Existe uma boa razão porque deixei escapar uma biografia deste piloto: é que faz anos no mesmo dia que uma lenda do automobilismo chamada Jack Brabham. E este ano, tenho uma boa razão para fazer a biografia dele, era porque faz hoje precisamente 50 anos. Assim sendo, acho que é a melhor altura de se escrever sobre um piloto italiano que teve sucesso num lugar improvável, e que com isso conseguiu entrar na Formula 1. E cuja carreira no automobilismo teve um final abrupto devido a um acidente, mas que sobreviveu para contar a sua história. Assim sendo, hoje falo de Fabrizio Barbazza.
Nascido a 2 de abril de 1963 em Monza, a sua carreira começou cedo, no motocross. Aos 19 anos, em 1982, mudou-se para os monolugares, correndo na Formula Monza. No ano seguinte, mudou-se para a Formula 3 italiana, onde após uma temporada de adaptação, acabou no sexto lugar na temporada de 1984. Em 1985, acabou por vencer quatro provas, para terminar o ano no terceiro lugar da competição. Apesar de ser altamente competitivo, não encontrou oportunidades para correr na Formula 3000. Assim, tomou a decisão de se mudar para os Estados Unidos, correndo na Indy Lights.
Chegado lá para a temporada de 1986 para correr na Arciero Racing, adaptou-se facilmente. Tão facilmente que foi campeão da categoria, conseguindo cinco vitórias e mais dois pódios. No ano seguinte, subiu para a categoria principal, pela mesma Arciero, onde após um inicio complicado, surpreendeu toda a gente ao ser terceiro classificado nas 500 Milhas de Indianápolis. Tanto que ele se tornou no "Rookie do Ano" nessa competição, e demonstrando que por lá, para além do seu compatriota Teo Fabi, havia mais bons pilotos italianos. O carro nem sempre colaborou, mas no final do ano, conseguiu o 12º posto, com um quarto lugar em Portland como bom resultado.
Assim sendo, decidiu regressar à Europa, para correr na Formula 3000, mas nessa altura, a competição era acirrada, com grelhas com mais de 40 carros, onde não-qualificar era tão fácil como alcançar um lugar no "top ten". As três primeiras corridas pela Pavesi Racing foram um fracasso: duas não-qualificações e um 11º posto em Silverstone. Mudou-se para a Genoa Racing - a equipa que tinha sido de Ivan Capelli - e não foi bastante melhor. Em 1989 mudou-se de novo para os Estados Unidos, onde não foi melor do que um oitavo lugar em Toronto, e também se mudou para o Japão, para correr na Formula 3000 local, mas não teve melhor sorte: apenas um ponto e um 17º posto na geral.
Em 1990, regressa à Europa para correr na Crypton Racing, onde consegue os seus primeiros - e unicos pontos - na corrida de Monza, terminando-a no quarto posto. Ainda começa a temporada de 1991, mas apenas cumpre uma corrida, antes de dar o salto para a Formula 1.
A oportunidade surgiu inesperadamente quando a AGS procurava um substituto para o sueco Stefan Johansson, que após oito temporadas, decidiu abandonar de vez a Formula 1, não querendo arrastar-se mais para o final do pelotão, depois de passagens pela Onyx e Arrows. Barbazza aproveitou a oportunidade a partir do terceiro Grande Prémio do ano, em Imola, mas a equipa estava no seu estretor final, com um chassis absolutamente geriátrico. As não-qualificações acumularam-se até à Grã-Bretanha, altura em que a equipa foi obrigada a fazer as pré-qualificações. Nem aí, Barbazza conseguiu a passagem para a fase seguinte, quase nunca conseguindo superar o seu companheiro de equipa, Gabriele Tarquini. Após o GP de Espanha, em Barcelona, a AGS fechou portas e Barbazza ficou sem volante.
Assim sendo, em 1992, atravessa de novo o Atlântico para participar na CART, de novo pela Arciero Racing. Começa razoavelmente, mas falha a qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis, que nesse ano se tornara nas mais mortiferas em dez anos, com o acidente grave de Nelson Piquet e o acidente mortal do filipino Jovy Marcelo.
