A última bateria de testes da pré-época regressou hoje a paragens barenitas, e parece que não há novidades ditas... "dramáticas". Os carros com motores Mercedes continuam na frente, e os com motor Renault estão na cauda do pelotão, com tempos tão baixos que se começou a discutir se eles alcançarão a margem dos 107 por cento na primeira corrida do ano, em Melbourne. Provavelmente algumas pessoas começaram a imaginar a ideia de um "escândalo" relacionado com a não comparência de quatro, cinco ou mais carros, porque eles se transformariam uma "chicane móvel", causando perigo para toda a gente.
Bom, na realidade... não é bem assim. Mentes mais perversas poderiam fazer uso da regra dos 107 por cento para eliminar concorrência indesejável, mas na realidade, nenhuma das equipas está a andar nessa zona. As diferenças podem ser grandes, de facto, e algumas equipas poderão acabar a corrida de abertura do mundial com quatro ou cinco voltas de atraso em relação ao vencedor, mas ninguém seria excluido da prova por causa disso. Porque não são suficientemente lentos.
O artigo em questão - Artigo 36.1 do Regulamento Desportivo da FIA - é claro. Ele afirma que "durante a Q1, qualquer piloto cuja melhor volta de qualificação for superior a 107% do melhor tempo definido durante a sessão, ou que não consegue definir um tempo, não será autorizado a participar na corrida. No entanto, em circunstâncias excepcionais, o que pode incluir o estabelecimento de um tempo de volta adequado numa sessão de treinos livres, os comissários podem permitir que o carro participe na corrida. Deve haver mais do que um condutor aceite deste modo, a ordem da grelha irá ser determinada pelos comissários desportivos".
O Joe Saward, no seu blog, fala hoje sobre esse assunto e fez uma comparação aos tempos que fizeram durante os testes da semana passada em solo barenita.
"Os últimos testes no Bahrein mostraram que a situação não é tão terrível como se julga. No primeiro dia do teste, o tempo mais rápido foi um 1.36,880 segundos, o que significava um tempo de volta acima de de 107 por cento seria de 1.43,661 segundos. Todos os carros que completaram mais de 10 voltas alcançaram este tempo de volta. No segundo dia, o limite de 107 por cento era de 1.41,553 segundos e naquele dia os dois carros que não alcançaram esse limite, tinham feito menos de 20 voltas cada um. No terceiro dia, o limite foi reduzido a 1.40,861 segundos. O único homem que fez um número razoável de voltas acima do limite dos 107 por cento foi o sueco Marcus Ericsson (Caterham), mas ele estava fazendo simulações de corrida e não tentava fazer tempos para qualificação. No dia quatro do teste, o limite estava em 1.39,812 segundos e mais uma vez quem tinha mais de 20 voltas feitas, alcançou esse limite.
Tendo em conta que haverá três sessões de treinos livres antes da qualificação australiana e os comissários da FIA têm o poder discricionário que inclui voltas estabelecidas nestas sessões, é mais do que claro que a regra de 107 por cento é muito pouco provável que cause problemas em Melbourne."
Em suma: há problemas, mas não estamos a lidar com chicanes móveis. E é mais do que provável que as equipas afetadas estejam em contra-relógio para resolver os problemas prementes antes da corrida australiana. Mas que a Red Bull. Lotus ou a Toro Rosso vão ter tempos dificeis, é um facto. Veremos se saberão recuperar desses problemas e tentar contrariar o facto de que não vão ter quaisquer hipótese de vitória ou sequer de pódio.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...