A piloto espanhola Maria de Villota foi encontrada morta esta sexta-feira num quarto de hotel em Sevilha, onde iria participar num congresso. Tinha 33 anos e era filha do ex-piloto Emilio de Villota.
De acordo com a Cadena Ser, os serviços de emergência foram chamados ao hotel onde estava hospedada pelas sete da manhã, onde após algum tempo de reanimação, a declararam como morta. A imprensa afirma que não foram encontradas drogas ou sinais de violência. A família já emitiu um comunicado onde confirma a notícia, mas para já não dizem nada sobre a "causa mortis": "Queridos amigos: A Maria morreu. Foi para o Céu como todos os anjos e damos graças a Deus pelo ano e meio que ela ainda esteve entre nós. A família Villota".
A piloto espanhola estava para lançar a sua biografia na semana que vêm, com o título "A Vida é um Presente", onde falaria sobre o seu acidente em julho do ano passado e a recuperação das cirurgias que foi submetida à cabeça, para reduzir as fraturas cranianas sofridas.
Nascida a 13 de janeiro de 1980, em Madrid, era filha do piloto Emílio de Villota, que andou na Formula 1 entre 1976 e 1982, sem grandes resultados. Crescendo num ambiente automobilístico, começou a correr aos 21 anos na Formula 3 espanhola, onde ficou até 2005. Depois teve participações na Ferrari Challenge e no WTCC, entre 2005 e 2007, para em 2008 fazer uma participação na Formula 3000 Euroseries, onde foi sétima na corrida de Spa-Francochamps.
A partir do ano seguinte, participou na Formula Superleague, defendendo as cores do Atlético de Madrid, onde conseguiu alguns bons resultados, sendo o melhor um quarto lugar na segunda corrida de Nurburgring, em 2010. Por essa altura, tentava a sua sorte na Formula 1, tendo feito um teste no circuito de Paul Ricard, a bordo de um Renault R29 de 2009, no sentido de obter a Super-Licença. E no inicio de 2012, conseguiu um lugar como terceiro piloto da Marussia, esperando que pudesse ser usada para as sessões de testes que a equipa pudesse fazer.
Contudo, quando a equipa a chamou para tal tarefa... foi quando o azar aconteceu. No dia 3 de julho de 2012, a Marussia fazia testes aerodinâmicos no aeródromo de Duxbury, no sul de Ingaterra, quando a piloto pisou demasiadamente o acelerador e foi de encontro com a a porta do camião que tinha transportado o chassis até ao local. O capacete levou com todo o impacto, fazendo com que ela sofresse fraturas graves na sua cabeça, bem como a perda do seu olho direito. Socorrida de imediato - o resgate demorou mais de uma hora - e em estado grave, foi operada de emergência para reduzir as fraturas.
A sua recuperação foi lenta, mas em outubro desse ano, estava suficientemente bem para fazer a sua primeira aparição pública na revista "Hola", onde afirmou que tinha sofrido mais do que um olho perdido e fraturas cranianas: tinha perdido o sentido do olfato e do paladar, e sofria de dores de cabeça constantes, do qual afirmava que provavelmente iria passar por mais cirurgias, para resolver a sua situação. E afirmava que se recordava de tudo o que se passou:
“Lembro-me de tudo, até mesmo do momento do impacto. Quando acordei, todos estavam à minha volta e ninguém sabia se eu iria falar, ou como iria falar. Comecei a falar em inglês, porque achei que estava nos exames da FIA e que o enfermeiro era um instrutor”, começou por dizer.
“Então, meu pai me disse ‘por favor, Maria, fale em espanhol, porque sua mãe não está entendendo metade das coisas’. Foi quando fiquei ciente de tudo, do que tinha acontecido, de onde eu estava e o porquê de eu estar lá”, completou.
Quando viu as cicatrizes no seu rosto, confessou que sentiu um choque: “No começo, a lesão estava coberta, então eu não podia vê-la. A primeira vez que me vi no espelho, eu tinha 140 pontos no rosto, que pareciam costurados com corda de barco. Fiquei horrorizada”, disse. E naquela altura, revelava que ainda sentia sequelas: “Tenho dores de cabeça que ninguém sabe quanto tempo irão durar. Talvez anos. Tenho que evitar me esforçar por causa da pressão craniana. Também perdi paladar e olfato – agora, gosto das coisas com o gosto bem forte”, referiu.
