A etapa de hoje do rali Dakar, entre as localidades argentinas de La Rioja e Fiambalá, foi tudo menos calma, pois o tempo não colaborou muito. Fortes chuvas fizeram aumentar os caudais dos rios, e se as motos não tiveram muitas dificuldades em terminar a etapa, nos automóveis, o caudal dos rios não permitiu que a etapa fosse mais longe do que o quilómetro 85, após o primeiro checkpoint. Nessa altura, vendo que o caudal dos rios poderia perigar a condução quer dos automóveis, quer dos camiões, a especial terminou por ali.
A organização decidiu que o vencedor tinha sido Robby Gordon, que liderava a etapa até então, mas o mais significativo é que o Mini de Leonid Novitzky teve problemas e ficou pelo caminho. Stephane Peterhansel foi o sexto na etapa e manteve o comando do rali.
Carlos Sousa era o oitavo na etapa quando esta foi interrompida, e com o que aconteceu com o Mini do piloto russo, acabou por subir para o quinto posto da geral. “Fui curiosamente o primeiro a ser informado desta decisão e a seguir diretamente para o acampamento. Uma bela e antecipada prenda de anos”, ironizou o piloto português.
"Andámos muito bem na areia e passámos sem grandes dificuldades as primeiras dunas. Estávamos muito motivados para o resto da especial, embora também um pouco apreensivos com a temperatura do motor face aos problemas da véspera. Mas o certo é que já vínhamos a ganhar cerca de dois minutos ao [Orlando] Terranova e quatro minutos ao Guerlain Chichérit… Enfim, ninguém pode saber o que esta etapa ainda poderia reservar no final”, concluiu.
Nas motos, o americano Kurt Caselli foi mais uma vez o vencedor de uma etapa, conseguindo superar o Husqvarna de Paulo Gonçalves, enquanto que Cyril Desprès acabou na terceira posição e consolidou a sua liderança na tirada. Ruben Faria teve problemas para encontrar o caminho e foi apenas o décimo classificado, mas manteve o segundo lugar da geral.
"Hoje foi um dia difícil para mim. Perdi-me no início da Etapa, depois o troço tinha muita água e a partir de aí resolvi andar com muita calma pois era fácil errar e perder muito tempo. No final penso que foi a melhor decisão pois apesar do tempo perdido não coloquei em causa a minha prestação e os objetivos da equipa. O resultado de hoje foi excelente para a KTM /Red Bull pois o Cyril ampliou a vantagem para os mais diretos adversários e eu mantive o 2º lugar à geral. Amanhã vamos ter mais uma etapa complicada e até talvez decisiva para o resultado final deste Dakar. Continuo bem fisicamente e a minha KTM continua perfeita.", afirmou.
Já Hélder Rodrigues teve problemas com a sua moto na parte final da etapa, acabando na 27ª posição e perdendo tempo suficiente para cair na classificação geral, estando agora na nona posição.
“Apesar das condições muito difíceis que o percurso de hoje apresentou, devido às fortes chuvadas que caíram, estava a sentir-me muito bem e confiante de que poderia fazer um bom resultado. Passei muito cedo para a frente dos dois pilotos que partiram à minha frente para a especial e que também me precediam na classificação geral. Durante alguns quilómetros eles vieram atrás de mim, mas depois fui-me afastando e o meu objetivo era chegar-me ao grupo a frente, mas infelizmente houve um contratempo que me impediu de o concretizar.”, referiu.
Amanhã, o Dakar despede-se da Argentina e volta ao Chile, subindo os Andes e terminando a etapa em Copiapó, no total de 715 quilometros, 319 dos quais em especiais cronometradas.
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