A partir de quarta-feira, a Formula 1 começará a testar no circuito barenita de Shakir o primeiro de duas baterias de testes antes da ronda inaugural, a 16 de março, no circuito australiano de Melbourne. Mas a vinda da Formula 1 ao pequeno emirado do Golfo coincide com a passagem do terceiro aniversário da rebelião da maioria xiita contra a família real, de origem sunita, e que causou duas mortes, entre os quais, um policia, vitima de uma explosão causada por uma bomba no meio da estrada. Outros três policias ficaram feridos.
A violência no emirado é neste momento de baixa intensidade, o que pode levar a pensar na ilusão de que as coisas se acalmaram. Bem pelo contrário: as tensões mantêm-se entre ambas as etnias e as prisões de ativistas continuam. Segundo a Amnistia Internacional, mais de três mil pessoas estão presas devido a crimes de ordem politica. E as Nações Unidas ainda não conseguiram que o seu relator para a Tortura visitasse o país, depois de ter feito esse pedido em abril do ano passado.
A agitação social pode não danificar a passagem da Formula 1 desta vez, mas o facto do governo ter apostado todas as suas fichas no automobilismo para mostrar ao mundo que as coisas estão calmas poderá ser um "magneto" para a oposição e os ativistas, demonstrando que não vão querer a Formula 1 por aquelas bandas, afirmando que "estão a fazer o jogo do governo". E é verdade: o grande impulsionador do automobilismo é o herdeiro da coroa, da familia al-Khalifa.
Por agora, podemos pensar que as coisas acontecerão sem problemas, quer agora, quer no final deste mês, mas a 6 de abril, a Formula 1 vai ao Bahrein, para pela primeira vez, correr à noite. A ideia é celebrar o décimo aniversário do Grande Prémio, mas como têm acontecido desde 2012, os ativistas da oposição irão fazer o possivel para perturbar. E claro, o governo fará a sua "ilha de segurança" para assegurar que tudo acontece sem problemas. Faz lembrar muito quando a Formula 1 era a unica entidade desportiva que ia à Africa do Sul no tempo do "apartheid"...
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