No final, parece que em Le Mans é a velha frase do ex-futebolista Gary Lineker: "No futebol, são onze contra onze e no final ganha a Alemanha". Na corrida de La Sarthe, a mais desafiadora do poder da Audi desde 1999, no final, acabou por ser uma dobradinha da marca das quatro argolas, e desde 2000, apenas perdeu por duas vezes. Marcel Fassler, Benoit Treulyer e André Lotterer foram os grandes vencedores, com três voltas de avanço sobre o Audi numero 1, com Tom Kristensen, Marc Gené e Lucas di Grassi.
Mas foi por muito pouco que a vitória ficou nas mãos da Audi: até ao meio-dia, a liderança pertencia ao Porsche numero 14, e parecia que com os problemas de turbocompressor que tinham ambos os carros - e que forçaram a paragens de mais de vinte minutos nas boxes - parecia que a marca de Estugarda poderia vencer logo no ano do seu regresso. Mas por volta do meio-dia, uma avaria no motor fez com que tivesse de parar de vez e entregar o comando aos Audi.
De uma certa forma, esta corrida demonstrou que os carros com menos problemas seriam os que iriam cortar a meta. Apesar de terem dominado pouco mais de metade da corrida, a avaria elétrica que sofreu o carro numero 7 da Toyota, pelas quatro da manhã, demonstrou que a velocidade não é tudo e que para cruzar a meta em primeiro, tem de se chegar ao fim. Com esse carro de fora, foi o Audi numero 2 a tomar conta do comando da corrida, com os Porsche a espreitar o primeiro lugar, graças ao carro guiado por Brendan Hartley, Mark Webber e Timo Bernhard.
Contudo, no inicio da manhã, o Audi numero 2 teve problemas com o seu turbocompressor e esteve mais de 15 minutos nas boxes, com os mecânicos a trocarem o componente avariado. Isso fez com que o Porsche consolidasse o comando, e parecia que eles iriam vencer, dado que ambos os Audi não conseguiam apanhar. Mas com a avaria no motor, as coisas sorriram para a casa de Inglostadt. E mais uma vez, eles subiram ao lugar mais alto do pódio, demonstrando que nestas coisas, a resistência é rei.
Na classe LMP2, As coisas no inicio da manhã estavam boas para os Ligier-Nissan, quer da OAK, quer da Thiret, com Alex Brundle a andar na frente de Tristian Gommendy. Os seus maiores rivais eram os Alpine da Signatech, e depois os Zytek da Jota Sport. Contudo, o carro da OAK teve problemas e caiu para o quinto posto final, com o Zytek a aumentar o ritmo e a passar o outro Ligier. No final, o carro guiado por Simon Dolan levou a melhor e venceu na categoria, seguido pelo Ligier da Thiret e pelo Alpine da Signatech.
Nos GTE-Pro, a Ferrari da AF Corse levou a melhor no duelo com os Corvette, os Porsche e os Aston Martin. Os últimos tiveram mais problemas e a liderança acabou por cair com o carro com menos problemas. E esses acabaram por ser os Ferrari que foram guiados por Toni Vilander, Gianmaria Bruni e Giancarlo Fisichella.
Nos GTE-Am, a Aston Martin foi a melhor, com os dinamarqueses Niki Thim, Kristian Poulsen e David Hinemeier-Hansson a vencerem umas 24 Horas bem emocionais para eles, pois faz precisamente um ano que morreu Allan Simonsen. A vitória do carro foi grande, um avanço de duas voltas sobre o carro da Proton, enquanto que o outro Aston Martin, de Paul Della Lana, Pedro Lamy, recuperaram até ao sexto posto, depois de terem parado por muito tempo nas boxes devido a um problema de direção.
E assim acabaram as 24 Horas de Le Mans de 2014. A temporada da Endurance prosseguirá daqui a dois meses, mas em 2015 todos estarão de volta, com mais e maiores desafios.
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