Duas semanas depois de termos visto ação e drama no circuito de Silverstone, máquinas e pilotos rumavam a Hockenheim, no centro de uma Alemanha que comemorava os seus feitos nos campos de futebol brasileiros, onde sairam de lá com o seu quarto título de futebol da sua história. E esse feito futebolístico calhava bem numa altura em que tudo que é alemão significa "o melhor". A Mercedes dominava o campeonato e os seus pilotos eram os melhores do mundo. Mas desde 2010 que toda a gente sabia que os melhores pilotos do mundo eram alemães, graças a Sebastian Vettel. E pelos vistos, esta temporada, o melhor poderá continuar a ser alemão, graças a Nico Rosberg... isto, se Lewis Hamilton deixar.
Em Silverstone, nós não só saímos com a certeza de que o Mundial seria disputado entre os pilotos da "estrela de três pontas", mas também vimos que o carro de Nico Rosberg também podia falhar. E que em casos desses, o seu companheiro de equipa poderia aproveitar. A vitória de Lewis Hamilton em paragens britânicas tinha reduzido a diferença para meros quatro pontos - que em termos do sistema de pontuação introduzido em 2010 significa pouco mais do que nada - e assim sendo, a luta pelo título estava ao rubro, e a pista alemã prometia ser o palco de mais um duelo entre pilotos da mesma equipa.
Debaixo de calor, máquinas e pilotos estavam a postos para a qualificação, e logo começávamos com um carro nas boxes: o Caterham de Marcus Ericsson tinha tido problemas mecânicos no final da terceira sessão de treinos livres, e os elementos da equipa andavam à volta do carro, mas não conseguiram ver os problemas resolvidos a tempo de o colocar na pista para a Q1. Resultado final: assitiu à qualificação "na bancada" e largará no último posto da grelha.
Mas logo no décimo minuto do treino, acontece o grande acontecimento do dia: o acidente de Lewis Hamilton. Quando estava na zona do "estádio", o piloto da Mercedes trava um pouco mais forte e o carro entra em pião, batendo com estrondo na barreira de pneus. A sessão foi interrompida com bandeira vermelha, para tirarem o carro do lugar e para o piloto inglês era o fim das suas aspirações para bater Nico Rosberg "em casa". Na melhor das hipóteses, ele seria o 15º na grelha.
Nove minutos depois, com o carro recolhido, a qualificação continuou, numa briga à distância entre os Williams de Valtteri Bottas e Felipe Massa, e o Mercedes sobrevivente. Passados para a Q2, com os do costume a ficarem para trás - acompanhados pelo Lotus de Pastor Maldonado e pelo Sauber de Adrian Sutil - as coisas ficaram relativamente iguais, embora a grande alteração foram os pilotos a colocarem os pneus super-moles, que os fizeram melhorar ainda mais os seus tempos. Mas no final da Q2, as grandes surpresas - ou se calhar já nem tanto - foram que Jenson Button e Kimi Raikkonen não terem conseguido passar para a fase final, enquanto que o Toro Rosso de Daniil Kvyat e os Force India de Nico Hulkenberg e Sergio Perez entraram para o "top ten".
A parte final pode ter tido a previsibilidade do costume, mas mais do que Nico Rosberg ter dado quase meio segundo de vantagem sobre o Williams de Valtteri Bottas, e deixando Felipe Massa um pouco mais atrás, no terceiro posto, foi o quarto lugar de Kevin Magnussen, no seu McLaren, que conseguiu fazer melhor tempo do que os Red Bull de Daniel Ricciardo e de Sebastian Vettel, quinto e sexto na grelha, respectivamente.
Discretamente, Fernando Alonso conseguiu o sétimo melhor tempo com o seu Ferrari, tendo atras de si o Toro Rosso de Kvyat e os Force India, que fecharam o "top ten".
No final da qualificação, era mais do que óbvio que Nico Rosberg era o grande vencedor desta primeira parte do fim de semana de corridas. A pole-position e o facto de ter entre si e o seu companheiro - e grande rival - cerca de 14 carros poderá ser uma grande oportunidade para o piloto alemão de conseguir recuperar alguns dos 25 pontos que perdeu na Grã-Bretanha. E claro, para Hamilton, as dúvidas sobre a sua capacidade para alcançar o bicampeonato foram de novo colocadas em dúvida. Mas é isso do qual são feitos os campeonatos.
Amanhã vai ser uma corrida interessante.
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