Na semana em que vai começar a Formula 1, esta é uma temporada onde desde há muito tempo que não se viam tantos estreantes. Os cinco pilotos que irão correr a temporada pela primeira vez - para além disso, há um regresso - representa, mais do que sangue novo na categoria máxima do automobilismo, em alguns casos tem a ver com a necessidade de injetar algum dinheiro para compôr os orçamentos já apertados de algumas equipas, como a Marussia e a Caterham, por exemplo.
E é algo a ver com a Marussia que começo estas biografias de estreantes, porque o primeiro piloto a ser apresentado tem herança no automobilismo, é apoiado por uma grande equipa, e foi o último a ser confirmado, depois de Luiz Razia não ter aparecido com o dinheiro prometido. Hoje é a vez de falar sobre Jules Bianchi.
Nascido a 3 de agosto de 1989 em Nice, Jules é neto de Mauro Bianchi, mecânico e piloto de origem italiana, que participou nas 24 Horas de Le Mans de 1968, onde sofreu um forte acidente que o deixou queimado em grande parte do seu corpo. É também sobrinho-neto de Lucien Bianchi, piloto belga vencedor das 24 Horas de Le Mans... de 1968, ao lado do mexicano Pedro Rodriguez, antes de morrer em Le Mans no ano seguinte, durante uma sessão de testes. Para além disso, correu 19 Grandes Prémios de Formula 1, conseguindo como melhor resultado um pódio no GP do Mónaco de 1968.
A carreira de Jules Bianchi começou nos karts, onde em 2007 passou para os monolugares, correndo na formula Renault 2.0 France, onde acabou como campeão. No ano seguinte, passou para a Formula 3 Euroseries pela ART Grand Prix, liderado por Nicolas Todt, que se tornou também o seu "manager". Vence a Masters de Formula 3, em Zandvoort, antes de ser terceiro classificado no campeonato. Em Macau, terminou a corrida na nonoa posição.
Em 2009, continuou na Formula 3 Euroseries, ainda na ART, onde acabou por vencer o campeonato. Pelo meio teve passagens pela formula Renault 3.5, fez quatro corridas na Formula 3 britânica e participou no GP de Macau, sem ter, contudo, chegado ao fim.
Em 2010, passou para a GP2 Series, onde conseguiu três pole-positions, duas voltas mais rápidas e quatro pódios, mas sem vitórias. A regularidade, contudo, deu-lhe o terceiro lugar na classificação final. Antes, na GP2 Asia Series, conseguiu um terceiro lugar e uma pole-position, terminando na oitava posição da classificação. Continuou na GP2 em 2011, onde alcançou uma vitória em Silverstone, para além de mais cinco pódios e uma pole-position, terminando no terceiro lugar do campeonato. Conseguiu mais uma vitória na GP2 Asia Series, sendo vice-campeão.
Por essa altura, já estava ligado à Ferrari, mas vai ser apenas em 2012 que conseguirá um lugar de terceiro piloto na Force India, participando em nove fins de semana de Grandes Prémios, enquanto que realizava o campeonato de Formula Renault 3.5, ao serviço da equipa Tech 1. Na luta com o holandês Robin Frijns, ele acabou por perder com o holandês, ficando com o vice-campeonato.
Após isto, parecia que iria ficar uma segunda temporada seguida na Force India, depois de ter sido preterido po Adrian Sutil na briga pela vaga aberta para ida de Nico Hulkenberg para a Sauber. Mas em pouco tempo, o seu "manager" arranjou as garantias necessárias para que ele pudesse correr na Marussia, quando não chegou a tempo o dinheiro que Luiz Razia deveria ter entregue para ficar com a vaga pata 2013. E provavelmente, a chegada de Bianchi à Marussia poderá significar que na próxima temporada, a equipa russa poderá ter motores Ferrari...
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