Acho que todos sabem que as coisas na Formula 1 por estes dias não andam "na paz do Senhor". São as reclamações do barulho dos motores, é a guerra surda entre Bernie Ecclestone e Jean Todt, é o facto da Formula 1 estar tão dependente de dinheiros russos que muito provavelmente, temos duas equipas com a "corda na garganta" por causa desse dinheiro russo, agora congelado devido ao que se passa numa Ucrânia que a cada dia que passa, está à beira de uma guerra civil - e provavelmente, de uma invasão russa - e agora, temos uma situação que poderá agravar as coisas.
Não, não é o julgamento de Bernie Ecclestone - é só a partir do dia 24 - mas sim a ideia de um teto orçamental entre as equipas. É a mais recente frente de batalha entre Ecclestone e Todt. Ideia do presidente da FIA, ela surge devido à necessidade de evitar o disparo dos custos dentro da categoria máxima do automobilismo. Toda a gente sabe que há pelo menos três equipas com dificuldades de se manter, e têm salários em atraso para fornecedores, pilotos e mecânicos. E nestes últimos dias, surgiram noticias preocupantes nesse sentido. E não falo só da historia da dependência do dinheiro russo: surgiram nesta quarta-feira rumores de uma possível greve dos pilotos, devido aos salários em atraso que alguns pilotos têm, especialmente os que passaram pela Sauber e Lotus, desde 2012.
Aparentemente, isso foi acordado numa reunião entre os pilotos da GPDA, no inicio do ano, e do qual os pilotos afiliados assinaram um documento onde pressionaram as equipas para que resolvam os problemas que têm entre mãos, caso contrário, poderiam recorrer à greve durante uma sessão de treinos livres, pelo menos. Isto, porque querem guardar o maior trunfo para mais tarde: uma greve na corrida, como aconteceu em Kyalami, em 1982.
E é por isso e por muito mais que as quatro pequenas equipas (Caterham, Marussia, Sauber e Force India) decidiram assinar uma carta a Bernie Ecclestone e Jean Todt, queixando-se das decisões do "Strategy Group", regidas pelas cinco grandes equipas mais a Williams (por razões históricas) e que, à pressão de Bernie Ecclestone, vetaram a ideia de um teto orçamental a rondar os 150 milhões de dólares. Irónicamente, duas dessas equipas - uma delas, como sabem, é a Lotus-Renault - sofrem com problemas de orçamento, mas alinharam com o veto para não mostrar devisão dentro desse Strategy Group. Nessa carta "de conteúdo explosivo", segundo conta o jornal alemão Sport Bild, conta que desejam uma reunião urgente e que, caso não sejam ouvidas as suas reivindicações, o pelotão da Formula 1 será "dramaticamente encolhido". E querem uma reunião já neste fim de semana do GP da China.
Uma fonte da Red Bull falou sobre o assunto na Sport Bild: " [O conteíudo da] carta é tão explosivo e também é justificada. Precisamos mudar alguma coisa, a começar por uma distribuição mais justa do dinheiro, de modo que as equipas menores obtenham mais do bolo. Precisamos também de tornar o nosso desporto mais atraente, a fim de atrair mais patrocinadores".
Sobre o mesmo assunto, Bob Fernley, da Williams, revelou ao The Guardian que “foi dado poder a cinco equipas esquecendo por completo as outras seis, deixando no ar o aviso que a grelha da Formula 1 pode diminuir drasticamente se não forem tomadas medidas para controlar os custos." começou por comentar.
“Todas as equipas suportaram o aumento de custos com as novas regras mas só cinco delas receberam uma parcela desproporcional do dinheiro que vem para a Formula 1. Desta forma é inevitável que as equipas mais pequenas caiam…", concluiu.
Sobre o teto orçamental, o jornalista britânico Joe Saward falava esta quarta-feira no seu blog da sua necessidade e dos seus benefícios:
"A melhor maneira de fazer com que as grandes equipas concordem com um teto orçamental é para as equipas mais pequenas anunciarem que eles concordaram com um limite entre si (com um número a ser algo parecido com o maior orçamento que eles têm entre eles). Se for dada a devida publicidade e uma deles ainda estiver a bater o pé as grandes equipas - a Force India é o candidato mais óbvio nesta temporada - então é inevitável que eventualmente alguém nos conselhos das grandes equipas vão começar a fazer perguntas sobre por que eles estão investindo tanto neste desporto e serem batidos por equipas que gastam uma fração desse dinheiro. Isso vai criar uma pressão de cima para as grandes equipas no sentido de reduzir os seus custos e com isso, as pequenas equipas e a FIA poderiam escrever algumas regras sobre o controle orçamentário.
