1905: A ÚLTIMA GORDON BENNETT
Quando Léon Théry venceu em terras alemãs a Gordon Bennett Cup e deu à França o direito de receber e organizar o seu troféu, a ACF decidiu que era a altura de mostrar o seu desagrado por esta competição, que para eles, era uma barreira para o desenvolvimento da sua crescente industria automobilística, a maior do mundo. Para eles, a ideia de uma competição estrita a países, com inscrições limitadas, não espelhava aquilo que se passava nesses países, e eles sempre pensaram que era um ultraje competir contra outros paises, cuja industria automobilística estava bem mais atrasada do que os deles. O que já não era verdade, graças aos exemplos da alemã Mercedes e da italiana Fiat, por exemplo.
Assim sendo, a ACF pensava em fazer uma corrida, mais aberta a todos, sem limite de inscrições por país e baseada apenas nos regulamentos, do qual eles chamariam de "Grande Prémio do Automóvel Clube de França". Tentando aplacar os possiveis protestos dos outros paises, o ACF disse que a Taça poderia ser realizada dentro do Grande Prémio, e um prémio de cem mil francos, dado pelo jornal "L'Auto" chegou a ser implementado. Mas quando os planos foram revelados, a tempestade surgiu, com os outros países a protestarem essas ideias.
Uma comissão internacional foi chamada para resolver o problema, e recomendou que ambas as provas fossem feitas separadamente. Contudo, o ACF achou por bem que iria abandonar os planos para um Grande Prémio por agora, pois duvidavam de uma aprovação governamental de ambas as provas. Contudo, deixou um aviso: que essa seria a sua última participação na competição e que em 1906 iria organizar o seu Grande Prémio.
Grã-Bretanha e França fizeram as suas provas de seleção, com a primeira a usar a Ilha de Man como cenário, enquanto que a segunda decidiu construir um circuito nos arredores de Clermont-Ferrand. Na corrida de eliminação britânica, as coisas foram mais calmas e os escolhidos foram os Wolesley de Charles Rolls e de Cecil Bianchi, e o Napier de Clifford Earp.
Mas a corrida francesa foi mais complicada. O circuito, desenhado nas estradas de Auvergne, era complicada e cheia de curvas e as construtoras optaram por várias soluções para levar a melhor, desde um carro baixo (Renault), como o carro mais leve (Darracq) ou colocar um motor enorme e potente de 130 cavalos (De Dietrich). A corrida em si foi marcada por acidentes, com Henri Farman a cair num precipicio, mas a sobreviver sem ferimentos de maior, depois de ter caído numa árvore. A mesma coisa aconteceu a Leonce Girardot, quando o eixo da frente cedeu e o carro bateu num poste telegráfico. No final, Léno Thery, o vencedor do ano passado, ganhou, seguido por Gistave Callois, ambos em Richard-Brasier. A fechar o pódio ficou Arthur Duray, num De Dietrich.
Todas as outras equipas foram feitas através de nomeação, e iria ser um recorde: seis nações, dezoito carros. França, Alemanha, Estados Unidos, Austria, Itália e Bélgica estariam presentes. E para além dos Mercedes, que iria dar carros à Alemanha (Camile Jenatzy, Pierre de Caters e Christian Werner) e á Austria (Otto Hyeronimus, Alexander Burton e Edgar Braun), a Fiat marcaria presença, com três carros de 110 cavalos para os seus pilotos: Vicenzo Lancia, Alessandro Cagno e Felice Nazzarro. Os americanos escolheram Joe tracy, num Locomobile, Herb Lyttle e Albert Dingley, ambos em Pope-Toledo.
Todos os concorrentes partiram com um intervalo de cinco minutos cada um, para garantir maior segurança. O primeiro foi Leon Thery, e no final da primeira volta, ele era o comandante. Mas somados todos os tempos, todos tiveram uma surpresa: o mais rápido era... Vicenzo Lancia, no seu Fiat. Tinha sido o quarto a partir, atrás de Clifford Earp e Camile Jenatzy, mas tinha os alcançado e ultrapassado, logo, tinha sido o segundo a passar pela meta e estava a "meros" treze minutos de Théry. E para melhorar as coisas, Felice Nazzarro e Alessandro Cagno eram o terceiro e o quarto classificado.
Em contraste, os Mercedes apresentavam problemas nas suas suspensões e atrasavam-se na classificação.
