Muito antes de Keke Rosberg, Mika Hakkinen ou Kimi Raikkonen, quando se associava automobilisticamente a Finlândia aos pilotos de ralis, nos anos 60 e 70, existia um piloto solitário que contrariava a tendência das classificativas, levando a bandeira da cruz azul nas pistas de todo o mundo, alcançando bons resultados. Até passou pela formula 1 onde, apesar de não ter tido resultados de relevo, ficou na memória por ser o último piloto a usar o capacete aberto num cockpit de Formula 1, em 1974. Hoje, no dia em que se comemora o 70º aniversário do seu nascimento, falo-vos de Leo Kinnunen, o primeiro finlandês na Formula 1.
Nascido a 5 de agosto de 1943 na cidade de Tampere, A carreira de Kinnunen começou no motociclismo. Mas no inicio da década de 1960, quando recebeu a licença de condução, decidiu mudar de rumo a apostar no automobilismo, e a ir onde todos os outros pilotos da sua era faziam: os ralis. Mas Kinnunen também começou a correr no Rallycross e nas corridas sobre gelo, típicos de um país cujos lagos congelavam no inverno. Com o tempo e a competitividade dos concorrentes, Kinnunen começou a destacar-se entre os demais e a alcançar resultados. Foi vice-campeão finlandês, igualando em pontos com Simo Lampinen, mas este foi melhor devido ao numero de vitórias.
Em 1967, tentou a sua sorte nas pistas, começando primeiro pela Formula 3, onde a bordo de um Brabham em segunda mão, começou a ter resultados de destaque no ano seguinte, com um chassis Titan, onde venceu várias corridas, incluindo uma mítica em Ahvenisto, onde bateu, sem apelo nem agravo, um dos mais talentosos pilotos nórdicos de então. Seu nome? Ronnie Peterson.
Em 1969, Kinnunen faz a transição completa para as pistas ao correr no Nordic Challenge. Venceu duas corridas e foi campeão. Mas onde deu nas vistas foi no recém-inaugurado circuito de Keimola, nos arredores de Helsinquia, onde perdeu a corrida a favor de Jochen Rindt. Mas a luta foi tão cerrada que atraiu as atenções da Porsche, que o convidou para testar a sua nova máquina, o 917. O teste foi noutro novo circuito, em Zeltweg, na Austria, e impressionou de tal forma que a marca alemã o contratou para correr ao lado do mexicano Pedro Rodriguez.
Em 1970, a primeira corrida em que ambos correram juntos foram as 24 Horas de Daytona, onde impressionaram no modelo 917 que acabaram por vencer a corrida. E com essa dupla, as vitórias surgiram em catadupa, acabando por ajudar a marca alemã a vencer o Campeonato de Marcas. Contudo, as vitórias eram mais de Rodriguez do que do próprio Kinnunen, pois o carro estava mais desenhado para ele, e o finlandês pouco ou nada podia fazer senão adaptar-se ao carro. Contudo, na Targa Florio desse ano, a bordo de um 908/03, aproveitando o facto de Rodriguez não poder competir devidamente por estar doente, teve a oportunidade de brilhar, acabando no segundo lugar e fazendo a volta mais rápida da corrida de 33 minutos e 36 segundos, um recorde que até hoje é válido.
Por esta altura, os seus feitos tinham despertado o interesse das equipas de Formula 1. Segundo ele conta, Jochen Rindt queria-o na Lotus na temporada de 1971, provavelmente para ser o seu substituto (Rindt tinha intenções de abandonar a competição no final daquela temporada), mas o seu acidente mortal em Monza fez com que o interesse se tenha desaparecido, e Chapman tivesse apostado em Emerson Fittipaldi e Reine Wissell. Pouco depois, Bernie Ecclestone, que era empresário de Rindt e estava em vias de comprar a Brabham, também estava interessado em Kinnunen, na condição de guiar... de graça. Sendo um piloto profissional, e mesmo sendo pago pela Porsche, o finlandês recusou a oferta.
Outra pessoa que estava interessada nos seus serviços nesse ano de 1970 tinha sido... Steve McQueen. Nessa altura, o ator americano estava a filmar "Le Mans", quando pediu à Porsche que dispusesse os serviços de Kinnunen para algumas cenas do filme. A marca alemã, contudo, recusou o pedido e ele teve de se virar para David Piper, que acabou por ter um acidente nas filmagens, que o fez perder uma das pernas.
Em 1971, Kinnunen competiu na Interserie, a bordo de um 917 inscrito por um compatriota seu, Antti-Aarnio Wihuri. As suas iniciais AAW formaram a equipa, e ele venceu o campeonato, apesar de ter visto morrer o seu companheiro Rodriguez na prova de Norisring, a 11 de julho, quando o seu Ferrari 512 da equipa de Herbert Muller bateu contra outro carro e pegou fogo. Repetiu o feito em 1972 e 1973, e pelo meio foi buscar um Porsche Carrera para competir no Rali dos Mil Lagos, antecessor do Rali da Finlândia. Conseguiu chegar ao pódio no terceiro posto, atrás apenas de Timo Makkinen e de Markku Alen.
Kinnunen voltou apenas na Suécia, onde conseguiu qualificar o carro no 25º posto, numa corrida onde apenas 24 carros é que entrariam na prova. Contudo, graças às boas relações que mantinha com os organizadores, Kinnunen foi deixado participar na prova. Por essa altura, eles sabiam que o carro não iria completar a corrida, e decidiram que iriam colocar uma quantidade minima de combustivel. A corrida de Kinnunen durou apenas oito voltas, mas não parou o carro por falta de gasolina. Uma vela mal colocada saiu do lugar e o carro parou na berma.
Até ao final da temporada, Kinnunen tentou qualificar-se para mais quatro corridas: França, Grã-Bretanha, Austria e Itália, mas sem sucesso. No final do ano, o dinheiro acabou e a sua saga na categoria máxima do automobilismo terminava por ali.
Em 1975, Kinnunen volta para a Endurance, correndo com um modelo 908 ao lado de Herbert Muller, pintado com as cores da Martini Racing. No ano seguinte, mudou de equipa e de carro, num modelo 934, onde ao lado de Egon Evertz, acabou no segundo lugar nas Seis Horas de Watkins Glen. Queria participar em 1977, mas a equipa desistiu devido a problemas financeiros. Assim sendo, Kinnunen decidiu abandonar a carreira a tempo inteiro, participando depois em eventos pontuais nos ralis na sua Finlândia natal.
Excelente recuerdo de un piloto no muy conocido en la F1, pero con muy buenas actuaciones dentro de los SP.
ResponderEliminarAbrazos!
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