(...) No final, Vettel pediu desculpas a Webber e à equipa, mas comprou uma guerra com o australiano e criou um embaraço dentro da equipa. Mas ele fez cair a máscara da “igualdade” que os energéticos muito gostavam de afirmar aos quatro ventos. Daí a resposta irónica de Fernando Alonso no Twitter, após a corrida: “Tive pena de não ter estado no pódio. Nós na Ferrari nós resolvemos esses problemas há algum tempo”. Sim, sabemos na Scuderia quem é o cavaleiro e o escudeiro…
Em suma, tudo se resume ao velho dualismo entre o bem maior da equipa e o egoísmo do piloto. Sobre isso, o veterano jornalista britânico Gerald Donaldson colocou no seu blog, F1 Speedwriter, uma citação de Ron Dennis, onde afirma: “Todos nós temos um intenso desejo de vencer, e esses desejos colocam-te [como director de equipa] numa situação complexa, pois traz o melhor e o pior dos indivíduos. Se conseguires encontrar as suas fraquezas, nós como equipa, poderemos compensá-lo. Daí a razão para ter uma grande estrutura atrás dele: tem a ver com o apoio da equipa ao piloto através dos mecânicos e dos engenheiros”.
Mas também há outra razão para toda esta agitação, mais profunda e do domínio psicológico: começa a existir uma certa aversão a Vettel. Por vencer constantemente, por exibir o seu contentamento quando vence – o famoso dedo indicador esticado – e por ser alemão. No último caso, as pessoas lembram-se do que foi a Formula 1 sobre o domínio de Michael Schumacher, que venceu constantemente e cometeu algumas manobras fora da lei, como em Melbourne 1994 e Jerez, em 1997. Vi muitas imagens jocosas ao longo deste dia que o colocam Vettel lado a lado com Schumacher, e de uma certa maneira começa a acumular-se um certo ódio a Vettel.
E isto tudo fez lembrar-me a confusão que foi no último GP do Brasil e a famosa manobra da Curva 3, onde muitos juraram a pés juntos que ele tinha passado sob bandeiras amarelas, porque estavam a ver o indicador no carro, quando depois foi mostrado que havia um comissário de pista a mostrar bandeira verde naquela curva. No fundo e no final, as pessoas já estão fartas de ver o alemão a vencer porque querem ver Alonso, ou Hamilton, ou outro piloto a ganhar. Não tem a ver com as manobras dele ou se ele é leal ou não. Apenas querem ver Vettel perder, porque estão fartos de o ver ganhar." (...)
Como sabem, o resultado do GP da Malásia deu pano para mangas, e muitos decidiram que Sebastian Vettel era o mau da fita neste caso, por ter desrespeitado as ordens de equipa e ter ido para cima de Mark Webber, com o objetivo de ganhar o GP da Malásia. No dia a seguir, escrevi este artigo para entregar ao responsável pelo site "Nobres do Grid", para tentar explicar as razões pelos quais houve uma tamanha aversão a Vettel, apesar de ter sido Mark Webber quem fez as manobras mais intimidantes. E claro, nesta coisa, descobrem-se algumas verdades inconvenientes...
O artigo está publicado há alguns dias, mas caso ainda não o leram, estão convidados a aparecer no site e ler o resto.
Gosto imenso do que escreves, e admiro o teu ponto de vista. Mas neste caso, estou como escreveu o Flávio Gomes do Brasil... "homem que senta à mesa, aceita um contrato e um trato, e no fim manda tudo às malvas apenas pela obsessão pessoal, indo contra aquilo que acordou, isso ,desculpe, não é de homem. Isso é traição. É faltar à palavra. Isso é ser canalha. Não tinha dito que sim a esse acordo".
ResponderEliminarE por mais que se tente justificar o óbvio, o acessório ou o concreto, isto, nunca mais lhe sai de cima. Traiu. Não cumpriu. Ele agora que se vire. Vou gostar de ver.
"Na Ferrari resolvemos esse problema a tempos"
ResponderEliminarOnde lê-se "problema" leia-se "Alonso, Massa is faster than you, so what we do??"
Estamos num estágio muito delicado em nossa querida Formula 1..