Nas duas voltas seguintes, Lancia tentava se distanciar de Théry, enquanto que Arthur Duray apanhava os Fiat de Nazzarro e Cagno, mas no inicio da quarta volta, sofre um furo no radiador, e para desgosto dele, acaba por desistir. Lancia chorou inconsolavelmente, e Duray era agora o novo líder. Mas também teve um furo no radiador e desistiu, passando o comando a Théry, com os italianos a pressioná-lo. Apesar disso, o seu Richard-Brasier resistiu e acabou por ser o vencedor. A Taça Gordon Bennettt ficava em França, mas todos tinham visto o poder dos italianos.
Como o ACF tinha o direito a organizar a prova, esta decidiu que a melhor coisa que poderia fazer era... organizar os seus próprios planos. e esta não passava por aí, mas sim fazer o seu próprio "Grand Prix", onde todos pudessem participar, independentemente dos tamanhos dos carros. E eles iria aplicar isso a partir de 1906.
(continua no próximo capitulo)
Grã-Bretanha e França fizeram as suas provas de seleção, com a primeira a usar a Ilha de Man como cenário, enquanto que a segunda decidiu construir um circuito nos arredores de Clermont-Ferrand. Na corrida de eliminação britânica, as coisas foram mais calmas e os escolhidos foram os Wolesley de Charles Rolls e de Cecil Bianchi, e o Napier de Clifford Earp.
Mas a corrida francesa foi mais complicada. O circuito, desenhado nas estradas de Auvergne, era complicada e cheia de curvas e as construtoras optaram por várias soluções para levar a melhor, desde um carro baixo (Renault), como o carro mais leve (Darracq) ou colocar um motor enorme e potente de 130 cavalos (De Dietrich). A corrida em si foi marcada por acidentes, com Henri Farman a cair num precipicio, mas a sobreviver sem ferimentos de maior, depois de ter caído numa árvore. A mesma coisa aconteceu a Leonce Girardot, quando o eixo da frente cedeu e o carro bateu num poste telegráfico. No final, Léno Thery, o vencedor do ano passado, ganhou, seguido por Gistave Callois, ambos em Richard-Brasier. A fechar o pódio ficou Arthur Duray, num De Dietrich.
Todas as outras equipas foram feitas através de nomeação, e iria ser um recorde: seis nações, dezoito carros. França, Alemanha, Estados Unidos, Austria, Itália e Bélgica estariam presentes. E para além dos Mercedes, que iria dar carros à Alemanha (Camile Jenatzy, Pierre de Caters e Christian Werner) e á Austria (Otto Hyeronimus, Alexander Burton e Edgar Braun), a Fiat marcaria presença, com três carros de 110 cavalos para os seus pilotos: Vicenzo Lancia, Alessandro Cagno e Felice Nazzarro. Os americanos escolheram Joe tracy, num Locomobile, Herb Lyttle e Albert Dingley, ambos em Pope-Toledo.
Todos os concorrentes partiram com um intervalo de cinco minutos cada um, para garantir maior segurança. O primeiro foi Leon Thery, e no final da primeira volta, ele era o comandante. Mas somados todos os tempos, todos tiveram uma surpresa: o mais rápido era... Vicenzo Lancia, no seu Fiat. Tinha sido o quarto a partir, atrás de Clifford Earp e Camile Jenatzy, mas tinha os alcançado e ultrapassado, logo, tinha sido o segundo a passar pela meta e estava a "meros" treze minutos de Théry. E para melhorar as coisas, Felice Nazzarro e Alessandro Cagno eram o terceiro e o quarto classificado.
Em contraste, os Mercedes apresentavam problemas nas suas suspensões e atrasavam-se na classificação.
Nas duas voltas seguintes, Lancia tentava se distanciar de Théry, enquanto que Arthur Duray apanhava os Fiat de Nazzarro e Cagno, mas no inicio da quarta volta, sofre um furo no radiador, e para desgosto dele, acaba por desistir. Lancia chorou inconsolavelmente, e Duray era agora o novo líder. Mas também teve um furo no radiador e desistiu, passando o comando a Théry, com os italianos a pressioná-lo. Apesar disso, o seu Richard-Brasier resistiu e acabou por ser o vencedor. A Taça Gordon Bennettt ficava em França, mas todos tinham visto o poder dos italianos.
Como o ACF tinha o direito a organizar a prova, esta decidiu que a melhor coisa que poderia fazer era... organizar os seus próprios planos. e esta não passava por aí, mas sim fazer o seu próprio "Grand Prix", onde todos pudessem participar, independentemente dos tamanhos dos carros. E eles iria aplicar isso a partir de 1906.
(continua no próximo capitulo)
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