Enquanto muitos reagem sobre o inquérito da FIA em relação ao acidente de Jules Bianchi, em Suzuka, ou sobre a inutilidade de um GP coreano para pressionar outros a assinarem um novo contrato com Bernie Ecclestone, nos termos que ele quer, no outro lado do mundo, em Londres e de forma discreta, foi anunciado a contratação de Paul Walsh, de 59 anos, para o cargo de "diretor da Formula 1" por parte da CVC Capital Partners, a firma que detêm 35 por cento dos direitos da Formula 1.
A noticia já se sabia desde há uns dias, mas hoje, o jornalista James Allen fala sobre isso, baseado na noticia escrita ontem no jornal Financial Times. Lá, fala-se que Walsh, ex-diretor da Diageo, o conglomerado que têm, entre outras coisas, a Johnny Walker, irá substituir outro executivo, Donald McKenzie, que irá reformar-se no final do ano. Segundo conta o jornal, a mudança poderá ser positiva para Ecclestone, desde que nenhum dos dois se interfira um com o outro.
A saída de Walsh da companhia de bebidas é bem gorda: um salário de 1,2 milhões de libras até julho deste ano, e outro tanto em bónus, nos seis meses após a sua saida, e mais 27.6 milhões de libras em ações, Para alem disso, um salário de 80 mil libras por mês, enquanto faz parte da administração da Diageo, entre outros. A saída tornou-o mais milionário do que nunca.
Mas poderá haver outras boas razões para isso. A CVC Capital Partners está à espera há alguma tempo para arranjar um substituto de Ecclestone após o seu julgamento por corrupção na justiça alemã, que terminou em setembro depois do anãozinho de 84 anos ter feito um acordo que custou 75 milhões de euros por ter se envolvido num esquema de corrupção com Gerhard Gribowsky, em 2005. Durante o julgamento, Ecclestone afirmou que iria sair do cargo de "manda-chuva" da Formula 1, mas após a sentença, esperava-se que se voltaria ao "business as usual".
Contudo, a idade avançada faz com que os executivos da CVC Capital Partners pensa em que haja alguém para ficar no lugar dele, começando uma nova era para o Mundial, e também numa altura em que se poderá pensar na entrada na Bolsa de Singapura, num futuro mais ou menos próximo. Mas esta é uma altura complicada, onde existe o Grupo de Estratégia, que define a Formula 1, e onde existe as equipas mais pequenas, que estão em revolta e exigem mudanças profundas na distribuição atual dos dinheiros, as coisas parecem ser bem mais complexas do que se imagina.
No próximo dia 18, as dez equipas falarão com a FIA para definir o futuro, e parece que existe um fosso cada vez mais profundo entre quem manda e quem gere. E em caso de desacordo entre FIA, o Grupo de Estratégia, Todt, Ecclestone e outros, tudo indica que este inverno arrisca a ser bem longo e bem complicado.
Todas as coisas estão demasiadamente complexas para ser verdadeiras. E as definições serão longas, mas conclusivas. E a entrega das chaves da Formula 1 ao senhor Walsh não define que haja uma transição sem incidentes.
Tem cara de burocrata safado que não sabe nada sobre corridas.
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