A corrida à presidência da FIA tornou-se desde hoje num passeio triunfal para Jean Todt. O britânico David Ward, que se candidatara em setembro contra o dirigente francês, decidiu retirar a sua candidatura por criticar a transparência da corrida eleitoral ao orgão máximo do automobilismo mundial. Numa carta enviada aos clubes um pouco por todo o mundo, Ward explicou as razões pelos quais não conseguiu angariar os apoios suficientes para a sua candidatura:
“Durante muitos anos, a FIA teve problemas em aceitar reformas na sua fora de governo", começou por dizer Ward na sua carta. "Demasiadas vezes, a entidade dá um passo em frente para depois dar dois passos atrás. Isto foi claro nesta atual campanha, desde as listas, bem mais pequenas do que em 2009, mas agora existe um novo requirimento que obriga a aprovação minima de 26 clubes. A eligibilidade, que antes era de 23, passou agora para 37, o mais elevado da história da FIA".
“Para além disso, a necessidade de obter sete vice-presidentes para a área desportiva passou agora a ser uma eleição para todas as regiões desportivas abrangidas pela FIA. Para além disso, os acordos entre federações regionais, que declaram o seu apoio em avanço, antes da abertura de qualquer processo eleitoral faz com que seja bastante dificil a qualquer candidato de conseguir os vice-presidentes necessários para completar a lista. Isso deixou - por exemplo - que no caso das federações americanas, onde das doze federações do qual fazem parte tenham assinado um acordo no passado mês de março para apoiar Jean Todt. E isso faria com que qualquer federação que mostrasse simpatia com a minha candidatura, tivesse de quebrar esse acordo anterior. É compreensivel que mostrassem a sua relutância nesse campo."
Ward deseja que a falta de candidaturas na eleição para a presidência da FIA faça com que haja um movimento para que existam alterações nos estatutos da mesma no futuro:
“A minha candidatura nestas eleições não foi motivada por ambição pessoal. A minha preferência era para que tivesse havido um presidente de algum clube para o cargo executivo, que depois nomearia um novo chefe. É por isso que sempre me descrevi como um candidato relutante. O que fiz nesta campanha foi para encorajar o debate sobre as falhas que existem no sistema governativo da FIA. Estou satisfeito pelo facto de esse debate ter acontecido", concluiu.
As eleições acontecerão a meio de dezembro, em Paris.
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