A Autosport portuguesa anda a contar por estes dias várias "estórias" que aconteceram ao longo de 2013 nos bastidores da Formula 1. Depois de ontem ter falado sobre o "contributo escondido" de Robert Kubica nas performances da Mercedes, hoje falou sobre as tensões que aconteceram entre Fernando Alonso e a Ferrari, e como Luca de Montezemolo não esteve muito longe de despedir Fernando Alonso devido às polémicas que ele arranjou ao longo da temporada, especialmente depois do seu "manager" ter sido visto a rondar nas "motorhomes" da Red Bull.
O relacionamento alcançou um momento de tensão nas vésperas do GP de Itália, em Monza, e foi devido aos bons oficios de Piero Lardi Ferrari, o filho do "Commendatore", que Alonso não acabou despedido. É que, se antes o espanhol tentou forçar a barra na "Scuderia" por algumas vezes - seja forçando a saída de Stefano Domenicalli, aquele incidente na qualificação da corrida italiana fez com que Montezemolo considerasse uma medida radical, já que tinha contratado Kimi Raikkonen.
Eis a "estória", contada na íntegra:
O relacionamento de Fernando Alonso com os responsáveis da Ferrari sofreu alguns abalos durante a temporada passada, de cada vez que o espanhol criticava o desempenho do F138 e a sua falta de desenvolvimento, ao mesmo tempo que insistia que estava a pilotar melhor do que nunca – versão que só alterou já depois do final da época quando admitiu que, em alguns momentos de 2013, ficou longe dos seus melhores desempenhos.
Depois do espanhol ter disparado abertamente contra a equipa no final do GP da Hungria, numa altura em que tentava forçar a saída de Stefano Domenicali da Scuderia, Luca di Montezemolo criticou em público o seu piloto, mas depois duma reunião antes do GP de Itália, a situação pareceu estabilizar. Só que um problema na qualificação em Monza levou o espanhol a explodir via rádio, com direito a difusão mundial em directo, deixando Montezemolo à beira dum ataque de nervos.
O presidente da Ferrari tinha como missão em Monza dar a saber a Massa que o seu contrato não iria ser renovado, pois já tinha contratado Raikkonen, mas a reacção de Alonso levou-o a adiar a reunião. Bem colocados, num plano próximo daquele em que Massa, juntamente com a esposa e o filho, esperavam por Montezemolo e Domenicali no segundo piso da motorhome da Ferrari, ficamos – Mark Hughes, do Autosport inglês, Alberto Antonini, do Autosprint e Michael Schmidt, da Auto Motor und Sport e eu – a ver o que se passava.
Sempre acompanhado por Piero Lardi Ferrari – com um sorriso permanente nos lábios à medida que o embaraço de Montezemolo aumentava, pois não tem grande estima pessoal pelo presidente da Ferrari – o patrão da Scuderia voava entre as boxes, a motorhome, os microfones das televisões italianas que lhe são próximas e a salinha onde estavam os acompanhantes de Alonso, sem nunca ter sossego e decidir o que fazer com Massa.
O brasileiro esperou, esteve longos minutos a falar com Domenicali e outros responsáveis da Scuderia, enquanto Montezemolo tentava decidir se valia a pena despedir Alonso pela sua insolência ou engolir mais uma cena pública. Acabou por decidir esperar mais alguns dias para resolver a situação, apeando Massa e confirmando o espanhol, mas só depois de ter deixado bem claro que Alonso tinha perdido crédito e todo o direito de criticar em público a Ferrari – ao ponto de em 2014 o espanhol não poder referir-se à sua equipa na conta twitter que tantos dissabores já deu aos responsáveis da Scuderia.
Por tudo isto se percebe que a ‘latitude’ de Alonso na Ferrari está longe de ser a mesma de quando entrou, e por isso vai ser curioso ver como tudo se passará esta época.
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