segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Os Pioneiros - Capitulo 44, a Peugeot domina Indianápolis

(continuação do capitulo anterior)


1913: A PEUGEOT INVADE A AMÉRICA


Quando os responsáveis da Peugeot receberam no inicio de 1913 um emissário de Carl Fisher, o dono de Indianápolis, a endereçar um convite para que uma equipa corresse por lá, onde poderiam tentar a sua sorte e conseguir o primeiro prémio de uma bolsa total de 51.495 dólares, eles aceitaram o convite e mandaram dois dos seus pilotos, Jules Goux e Paolo Zucarelli, atravessar o Atlântico com as suas máquinas e desafiar os americanos no seu território. Goux até ia com a mesma máquina que tinha dado a vitória de Georges Boillot no Grande Prémio do ano anterior. Mas eles não foram os únicos estrangeiros a atravessar o oceano: o Sunbeam do francês Albert Guyot, o Isotta italiano de Vicenzo Trucco e o Mercedes do belga Theodore Pillette fizeram a mesma viagem, e na bagagem foram mais dois Isottas, que iriam ser guiados pelos americanos Teddy Tatzlaff e Harry Grant.

Apesar de na qualificação, o carro de Jack Towers ter feito uma volta com uma média de 143,4 quilómetros por hora, a grelha de partida iria ser feita por sorteio, e o primeiro lugar calhou a Caleb Bragg, num Mercer. Albert Guyot era o segundo, enquanto que a Jules Goux calhou-lhe o sétimo posto da grelha de partida. Até calhava bem, dado que a Peugeot tinha andando algum tempo a tentar adaptar-se ao piso e à inclinação das curvas. Acabaram por ter a ajuda do piloto Johnny Aitken, que não iria correr nesse ano e que foi consultor da marca, recomendado por Carl Fisher.

A corrida começou com o Mason de Robert Evans (que largava do quarto posto) na frente, e ali ficou nas primeiras voltas, até ser passado por Bob Burman. Ali ficou até à volta 41, quando foi passado por Jules Goux, e começou a afastar-se da concorrência. Burman teve um incêndio na volta 55, e teve de encostar às boxes para fazer reparos.

Entretanto, pouco tempo antes, na volta 51, Jack Tower tinha perdido o controlo do seu Mason na curva 1, acabando por partir uma perna, enquanto que o seu mecânico, Lee Dunning, fraturou três costelas. Com isto. Goux começou a afastar-se da concorrência, mas a meio da prova, Robert Evans aproximou-se e o passou na volta 128, ficando com o comando por dez voltas. Goux voltou ao comando, mas ficou mais aliviado quando na volta 158, o Mason teve problemas mecânicos e foi obrigado a parar de vez.

Assim sendo, Goux abrandou o ritmo para levar o carro até ao fim, enquanto bebia umas goelas de... champanhe, partilhadas com o seu mecânico Emile Begin, para refrescar. Falou-se depois que tinha bebido seus garrafas de champanhe, mas na realidade, foram apenas quatro garrafas, e todas elas eram pequenas e na maior parte das vezes servia para bochechar, logo, não ficaram tão intoxicados.

No final, Goux foi o vencedor, e entrava na história como o primeiro estrangeiro a vencer as 500 Milhas de Indianápolis, com uma vantagem de 13 minutos sobre o Mercer de Spencer Wishart. Charlie Merz foi o terceiro, a bordo de um Stutz. Goux acabou com um prémio de 21,165 dólares e no regresso à França, foram recebidos como heróis em Saint-Nazaire, quando o navio que os transortava atracou por ali. Quanto regressaram a Paris, outra multidão os aguardava, onde os proclamou como heróis nacionais. Era o tempo da Peugeot a dominar no automobilismo.


(continua no próximo capitulo)  

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