Sete milésimos de segundo são 33 centímetros. Em certos lugares, poderemos dizer que é do tamanho de um "pau de Cabinda", mas na realidade foi a diferença entre os Mercedes de Lewis Hamilton e Nico Rosberg, e foi esses 33 centímetros que resultou na "pole-position" do piloto britânico. Tudo o que aconteceu na qualificação de Singapura, com as expectativas que foram criadas, terminou com uma espécie de "tudo fica na mesma" e a confirmação da hierarquização atual nesta Formula 1, temporada 2014.
E na noite de Singapura, a reação espontânea de Nico foi suficientemente elucidativa: "Dammit!" Pudera...
A qualificação começou com alguma esperança por parte da concorrência, depois da Ferrari e da Red Bull se terem mostrado nos treinos livres, ficando no topo da tabela de tempos. Mas como sabem, normalmente, isso conta pouco ou nada, porque muitas vezes, os pilotos aproveitam para testar os seus carros em modo de corrida e deixam os outros a brilhar.
Mas o que se pode ver logo na Q1 é que os pilotos estavam a usar os compostos moles no sentido de marcar logo um bom tempo. Exemplo disso foi quando nos primeiros minutos, o Sauber de Esteban Gutierrez fez o segundo melhor tempo, só para ver se conseguia o suficiente para ir ao Q2. Lá conseguiu, mas por exemplo, o seu companheiro de equipa Adrian Sutil foi um dos seis pilotos que ficou de fora dessa fase, acompanhado pelo Lotus de Pastor Maldonado, dos Marussia de Jules Bianchi e Max Chilton, e dos Caterham de Kamui Kobayashi e Marcus Ericsson.
Na Q2, as coisas decorreram de forma normal, com os pilotos a andarem devagar na pista nos primeiros metros, no sentido de conservarem melhor os seus pneus. Felizmente, não houve muitas queixas de pilotos afirmando que que tinham sido prejudicados por carros mais lentos - também, a largura da pista ajuda - mas no final da Q2, entre noticias de que pilotos como Jenson Button, Sergio Perez, Nico Hulkenberg, Esteban Gutierrez e Jean-Eric Vergne não tinham conseguido passar para a fase final, a visão dos Ferrari e da Red Bull nos primeiros lugares parecia que as indicações dos treinos livres poderiam acontecer e que a Mercedes poderia ficar de fora da "pole-position" ou até da primeira fila da grelha.
Quando começou a Q3, o tempo de Felipe Massa e o facto dos Mercedes tereo sido incapazes de o bater parecia carregar essa tendência, mas os minutos finais iriam encarregar de dissipar essa ilusão. E de um modo mais espectacular do que se julgava, pois parecia que tinham guardado o melhor para o fim. Que tiveram voltas perfeitas, em que deram 120 por cento, isso é verdade, e a frustração de Nico Rosberg exprime isso: ele deu tudo para ficar no primeiro lugar.
No meio disto tudo, o único problema da qualificação: os problemas de motor de Kimi Raikkonen, que o impediram de tentar uma volta final para melhorar o seu setimo posto na grelha de partida. Mas em termos de média de 2014, os Ferrari andaram bem melhor, com os dois carros no Q3 e com Felipe Massa entre eles. E foram apenas superados pelos Mercedes e pela Red Bull. Pode ser que Alonso tente uma gracinha e alcance o pódio...
Amanhã é dia de corrida. Não conto tanto com uma vitoria ou dobradinha dos Mercedes, pelo facto de esta ser uma corrida longa e de desgaste. São quase duas horas de competição, e há a previsão de três trocas de pneus, em média. Concentração é tudo e quem conseguir manter o carro até ao fim será o vencedor.
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