TODAS AS CORRIDAS NO MESMO LUGAR
Em 1911, apesar das 500 Milhas de Indianápolis, o que não faltava por aí eram corridas um pouco por toda a América. Contudo, as mais importantes continuavam a ser a Vanderbilt Cup e o Grande Prémio da América. Mas até então, ambas as corridas eram disputadas em sitios diferentes: a primeira era em Long Island, ao pé de Nova Iorque, e a segunda era em Savannah, na Georgia, na parte sul do país. Mas ambas as corridas tinham fama completamente oposta uma da outra: aVanderbilt Cup era conhecida pela grande dificuldade em controlar as multidões, e no ano anterior, tinha havido demasiadas mortes entre pilotos, mecânicos e espectadores. Em contraste, o Grande Prémio era bem organizado, bem controlado e nitidamente mais seguro.
Assim sendo, ambas as associações, a ACA (Automobile Club of America, que organizava o Grande Prémio) e a AAA (que detinha os direitos da Vanderbilt Cup) decidiram que seria ótimo se realizassem ambas as corridas no mesmo local, em datas diferentes. Feita a devida combinação, decidiu-se que iriam acontecer com três dias de diferença: a 27 de novembro, para a Vanderbilt Cup, e a 30 de novembro, para o Grande Prémio. O circuito era o mesmo, mas as distâncias eram diferentes: 17 voltas para a primeira, 24 para a segunda prova
Na primeira corrida, catorze carros alinharam, todos eles americanos: Ralph de Palma e Spencer Wishart, ambos em Mercedes; Cyrus Patschke e Bob Burman, em Marmon; Carl Limber e Leland Mitschell, ambos em Abbott-Detroit; Harry Grant e Ralph Mulford nos seus Lozier (na foto); David Bruce Brown, Joe Matson e Edward Parker, em Fiat, Hugie Huges em Mercer e Harry Cobe, num Jackson.
Com os carros alinhados pela ordem de inscrição, o primeiro a partir foi Harry Grant, mas cedo teve a oposição dos Mercedes de De Palma e Wishart e o carro do seu companheiro de equipa, Ralph Mulford. A corrida acabou por ser um duelo Mercedes-Lozier, mas no final, quem levou a melhor foi Mulford, que conseguiu um avanço de dois minutos e 11 segundos sobre De Palma. O outro Mercedes, de Wishart, ficou com o terceiro posto, com mais de quatro minutos de avanço sobre o segundo Lozier de Grant. Ambos os Marmon acabaram por desistir a meio da corrida, enquanto que o melhor Fiat foi o de Edward Parker, no quinto lugar.
Três dias depois, era a vez do Grande Prémio. Todos os americanos que estiveram na Vanderbilt Cup alinharam, mas com algumas alterações: Cobe alinhava num Buick, ao lado de Charles Basle, enquanto que a Benz alinhava com Eddie Hearne, o alemão Erwin Bergdoll e o francês Victor Hémery. A Fiat aparecia nesse Grande Prémio com o modelo S74, um "monstruoso" carro com um motor de 14 litros, no qual alinhou com Bruce-Brown, Caleb Bragg e o francês Louis Wagner.
Apesar dos carros europeus serem à partida melhores do que os americanos, estes aprendiam rápido. Os seus carros começavam a andar a par e ameaçavam a vitória, e nesta corrida prometiam dar luta. Bragg foi o primeiro líder da corrida, seguido por Bruce-Brown e Hémery. Contudo, o melhor americano, o Marmon de Patschke, não estava longe deles, aproximou-se e esteve por momentos no comando da corrida.
Contudo, na volta oito, Patschke retira-se, deixando o comando para Bruce-Brown, que teve de aguentar os ataques de Eddie Hearne, mas conseguiu superar-se e deu à Fiat a vitória no seu monstruoso S74, com mais de dois minutos de avanço sobre Hearne, enquanto que Ralph De Palma foi terceiro, no seu Mercedes.
(continua no próximo capitulo)
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