Os eventos de ontem em Zeltweg causaram uma surpresa agradável em muitos lados. Não só por ver uma equipa bem tradicional na Formula 1, a Williams, a conseguir uma primeira fila que já não acontecia desde 2003, como ver um piloto já veterano como Felipe Massa na pole-position, quase cinco anos depois da última "pole" feita por um brasileiro. Parecia que neste regresso da competição a um autódromo tradicional, e depois dos eventos do Grande Prémio anterior, no Canadá, as coisas voltariam a uma normalidade de domínio das "Flechas de Prata", mas nada disso aconteceu nos treinos.
Assim sendo, a expectativa era bem alta para a corrida deste domingo, para saber até que ponto as Williams iriam seguirar os Mercedes. Na realidade, foi bem depois da metade da corrida que as coisas se resolveram, com os Flechas de Prata a serem melhores nas trocas de pneus, mas penaram para lá chegar.
A partida foi normal, sem incidentes, com Massa a tomar a ponta, enquanto que Rosberg passou Bottas na primeira curva, antes de ser passado pelo finlandês na travagem para a segunda curva. Atrás, Hamilton conseguiu subir alguns lugares, passando de nono para o sexto posto, passando Kimi Raikkonen e Daniil Kvyat no arranque, e depois passou o McLaren de Kevin Magnussen e aproveitando o mau arranque de Daniel Ricciardo para acabar no quinto posto após a curva 2.
Pouco depois, Hamilton continuou a recuperar lugares, passando Alonso na segunda volta, enquanto que na frente, Massa se afastava de Bottas. Atrás, Sebastian Vettel vivia um inferno, quando o seu carro passou a funcionar mal, andando lentamente, com um problema eletrónico. Ele voltou a ligar-se, mas entretanto, tinha-se afundado na classificação geral.
Já na sétima volta aconteciam as primeiras paragens na corrida. Primeiro Rosberg, depois Massa, Bottas e Hamilton, todos na volta nove, e com isso, o novo líder era... Sergio Perez, que decidiu não parar e ficar mais tempo na pista com os mesmo composto de pneus, nem que fosse para recuperar as posições perdidas devido à penalização. Mas havia uma coisa relevante: Nico Rosberg tinha conseguido passar os Williams e estava na frente, com Bottas a ser melhor do que Massa. Por volta da volta 25, as coisas tinham virado uma procissão, liderado pelo Force India de Perez.
Pelo meio, houve alguns incidentes, como o acidente que tirou de corrida o Toro Rosso de Daniil Kvyat, que destruiu a sua suspensão traseira direita. Mas a seguir, os Mercedes e o Williams de Valtteri Bottas conseguem passar o carro do piloto mexicano, continuando o duelo pela liderança. Rosberg era agora o novo lider, mas tinha Bottas logo atrás, a pressioná-lo. As coisas aconteceriam assim, sem grandes novidades, apesar da aproximação de uns aos outros.
Na volta 37, para terminar o inferno do fim de semana, a equipa decidiu retirar o carro de Sebastian Vettel, fazendo com que se retirasse pela terceira vez nesta temporada. Logo a seguir, os carros paravam pela segunda vez nessa corrida. Hamilton parou em primeiro lugar, duas voltas antes do carro de Valtteri Bottas, mas foi mais do que suficiente para ficar com o segundo posto. Massa era agora o líder, mas não por muito tempo: parou na volta 43.
Após isto, a luta pela vitória reduziu-se aos Mercedes, com os Williams a ficar com o terceiro e quinto posto, com o Force India de Sergio Perez entre eles. As coisas ficaram chatas até à parte final, quando todos começaram a aproximar-se. Rosberg era o líder, mas Hamilton se esforçava. Na última volta, Hamilton ficou a um segundo da liderança, e falhou uma travagem, quase colocando Hamilton em posição de ultrapassagem. Mas o alemão aguentou e terminou a sua segunda corrida consecutiva na frente de Lewis Hamilton, conseguindo mais uma dobradinha para a Mercedes.
No pódio, os pilotos foram acompanhados por um novo sujeito: o finlandês Valtteri Bottas. Aos 24 anos de idade, e na sua segunda temporada na Formula 1, o terceiro lugar final deu a ele o seu primeiro pódio da sua carreira, para logo a seguir, o jornalista Rodrigo Mattar se lembrar de uma coisa: dos nove finlandeses que apareceram ao longo da história da Formula 1, sete pontuaram, e todos eles foram ao pódio pelo menos uma vez na sua carreira!
Com isto, Nico Rosberg está na frente do campeonato, com 29 pontos de diferença sobre o seu companheiro de equipa. Da maneira como as coisas andam, agora para Hamilton, só mesmo a corrida de Abu Dhabi o poderá salvar de um título mundial.
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