As 500 Milhas de Indianápolis de 2013 chegavam com uma dúvida no ar: a ideia de que poderia chover no dia da corrida, depois de a meteorologia prever que o tempo iria estar encoberto e a possibilidade de chuva ser grande. Como as corridas americanas normalmente não ocorrem durante tempo chuvoso, e como esta era uma prova que iria acontece numa oval muito veloz, a ideia de esta prova se arrastar por horas e até por dias - como aconteceu em 1973 - era uma possibilidade bem real. Contudo, com o raiar do dia, as previsões foram corrigidas e o tempo, embora encoberto, estaria seco durante o tempo da corrida.
Assim sendo, vimos o regressado Jim Nabors a cantar como é bom estar no Indiana e a filha de Tony Hulman a dizer a famosa frase: "Ladies and Gentleman, Start Your Engines!" perante o delírio dos mais de 300 mil pessoas presentes na mítica oval americana.
A largada começou normalmente, com Ed Carpenter a conseguir anter a liderança, mas o primeiro acidente na corrida foi no inicio da quarta volta, quando J.R.Hildebrand bateu forte no muro, na Curva 4, após andar atrás de James Hintchcliffe e perder o controlo. As amarelas aconteceram durante quatro voltas pois o embate do piloto americano tinha sido bem forte. Quando a corrida recomeçou, Carpenter foi assediado por Tony Kanaan e por Marco Andretti, colocando os pilotos da Andretti Autosport nos primeiros postos. Kanaan levou a melhor, nas na volta 29, foi o primeiro dos da frente a ir para as boxes.
As coisas andavam calmamente até à volta 36, quando o colombiano Sebastian Saavedra tocou no muro na Curva 4. Apesar dos estragos terem sido menores, isso foi mais do que suficiente para que as bandeiras amarelas terem sido adicionadas. A corrida só voltou para a ter sinal verde na volta 44. Ali, Carpenter manteve-se na frente de Andretti, enquanto que Sato subia lugares, passando Carlos Muñoz na volta 49.
Andretti passou para a liderança na volta 52, mas na volta 55, as bandeiras amarelas são novamente mostradas por causa de um pião de Takuma Sato. O japonês, que seguia na oitava posição, não tocou em nada e pôde prosseguir, mas no fundo do pelotão. E foi nessa altura em que o pelotão foi para as boxes, fazendo a sua segunda paragem para reabastecimento e troca de pneus.
Com o recomeço da corrida, a luta foi entre Carpenter e Hunter-Reay, com Andretti e Kanaan a espreitar. A partir desta altura, não houve grande história até à volta 113, quando os pilotos começaram a fazer a terceira ronda de reabastecimentos e troca de pneus.
Com essa passagem, a corrida seguiu fluida, tão fluida que nem parecia ser uma tipica corrida das 500 Milhas, foi faltavam as batidas que muitas das vezes decidem estratégias e corridas. Com isso, os quatro primeiros alternavam no comando: Kanaan, Muñoz, Andretti e Hunter-Reay, com o pelotão a seguir atrás e James Hintchcliffe a ficar com o comando quando os quatro primeiros iam às boxes para trocar de pneus e reabastecer.
O momento decisivo foi a sete voltas do fim, quando Graham Rahal perdeu o controlo do seu carro na saída da Curva 2, batendo no muro interior, causando a entrada do Pace Car e juntando todos os carros. Nesta altura, era Ryan Hunter-Reay o líder, mas Tony Kanaan, o "rookie" Carlos Muñoz e Marco Andretti esperavam por uma boa oportunidade para conseguir a liderança. E isso aconteceu a cinco voltas do fim, quando Kanaan, por dentro, passa o americano, enquanto que, por fora, Muñoz saltava de quarto para segundo, numa excelente manobra.
Parecia que o colombiano iria ser o principal rival de Kanaan, mas imediatamente a seguir, Dario Franchitti, o vencedor da corrida do ano passado, bate no muro da Curva 2 e a corrida acabava ali. E imediatamente, Tony Kanaan entrava na história. Depois de mais de uma década a tentar, ele era o quarto brasileiro a vencer as 500 Milhas de Indianápolis, depois de Emerson Fittipaldi (1989 e 1993), Gil de Ferran (2003) e Hélio Castro Neves (2001, 2002 e 2009). Muñoz impressionava, sendo segundo classificado, enquanto que Ryan Hunter-Reay era o terceiro, na frente de Marco Andretti.
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