Ainda me lembro bem o que fiz naquele domingo, naquela noite de Halloween. Até me espanto a razão pelo qual consegui sair de casa, mesmo depois de ter visto o acidente na frente dos meus olhos, na televisão, cortesia da Eurosport, que transmitia as corridas da CART naquela altura.
Aqueles tinham sido tempos dificeis. Sete semanas antes, em Laguna Seca, o uruguaio Gonzalo Rodriguez tinha acabado a sua vida quando o seu Penske perdeu o controlo na entrada da Curva do Saca Rolhas, acabando com todo o peso do carro em cima da sua cabeça, matando-o.
Greg Moore e "Goncho" Rodriguez por acaso tinham a mesma idade, mas o canadiano de Vancouver já tinha experiência de quatro temporadas na competição. Tinha dominado na Formula Indy Lights (curiosamente, a corrida da sua terra foi ganha por... Pedro Matos Chaves) e na CART, ao serviço da Forsythe, ganhou cinco corridas em quatro temporadas. Não foi suficiente para ser candidato ao título, mas os seus dotes de condução foram mais do que suficientes para atrair a atenção da Penske, que o contratou para a temporada de 2000. Quando morreu, o lugar ficou para Hélio Castro Neves... que continua na equipa até hoje.
Não vou dizer o que poderia ter feito caso tivesse vivido para além daquele dia, mas creio que vendo o que Castro Neves fez na Penske nestes últimos 15 anos, creio que teria sido um dos maiores do automobilismo do nosso tempo. Teria sido mais um canadiano a vencer as 500 Milhas e provavelmente teria ganho campeonatos com a marca do Roger Penske. Não sei se estaria a competir ainda hoje, mas provavelmente tal aconteceria.
Toda a gente se lembra do numero que tinha no carro (uma homenagem ao seu ídolo no hóquei em gelo, o seu compatriota Wayne Gretzky), e sempre achei irónico que fosse o último antes de chegar ao cem, e ter acabado por ser o último ano da sua vida. Eu, que vi tudo naquele dia de outubro, fico sempre com a sensação de que poderia ter sido um dos grandes. E não precisava de ter ido à Formula 1 para mostrar isso. Digo eu.
Para finalizar, leiam o que o Ico escreve sobre o Greg Moore. É fascinante.
E eu concordo com seu palpite sobre o futuro do Greg Moore....
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