Não sei se hei de rir ou hei de chorar, mas li agora esta tarde que a Formula Sochi, empresa que gere o projecto de construção e promoção do Grande Prémio da Rússia de Fórmula 1, declarou falência, o que coloca de imediato em causa a realização da prova russa, que está prevista para... novembro de 2014.
Contudo, isso é nada que assuste a Omega, que é a empresa mãe do grupo onde se insere a Formula Sochi. Dmitry Erofeev, diretor de marketing da Omega, declarou à agência de informação Izvestia que esta alteração em nada influenciará a continuidade dos trabalhos no complexo do circuito em Sochi, e já revelou que tomaram as rédeas do projecto, assumindo todas as responsabilidades inerentes ao avanço das obras e promoção da corrida.
Apesar destas "garantias", as preocupações dominam sobre não só este caso, como em muitos outros aspectos. Quando li no final da semana passada um artigo da alemã Motorsport-Total.com sobre a situação financeira das equipas de Formula 1, chega-se à conclusão de que, gastando como eles gastam, a competição terá vida curta. Especialmente quando das onze equipas, sete entrariam em falência em menos de cinco anos. E entre essas que andam apertadas de finanças, encontram-se... a McLaren e a Lotus-Renault.
Sabia que esta última tem um "buraco" de oitenta milhões de euros para tapar, e que esteve para ser vendida no final do ano passado, algo que foi impedida porque Kimi Raikkonen começou a ganhar corridas, mas a história da McLaren é a mais surpreendente, pois como os vi a lançar dois supercarros em menos de dois anos, julgava que estaria mais saudável. Mas quando vi que eles ficarão sem um grande patrocinador em 2014, com a saída da Vodafone, vi que eles precisam de alguém que leve para lá o equivalente. E claro, também um motor que os faça voltar a ter uma relação privilegiada. Daí a hipótese Honda, que viria com motor e - porque não? - um patrocínio que cobrisse esse buraco.
Fala-se que o famoso Acordo da Concórdia já está negociado e só falta assinar para ser real. Mas diga-se o que disserem, a Formula 1 tem de parar de gastar em coisas acessórias e passar a ser mais essencial, sob pena de que algum dia, a médio prazo, se imploda por si mesma. E por essas alturas, duvido que, por exemplo, Bernie Ecclestone ande por aí a tentar apagar os fogos...
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