ramon Carabante, o homem que estava à frente do projeto, começou a falhar nos pagamentos, o acordo foi quebrado, e a marca reclama essa dívida desde então.  

Claro, fala-se que poderá haver alguém interessado em correr por lá - as últimas noticias falam do chinês Ma Qinghua - mas não se crê muito que haja alguém ao virar da esquina e diga que queira comprar a equipa.

E com todas estas "más noticias", pode-se pensar que em 2013 só irão existir onze equipas. de uma certa forma, é a admissão do fracasso da ideia de Max Mosley que, antes de sair da FIA em 2009, quis reduzir os orçamentos "partido de cima", e embarcando numa briga com as equipas, que então se tinham unido na FOTA, do qual quase resultou na divisão da Formula 1 em duas partes. Se Caterham e Marussia estão mais ou menos a caminho de conseguirem equilibrar as suas finanças, apesar de nunca terem pontuado até agora, a HRT foi mais uma espécie de "franchise" do qual alguém com muito dinheiro poderia agarrar. Só que nos tempos que correm, ninguém está na disposição de o agarrar, o que até é pena.

Em suma, aproveitemos bem este fim de semana. E que para além de Sebastian Vettel e Fernando Alonso, poderemos estar a ver os últimos momentos de mais uma equipa de Formula 1. Para mim, dá-me pena porque a grelha se reduz a 22 carros. Mas para as equipas, claro: é menos dinheiro para dividir.

2 comentários:

  1. Uma notícia péssima, e ainda mais ruim para o automobilismo espanhol tendo em vista que no início deste ano a Epsilon Euskadi já tinha fechado as portas.

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  2. Una lástima, siempre fui seguidor de los equipos chicos en la F1, y tanto HRT, Marussia como Caterham son actualmente mis preferidos. Tendremos un equipo menos, y gracias a las leyes de Ecclestone y la FIA, hasta que ellos no lo quieran no puede ingresar otro en su reemplazo. Recordemos que cuando en 2010 ingresaron estos tres equipos nuevos, también correrían los norteamericanos de USF1; al desistir éstos de participar, nunca fue habilitado el ingreso de otro team en su reemplazo. La F1 es negocio para unos pocos...
    Abrazos!

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...