(continuação do capitulo anterior)
UM BELGA NAS ARDENAS
UM NOVO CONCEITO DE CORRIDA
(continua no próximo capitulo)
UM BELGA NAS ARDENAS
Depois do Grande Prémio, dezanove máquinas e pilotos fizeram a sua aparição de uma cada vez menos concorrida e menos procurada Circuit des Ardennes. Nenhum dos grandes pilotos que participou no Grande Prémio fez a sua aparição, com algumas excepções. Camile Jenatzy (Mercedes) e Arthur Duray (Lorraine-Dietrich) estão presentes, bem como Albert Clément (Clement-Bayard). Outros inscritos são, do lado dos Lorraine-Dietrich, os carros de Marc Sorel, Fernand Gabriel e Henri Rougier; os Mercedes de Alexander Burton e Otto Salzer, os Darracq de Loius Wagner, René Hanriot e Victor Hémery. e o Clement-Bayard de Pierre Garcet, entre outros.
A corrida foi bem disputada, entre os Lorraine-Dietrich e os Darracq, onde no final Arthur Duray conseguiu com que a vitória ficasse em casa, após um duelo com René Hanriot, no seu Darracq. O pódio ficou completo com outro Lorraine-Dietrich, o de Henri Rougier. Paul Balblot e Victor Hémery foram dois dos pilotos que não chegaram ao fim desta corrida.
A terceira edição da Vanderbilt Cup era para acontecer em terras francesas, mas acabou por ser de novo organizada em terras americanas, dado o notório desinteresse da ACF em organizar, pois estava demasiadamente ocupado com o seu Grande Prémio. Contudo, o prestigio da corrida fazia atrair os melhores pilotos internacionais contra os melhores pilotos americanos. Marcada para o dia 6 de outubro, tinha como inscritos os Mercedes de Camile Jenatzy e dos americanos Foxhall Keane e Karl Klaus Luttgen, os Fiat de Vicenzo Lancia, Felice Nazzarro e do alemão Aldo Weilschott; os Itala de Alessandro Cagno e Maurice Fabry, o Darracq de Louis Wagner e o Lorraine-Dietrich de Arthur Duray. George Heath corria num Panhard.
Contudo, os americanos teriam de fazer uma corrida eliminatória, para ver quem seriam os cinco escolhidos para fazer frente aos estrangeiros. Apareceram onze carros: os Thomas de Hubert Le Blon, Gustave Callois e Mantague Roberts, os Frayer-Miller de Lee Frayer e Richard Belden, o Locomobile de Joe Tracy, o carro construido por Walter Christie, o Haynes de N.H. Harding, o Pope-Toledo de Herbert Lyttle, o Oldsmobile de Ernest Keeler e o Matheson de Ralph Monghini.
Mesmo sendo uma corrida de eliminação, mais de cem mil pessoas estavam presentes às seis da manhã de 22 de setembro para assistir à corrida. Partindo em intervalos de um minuto para cada um. Loho na primeira volta, o Matheson de Monghini teve um pneu furado e sofreu um despiste, batendo contra um poste telefónico. Felizmente, ele e o seu mecânico safaram-se com escoriações no corpo.
A corrida acabou por ser ganha por Joe Tracy, com um avanço de 24 minutos sobre Le Blon. A multidão invadiu a pista para celebrar o vencedor, mas não impediu de escolher a equipa americana: Tracy, Le Blon, Harding, Lyttle e Christie.
A 6 de outubro, multidões de gente voltavam a Long Island para ver a corrida principal, e o duelo foi cerrado. Após dez voltas á pista em duelo com Lancia, Louis Wagner acabou por ser o vencedor da Taça Vanderbilt, com um avanço de três minutos e 18 segundos sobre o piloto italiano. Arthur Duray foi o terceiro, a 16 segundos de Lancia, seguido por Albert Clément, no seu Clément-Bayard, a 11 minutos, e o Mercedes de Camile Jenatzy. Estes cinco foram os que terminaram na mesma volta do vencedor, quando a multidão invadiu de novo a pista para celebrar os vencedores, como já começava a ser habitual...
UM NOVO CONCEITO DE CORRIDA
A 12 de novembro, em Rambouillet, nos arredores de Paris, surgia um novo conceito de corrida: a Taça do Automóvel (Coupe des Voiturettes, no original). O diretor da revista "L'Auto", Henri Desgange - que três anos antes, tinha concebido a Volta à França - decidira fazer uma competição onde o foco eram as soluções de engenharia em vez da competição pura. Assim sendo, elaboraram-se regras para os carros leves, os unicos que poderiam participar: um diâmetro máximo de 120 milimetros para o cilindro para motores monocilindricos; noventa milimetros para os de dois cilindros, e um peso minimo de 700 quilos, para evitar que os projetistas construissem carros demasiado leves.
A corrida foi basicamente longa: os pilotos teriam de fazer por dia, durante seis dias, oito voltas num circuito de 34 quilómetros desenhado nos arredores de Rambouillet, a uma velocidade média de 50 quilómetros por hora. Ao fim desses seis dias, os sobreviventes... estavam qualificados para a corrida.
Foram dez os qualificados: Georges Sizaire, num Sizaire-Naudin, Um carro feito em co-autoria com Louis Naudin (que não se qualificou) Menart-Lucas, num Delage, os Lion-Peugeot de Aime, Jules Goux e Giosue Giuppone, outro Sizaire-Naudin de Chesny, o Vulpes de Barriaux, entre outros.
A corrida final, de sete voltas, foi dominada por Sizaire, que venceu com uma vantagem de cinco minutos sobre Menart-Lucas, com os Lion-Peugeot de Giuppone e Goux logo a seguir a onze e a 38 minutos do vencedor, respectivamente.
O novo conceito de corrida, contudo, não foi o melhor, mas o que não se sabia ainda era que tinham aparecido alguns dos concorrentes e marcas que iriam ser contados para os anos seguintes.
(continua no próximo capitulo)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...