Nessa entrevista ainda esperava que, num futuro mais ou menos distante, ela poderia voltar a correr. “Ainda não sei. Tudo depende da licença. Há pilotos nos Estados Unidos que perderam um olho e ainda assim têm a licença. Mas a verdade é que você perde um pouco do senso de profundidade, porque são os dois olhos que te dão perspectiva”, contou.
A partir dali, dedicou-se a contar a sua vida e à segurança rodoviária, e ela iria dar o seu testemunho nesta sexta-feira em Sevilha quando aconteceu o desfecho fatal. Ars lunga, vita brevis
A partir do ano seguinte, participou na Formula Superleague, defendendo as cores do Atlético de Madrid, onde conseguiu alguns bons resultados, sendo o melhor um quarto lugar na segunda corrida de Nurburgring, em 2010. Por essa altura, tentava a sua sorte na Formula 1, tendo feito um teste no circuito de Paul Ricard, a bordo de um Renault R29 de 2009, no sentido de obter a Super-Licença. E no inicio de 2012, conseguiu um lugar como terceiro piloto da Marussia, esperando que pudesse ser usada para as sessões de testes que a equipa pudesse fazer.
Contudo, quando a equipa a chamou para tal tarefa... foi quando o azar aconteceu. No dia 3 de julho de 2012, a Marussia fazia testes aerodinâmicos no aeródromo de Duxbury, no sul de Ingaterra, quando a piloto pisou demasiadamente o acelerador e foi de encontro com a a porta do camião que tinha transportado o chassis até ao local. O capacete levou com todo o impacto, fazendo com que ela sofresse fraturas graves na sua cabeça, bem como a perda do seu olho direito. Socorrida de imediato - o resgate demorou mais de uma hora - e em estado grave, foi operada de emergência para reduzir as fraturas.
A sua recuperação foi lenta, mas em outubro desse ano, estava suficientemente bem para fazer a sua primeira aparição pública na revista "Hola", onde afirmou que tinha sofrido mais do que um olho perdido e fraturas cranianas: tinha perdido o sentido do olfato e do paladar, e sofria de dores de cabeça constantes, do qual afirmava que provavelmente iria passar por mais cirurgias, para resolver a sua situação. E afirmava que se recordava de tudo o que se passou:
“Lembro-me de tudo, até mesmo do momento do impacto. Quando acordei, todos estavam à minha volta e ninguém sabia se eu iria falar, ou como iria falar. Comecei a falar em inglês, porque achei que estava nos exames da FIA e que o enfermeiro era um instrutor”, começou por dizer.
“Então, meu pai me disse ‘por favor, Maria, fale em espanhol, porque sua mãe não está entendendo metade das coisas’. Foi quando fiquei ciente de tudo, do que tinha acontecido, de onde eu estava e o porquê de eu estar lá”, completou.
Quando viu as cicatrizes no seu rosto, confessou que sentiu um choque: “No começo, a lesão estava coberta, então eu não podia vê-la. A primeira vez que me vi no espelho, eu tinha 140 pontos no rosto, que pareciam costurados com corda de barco. Fiquei horrorizada”, disse. E naquela altura, revelava que ainda sentia sequelas: “Tenho dores de cabeça que ninguém sabe quanto tempo irão durar. Talvez anos. Tenho que evitar me esforçar por causa da pressão craniana. Também perdi paladar e olfato – agora, gosto das coisas com o gosto bem forte”, referiu.
Nessa entrevista ainda esperava que, num futuro mais ou menos distante, ela poderia voltar a correr. “Ainda não sei. Tudo depende da licença. Há pilotos nos Estados Unidos que perderam um olho e ainda assim têm a licença. Mas a verdade é que você perde um pouco do senso de profundidade, porque são os dois olhos que te dão perspectiva”, contou.
A partir dali, dedicou-se a contar a sua vida e à segurança rodoviária, e ela iria dar o seu testemunho nesta sexta-feira em Sevilha quando aconteceu o desfecho fatal. Ars lunga, vita brevis
Gran tristeza. :(
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