Ouvida a opinião da equipa médica que acompanha Michael Schumacher na conferência de imprensa desta manhã, é bom ler uma interpretação do que se passa por lá. E neste momento, o melhor especialista nesse assunto é um médico. Neurocirurgião, de preferência. E inevitavelmente, ler o que o Dr. Gary Hartstein têm a dizer tornou-se incontornável. E ao ler a sua atualização mais recente no blog, cheguei à conclusão de que se não fosse o capacete, por exemplo, Schumacher era um homem morto. E mesmo com o capacete colocado, o seu estado era gravíssimo, e foi a agilidade dos médicos que o salvaram.
Eis o que escreveu hoje:
1. Michael está em MUITO boas mãos. Não interessa se o neurocirurgião é ou não famoso, que isso não é uma mais-valia no tratamento. O que interessa saber é que esta gente é muito boa a fazer o trabalho e estão em contacto permanente com a família. Já agora, a decisão de fazer uma segunda intervenção para evacuar o segundo hematoma intracerebral faz sentido para mim. Mas falarei disso mais abaixo.
2. Parece retrospectivamente que a pressão intracraniana de Michael era procupantemente e persistentemente alta ontem, apesar do retalho ósseo do lado direito não ter sido totalmente fechado na operação de domingo. O problema da pressão intercraniana era tão grande que consideraram fazer uma intrevenção mais profunda só para poderem ou não verificar que as leituras dadas pelos "scans" eram ou não condizentes. Assim sendo, a decisão foi tomada para ganhar algum espaço, e também drenaram o que aparentemente era um hematoma superficial do lado esquerdo. Geralmente, são deixados sozinhos [para se curarem por si mesmos], era isso que tinham decidido (razoavelmente) não tocar este. Mas, dado o problema da pressão intracranaiana, e como o cérebro agora está menos "zangado" foi decidido evacuar este hematoma, especialmente porque isso significava abrir um retalho ósseo fora do lado esquerdo.
3. Isso me leva a insistir sobre o quão doente estava Michael ontem. Esta gente estavam a fazer tudo o que conheciam para o ajudar, e eles merecem muito crédito. Ontem, a vida dele estava SÉRIAMENTE em perigo, e ele ontem, era monitorizado minuto a minuto.
Por fim, acho que podemos dizer que:
A) recolocar todos os relógios de contagem regressiva a zero (hora de reduzir a sedação, é hora de retirar a ventilação, etc).
E B) insistir em quão severamente Michael está ferido. Sejam pacientes. Isso vai levar muito, muito tempo.
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