Os dois primeiros dias do Rali SATA Açores, que faz parte do calendário europeu de ralis, estão a ser bem agitados, com uma quantidade de líderes e a acabar o dia com... um aniversariante. O português Bernardo Sousa, no seu Ford Fiesta RRC, terminou o dia no comando, depois de ver os principais favoritos, o irlandês Craig Breen e o holandês Kevin Abbring, ficarem pelo caminho, bem como o herói local, Ricardo Moura.
O dia de ontem começou com as três primeiras classificativas, e com todos colados um no outro. Craig Breen, no Peugeot 208 T16 tinha uma vantagem de 0,9 segundos sobre o polaco Kajetan Kajetanowicz, no Ford Fiesta R5, que venceu a derradeira especial desta quinta-feira, a de Marques. Kevin Abbring era o terceiro, a 3,5 segundos do líder e seu companheiro de equipa, da mesma forma que não tinha margem de descanso para o seu mais direto perseguidor, o português Ricardo Moura, que estava a 1,5 segundos dele.
Bernardo Sousa e Bruno Magalhães, outros dois portugueses em prova, acabavam esse dia no quinto e sexto postos, respectivamente. O primeiro, que tinha começado mal o rali devido a problemas elétricos no "shakedown" foi obrigado a abrir a estrada, logo sofrendo um 2handicap" que voltaria a ter na sexta-feira, enquanto para Magalhães, a falta de juventude e a mais reduzida capacidade de tração do seu Peugeot 207 S2000 nos pisos mais escorregadios face a carros mais evoluídos (o seu 208 T16 ainda não está pronto) criava problemas de competitividade, e ficava-se pelo sexto posto no final do primeiro dia.
O segundo dia de rali, nesta sexta-feira, tinha oito especiais onde se veria como é que andariam os pilotos perante as classificativas de terra da ilha de São Miguel, e começou mal... para o herói local. Ricardo Moura (que estreava aqui o seu novo Ford Fiesta R5) bateu contra uma pedra e danificou uma roda, sendo forçado a parar. Mas não esteve sozinho, pois o polaco Kajetan Kajetanowicz também acabou por abandonar. Na frente, Breen segurava a concorrência e no final da manhã, ao sétimo troço do rali, apesar de um toque que lhe causou um furo, tinha uma vantagem de 7,8 segundos sobre Kevin Abbring, que estava a ter os seus problemas com os travões.
Com os problemas dos outros, o grande beneficiado era Bernardo Sousa, que resolvidos os seus problemas elétricos, era agora terceiro e ganhava especiais à geral, como a de primeira passagem por Sete Cidades. Atrás, Bruno Magalhães enfrentou problemas com um furo, que se agudizaram na derradeira especial da manhã, a qual o piloto do Peugeot 207 S2000 teve que iniciar furado, perdendo quase minuto e meio. Com isto, quem saía beneficado era Vasily Gryazin, que era agora quarto, com um Ford Fiesta R5.
A tarde começou com Abbring a vencer e a ganhar tempo a Breen, com Bernardo Sousa a ter terceiro, já com uma desvantagem de 40 segundos sobre o piloto irlandês. Mas mais adiante, haveria problemas: Breen ganharia a oitava especial, mas o seu motor "calou-se" e foi definitivo. Golpe de teatro e o lider era Abbring, com Bernardo Sousa a aproximar-se rapidamente, mas não de forma a incomodar o holandês.
Mas na penultima classificativa do dia, Abbring tinha problemas com a sua direção assistida. A liderança, que era de 21 segundos, reduziu-se drasticamente à medida que ele lutava com os seus problemas, e Sousa o apanhou na classificativa de Lagoa, ficando agora com uma vantagem de 6,2 segundos, o que dará uma luta bem interessante para o último dia do rali.
Na terceira posição estava Valeri Gryazin, cujo Ford Fiesta S2000 foi trepando na classificação à custa de o azar de outros pilotos. Na última especial, bateu Bruno Magalhães porque o seu Peugeot 207 S2000 sofreu um furo a meio da etapa. Isso tudo, acumulado às francas dificuldades com o motor do Peugeot a sobreaquecer devido à perda de água, e com o piloto a pensar se conseguiria atingir o Parque de Assistência final.
Mas mesmo assim, era um piloto feliz no final do dia: "Estou muito satisfeito. Nunca pensei conseguir fazer com este carro tempos tão bons e tão próximos dos carros da nova categoria. É uma satisfação enorme que superou todas as nossas expectativas", começou por dizer. "Depois do que vimos hoje, amanhã tudo pode acontecer. Vamos continuar ao ataque. Só temos a ganhar", concluiu.
Pedro Meireles é o quinto, mas hoje conseguiu vencer a classificação nacional, beneficiando da desistência de Ricardo Moura. Adruzilo Lopes foi o unico adversário de monta, mas um toque com a traseira do seu Subaru Impreza R4 o fez perder tempo, beneficiando o piloto de Guimarães. Com isto, ganhou um avanço de 64,5 pontos sobre Moura e muito provavelmente, terá o Nacional na mão, apesar de faltar meia temporada.
O Rali dos Açores terminará amanhã, com cerca de 100 quilómetros contra o cronometro num total de seis especiais de classificação.
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