Com a terceira corrida do ano prestes a começar, em paragens chinesas, numa Xangai que está a viver mais um alerta de gripe das aves, maquinas e pilotos regressavam ao ativo três semanas depois da polémica no GP da Malásia entre os pilotos da Red Bull. E com uma qualificação aborrecida, com a estratégia a levar a melhor sobre a competição, a grande questão do dia seria saber até que ponto os pneus moles, que todos usaram na qualificação, iriam durar, dadas as regras de usagem. E sabendo-se que alguns pilotos abdicaram de fazer voltas na Q3 para ter pneus em melhor condição, como Sebastian Vettel e Jenson Button, era interessante saber até que ponto eles seriam capazes de passar alguns dos pilotos que estavam na sua frente.
A corrida começou com Hamilton a disparar para a frente, evitando ser surpreendido, com os Ferrari a serem melhores do que Kimi Raikkonen, que partira mal e tinha caido para quarto. Webber, que largava do último lugar, começou um esquema diferente e foi logo para as boxes, com pneus mais frescos.
Com as primeiras voltas, os quatro pilotos da frente descolavam do resto do pelotão e com a quinta volta, Hamilton foi superado pelos Ferraris, mostrando que os pneus moles estavam ineficazes em muito poucas voltas. Logo na sexta volta, os Mercedes foram para as boxes, e a mesma coisa aconteceu com o Toro Rosso de Daniel Ricciardo. Por aquela volta, Esteban Gutierrez falhava a travagem e batia na traseira de Adrian Sutil, conseguindo ser os primeiros abandonos da corrida.
As dez primeiras voltas foram aquilo que se esperava com os pilotos com pneus moles: foram logo para as boxes, causando confusão e incerteza nos lugares da frente. Mas com a poeira a assentar, Alonso estava na frente de Hamilton, enquanto que na frente, Nico Hulkenberg era o lider, na frente de Sebastian Vettel e dos McLaren. Mas cedo o piloto espanhol apanhou os seis primeiros e paulatinamente, os ultrapassou.
Nas voltas seguintes, Webber foi o protagonista pelas piores razões. Primeiro, um toque com Jean-Eric Vergne que danificou o seu nariz. Depois, um problema com a roda traseira direita que o fez perder tração, para acabar numa das curvas, quando essa roda ganhou vida. Pelo meio, Sergio Perez fechou a porta a Kimi Raikkonen, com este a perguntar via rádio "que raio este tio está a fazer?"
Com a 20ª volta, os McLaren de Jenson Button - com outra estrategia - estava na frente, mas com Alonso a pressionar e a passar ao comando ao fim da reta da meta. Atrás. Hamilton aguentava Raikkonen, com os dois a rodarem juntos, mas a partir dali, começava a ver-se o ritmo de Alonso, que aproveitando bem os pneus médios, apanhava Vettel e começava a distanciar-se. É a partir do meio da corrida que o espanhol mostrava-se ao mundo que ele era o melhor piloto do dia, com uma combinação de ritmo e poupança nos pneus que o colocava à frente da concorrência, apesar de Vettel estar a fazer uma boa corrida.
Por alturas da volta 30, quando Alonso já tinha mais de 15 segundos de vantagem sobre a concorrência, já se sabia que esta estava sentenciada. Atrás, os três pilotos que rodavam juntos, tinham de decidir quem é que ficava com a medalha de prata.
A parte final iria ser interessante: Vettel tinha de calçar pneus moles, mas tinha de acertar na volta para saber se compensava. Acabou por ser na volta 52, duas voltas depois de Button ter colocado os seus pneus moles. O alemão caiu para o quarto lugar e fez o seu melhor para apanhar Lewis Hamilton, mas no final - e à justa, diga-se - o inglês da Mercedes levou a melhor.
De resto, Alonso ganhou sem problemas, mostrando que num dia bom, é imbatível. Kimi Raikkonen quase cumpriu a profecia ao ser segundo classificado - o mesmo lugar onde partiu, enquanto que Lewis Hamilton ficou com o lugar mais baixo do pódio, repetindo o feito da Malásia, na frente de Vettel e Button. Felipe Massa foi apenas sexto, na frente de Paul di Resta e Daniel Ricciardo.
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