Uma vez que isso feito, as grandes corporações não se atreveriam a gastar mais do que o limite, correndo o risco de serem denunciados (e até mesmo acusados). Isso seria suficientemente dissuasor. Também seria uma boa oportunidade para mostrar a eficiência a todos os interessados e, assim, tornar a Formula 1 mais atraente para outras pessoas que se espantam com a falta de limitações financeiras. A situação atual está sendo mantida pelas equipas mais fortes por razões puramente egoístas, e nenhum deles realmente se importa o que acontece com o desporto a longo prazo, pois todos eles têm outros negócios principais e partirão, caso eles não gostam de certas regras e regulamentos. Se a Fórmula 1 tem de perder alguns desses "grandes jogadores egoístas", então que assim seja, mas todos eles estão na Formula 1 porque lhes oferece ganhos significativos e, portanto, a longo prazo, é lógico que todos eles concordam num teto salarial e cumpri-lo."
Já há uma reação: o Conselho Mundial decidiu reunir-se a 1 de maio para discutir este e os outros assuntos que estão a mexer com a Formula 1, pois eles já têm consciência de que, pelo menos, tem de se discutir este assunto pois caso contrário, esta categoria do automobilismo poderá entrar um espiral descendente onde os custos saem fora de controlo e em poucos anos, poderá ser uma pálida sombra de si mesma: elitista e demasiadamente gastadora. O problema é saber como convencer os "grandes jogadores egoístas" que isto é benéfico para eles. Ou será que Jean Todt prefere esperar pelo Tempo e os tribunais que façam o que têm a fazer?
Creio que toda a gente está a dizer que é tempo de ação. Inevitavelmente, com ou sem ela, os temos na Formula 1 serão agitados.
Sobre o mesmo assunto, Bob Fernley, da Williams, revelou ao The Guardian que “foi dado poder a cinco equipas esquecendo por completo as outras seis, deixando no ar o aviso que a grelha da Formula 1 pode diminuir drasticamente se não forem tomadas medidas para controlar os custos." começou por comentar.
“Todas as equipas suportaram o aumento de custos com as novas regras mas só cinco delas receberam uma parcela desproporcional do dinheiro que vem para a Formula 1. Desta forma é inevitável que as equipas mais pequenas caiam…", concluiu.
Sobre o teto orçamental, o jornalista britânico Joe Saward falava esta quarta-feira no seu blog da sua necessidade e dos seus benefícios:
"A melhor maneira de fazer com que as grandes equipas concordem com um teto orçamental é para as equipas mais pequenas anunciarem que eles concordaram com um limite entre si (com um número a ser algo parecido com o maior orçamento que eles têm entre eles). Se for dada a devida publicidade e uma deles ainda estiver a bater o pé as grandes equipas - a Force India é o candidato mais óbvio nesta temporada - então é inevitável que eventualmente alguém nos conselhos das grandes equipas vão começar a fazer perguntas sobre por que eles estão investindo tanto neste desporto e serem batidos por equipas que gastam uma fração desse dinheiro. Isso vai criar uma pressão de cima para as grandes equipas no sentido de reduzir os seus custos e com isso, as pequenas equipas e a FIA poderiam escrever algumas regras sobre o controle orçamentário.
Uma vez que isso feito, as grandes corporações não se atreveriam a gastar mais do que o limite, correndo o risco de serem denunciados (e até mesmo acusados). Isso seria suficientemente dissuasor. Também seria uma boa oportunidade para mostrar a eficiência a todos os interessados e, assim, tornar a Formula 1 mais atraente para outras pessoas que se espantam com a falta de limitações financeiras. A situação atual está sendo mantida pelas equipas mais fortes por razões puramente egoístas, e nenhum deles realmente se importa o que acontece com o desporto a longo prazo, pois todos eles têm outros negócios principais e partirão, caso eles não gostam de certas regras e regulamentos. Se a Fórmula 1 tem de perder alguns desses "grandes jogadores egoístas", então que assim seja, mas todos eles estão na Formula 1 porque lhes oferece ganhos significativos e, portanto, a longo prazo, é lógico que todos eles concordam num teto salarial e cumpri-lo."
Já há uma reação: o Conselho Mundial decidiu reunir-se a 1 de maio para discutir este e os outros assuntos que estão a mexer com a Formula 1, pois eles já têm consciência de que, pelo menos, tem de se discutir este assunto pois caso contrário, esta categoria do automobilismo poderá entrar um espiral descendente onde os custos saem fora de controlo e em poucos anos, poderá ser uma pálida sombra de si mesma: elitista e demasiadamente gastadora. O problema é saber como convencer os "grandes jogadores egoístas" que isto é benéfico para eles. Ou será que Jean Todt prefere esperar pelo Tempo e os tribunais que façam o que têm a fazer?
Creio que toda a gente está a dizer que é tempo de ação. Inevitavelmente, com ou sem ela, os temos na Formula 1 serão agitados.
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