quarta-feira, 19 de março de 2014

Bólides Memoráveis - Tyrrell 011 (1981-83)

É o bólide que vai dar a Ken Tyrrell as suas últimas vitórias na Formula 1. Um carro simples, mas eficaz, bem desenhado e a aproveitar da melhor forma a aerodinâmica, já que o motor Cosworth começava a ser pouco potente perante os motores Turbo. Hoje, mais de 30 anos depois de ter corrido, falo sobre o Tyrrell 011.

O carro foi desenhado por Maurice Philippe, com a ajuda de Brian Lisles. Era uma evolução do modelo 010 e era monolugar de simples conceção, feito de alumínio, com uma caixa de velocidades Hewland de cinco velocidades e com uma firmeza aerodinâmica que o tornava num carro simples, mas eficaz. Contudo, e especialmente nos circuitos mais velozes, ele não conseguia competir contra a crescente potência dos motores Turbo, pois o velho madeireiro ainda usava o motor Ford Cosworth V8. 

O carro estreia-se num circuito veloz: Hockenheim, na Alemanha. Guiado inicialmente pelo americano Eddie Cheever, qualifica o carro no 18º posto da grelha, mas faz uma boa exibição, terminando a corrida no quinto lugar, ganhando dois pontos. Um segundo chassis fica pronto no GP de Itália, para o italiano Michele Alboreto, mas não conseguem mais pontos até ao final da temporada de 1981.

Em 1982, o carro recebe pequenos melhoramentos e calça pneus Goodyear (em 1981, tinham pneus Avon), e começa a temporada com bons resultados nas primeiras corridas do ano, graças a Alboreto. Um terceiro posto em Imola e dois quartos lugares em Jacarépaguá e Long Beach fazem com que chegue a estar no quarto lugar da geral. O seu companheiro de corrida, o sueco Slim Borgudd, corre nas três primeiras provas do ano, mas é substituído em Imola pelo britânico Brian Henton.

A meio do ano, as performances da equipa melhoram, com Henton conseguir a volta mais rápida no GP da Holanda, enquanto que Alboreto continua a pontuar, mas é na última corrida do ano que o italiano brilha, quando consegue a vitória e a volta mais rápida na última corrida do ano, nas ruas de Las Vegas. No final, a equipa consegue 25 pontos e o sexto lugar no campeonato de condutores, enquanto que Alboreto classifica-se no oitavo lugar da geral. 

Na temporada de 1983, com a modificação nos regulamentos, a Tyrrell tem de reconstruir o seu carro, enquanto que começa a desenhar o seu sucessor, o 012. Contudo, só ficará pronto mais para o meio do ano. Na equipa, Henton será substituído pelo americano Danny Sullivan.

O carro já acusa a falta de potência, ficando no meio do pelotão nos circuitos mais velozes, mas é nos circuitos citadinos que dá cartas. Nas ruas do Mónaco, Sullivan consegue um quinto lugar, conseguindo os seus primeiros (e únicos) pontos da sua carreira, enquanto que Alboreto - que fica pela terceira temporada consecutiva na equipa – consegue uma nova vitória nas ruas de Detroit. Mais tarde, essa ficou nos livros de história, pois era a última do motor Cosworth DFV V8 atmosférico, uma aventura que começara 16 anos antes, no GP da Holanda de 1967. Mas também torna-se na última da história da Tyrrell.

A equipa continua com o modelo até ao GP da Austria, que é quando fica pronto o modelo 012, que será guiado por Alboreto. Sullivan andará com o chassis 011 por mais três corridas, usando-o pela última vez em Monza, palco do GP de Itália.


Ficha Técnica:

Chassis: Tyrrell 011
Projetista: Maurice Philippe
Motor: Cosworth DFV V8 de 3 litros
Pneus: Avon (1981) e Goodyear
Pilotos: Michele Alboreto, Eddie Cheever, Slim Borgudd, Brian Henton, Danny Sullivan
Corridas: 35
Vitorias: 2 (Alboreto 2)
Pole-positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 2 (Alboreto 1, Henton 1)
Pontos: 38 (Alboreto 34, Cheever 2, Sullivan 2)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...