Não correu mais nessa temporada, mas em 1993 faz um inesperado regresso à Formula 1, ao correr pela Minardi, ao lado do brasileiro Christian Fittipaldi. A temporada começa com retiradas na Africa do Sul (um colisão com Aguri Suzuki na volta 22) e no Brasil (outra colisão, com Martin Brundle, na volta inicial), mas em Donington Park, consegue fazer uma grande corrida e termina no sexto lugar, conseguindo o seu primeiro ponto da sua carreira. E repetirá o feito na corrida seguinte, em San Marino, com outro sexto lugar.
Será um ano onde a equipa vai conseguir a maior quantidade de pontos até então, sete, mas Barbazza só tem dinheiro até o meio do ano, pois é substituido por Pierluigi Martini, julgando que este iria ser melhor do que Barbazza. Martini nunca pontuou nessa temporada.
A sua carreira na Formula 1: 20 Grandes Prémios em duas temporadas (1991, 1993) e dois pontos.
A partir daqui, Barbazza tem mais uma oportunidade para competir, e vai ser na IMSA Series americana, pois ele passa o tempo a desenhar um novo sistema de absorção de impactos. Em 1995, vai guiar em Ferrari 333SP da Euromotorsports team, onde é oitavo em Datyona e 22º em Sebring.
Mas na etapa de Road Atlanta vai ser o desastre. A 30 de abril daquele ano, Barbazza corria no seu Ferrari quando viu dois Porsches na pista, que tinham acabado de sofrer uma colisão. Ele fez um pião para evitá-los, mas ficou parado no meio da pista. Instantes depois, o Oldsmobile de Jeremy Dale bateu no seu carro em cheio, a 160 km/hora, ferindo gravemente Barbazza na cabeça e no peito. Levado para o hospital em coma, demorou mais de um ano para recuperar totalmente dos seus ferimentos, e não correu mais em termos competitivos.
A partir daí dedicou-se a desenhar barreiras de proteção e a construir uma pista de go-kart em Monza, antes de se mudar para Cuba, onde trabalha num hotel em Vila Clara. Mas não esqueceu do automobilismo, pois construiu uma pista de karting por lá.
Assim sendo, em 1992, atravessa de novo o Atlântico para participar na CART, de novo pela Arciero Racing. Começa razoavelmente, mas falha a qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis, que nesse ano se tornara nas mais mortiferas em dez anos, com o acidente grave de Nelson Piquet e o acidente mortal do filipino Jovy Marcelo.
Não correu mais nessa temporada, mas em 1993 faz um inesperado regresso à Formula 1, ao correr pela Minardi, ao lado do brasileiro Christian Fittipaldi. A temporada começa com retiradas na Africa do Sul (um colisão com Aguri Suzuki na volta 22) e no Brasil (outra colisão, com Martin Brundle, na volta inicial), mas em Donington Park, consegue fazer uma grande corrida e termina no sexto lugar, conseguindo o seu primeiro ponto da sua carreira. E repetirá o feito na corrida seguinte, em San Marino, com outro sexto lugar.
Será um ano onde a equipa vai conseguir a maior quantidade de pontos até então, sete, mas Barbazza só tem dinheiro até o meio do ano, pois é substituido por Pierluigi Martini, julgando que este iria ser melhor do que Barbazza. Martini nunca pontuou nessa temporada.
A sua carreira na Formula 1: 20 Grandes Prémios em duas temporadas (1991, 1993) e dois pontos.
A partir daqui, Barbazza tem mais uma oportunidade para competir, e vai ser na IMSA Series americana, pois ele passa o tempo a desenhar um novo sistema de absorção de impactos. Em 1995, vai guiar em Ferrari 333SP da Euromotorsports team, onde é oitavo em Datyona e 22º em Sebring.
Mas na etapa de Road Atlanta vai ser o desastre. A 30 de abril daquele ano, Barbazza corria no seu Ferrari quando viu dois Porsches na pista, que tinham acabado de sofrer uma colisão. Ele fez um pião para evitá-los, mas ficou parado no meio da pista. Instantes depois, o Oldsmobile de Jeremy Dale bateu no seu carro em cheio, a 160 km/hora, ferindo gravemente Barbazza na cabeça e no peito. Levado para o hospital em coma, demorou mais de um ano para recuperar totalmente dos seus ferimentos, e não correu mais em termos competitivos.
A partir daí dedicou-se a desenhar barreiras de proteção e a construir uma pista de go-kart em Monza, antes de se mudar para Cuba, onde trabalha num hotel em Vila Clara. Mas não esqueceu do automobilismo, pois construiu uma pista de karting por lá.
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